Domingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

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Gente de Opinião

Orlando Cavalcante Pereira da Silva Junior

Caixa de Correios


No auge da ressaca do primeiro turno eleitoral de Porto Velho, resolvi dar “um limpa” na caixa de correspondências de minha casa, pois, como muitas outras, estava apinhada de “santinhos” tanto de candidatos à vereança como ao cargo de alcaide.

No meio de tanta porcaria deixada por formiguinhas, encontrei duas folhas de caderno escolar, com rabiscos e como sempre falo para meus alunos que é bom ler de tudo, contanto que leia, resolvi, sentado na calçada ver o que ali tinha escrito.

Acredito que quem quer que escreveu estava deveras apaixonado e como também acredito que o autor não sabe onde deixou, irei transcrever para que, a pessoa que seria agraciada com tão belas palavras, possa ler e saber que aquilo tudo foi escrito por alguém que ama e é amado demais.

Em alguns momentos, não consegui entender a letra, portanto, espero que entendam como assim entendi.

“Ao amanhecer me flagrei lembrando de você. Lembre de coisas que de tão simples se tornaram tão especiais. Coisas que, para muitos, ou para os insensíveis, jamais dariam tamanha importância.

Sabe, comecei lembrando de um susto quando ouvi o elogio a respeito da cor de minhas unhas. Sempre usava cor clara e nesse dia eu estava com um vermelho lindo. Nossa jamais imaginei que estava sendo observada por você e principalmente dessa forma.

Depois veio a lembrança de um beijo roubado, num local que de romântico tinha a lua, iluminando um momento que jamais imaginei que se prolongaria por tantos anos.

Na sequência senti até o coração pulsar mais forte, chegando a revivenciar a nossas primeira “transa”, pois naquele momento era um desejo louco, uma vontade ardente, meu corpo exalava o cheiro do “cio” – se é que existe. O fato é que havia uma vontade louca de me entregar, mas o medo a princípio tomava conta.

Por fim, a madrugada chegando e eu cada vez mais (ilegível). Nossa! Que coisa louca!

Hoje digo que foi muita sorte a minha, pois venci o medo e me entreguei com gosto, tara, vontade, (ilegível), cavalgando com muita vontade e sentindo o maior dos prazeres carnais.

Passado alguns momentos lembrei-me de um gesto de tão singelo vindo de alguém que a cada hora (ilegível) me surpreende e, parecendo um adolescente apaixonado.

Nossa! Flores colhidas no meio do mato para enfeitar uma mesa durante o almoço. E o melhor de tudo é que existia um brilho no olhar escondido a meio de uma suposta vergonha.

Lembrei também dos mimos, das manhas, dos choros, dos beijos em minha barriga para acalentar alguém que chegaria no futuro, das lutas incansáveis para vencer os obstáculos insistiam em nos atrapalhar.

Todas as lágrimas derramadas valeram a pena, pois sempre com um jeitinho que é só seu consegue acalmar meu coração e me convencer que não seria nada fácil, visto que quem não quer ter um homem assim, tão especial ao seu lado?

E por ser tão possessiva achava que teria de ser somente meu, e logo de cara, vi que teria de dividir com mais alguém o amor, o carinho, a atenção, nunca foi o meu forte e eu queria (ilegível) a todo custo ser a única e exclusiva em seu coração.

Foram dias e dias de batalha e aos poucos fui conseguindo ganhar espaço, demarcar meu território e fazer você compreender que amor igual ao meu jamais encontraria.

Outra lembrança boa, diz respeito aos nossos momentos de amor, “chamegar” com você é muito bom, sinto um arrepio tão forte quando suas mãos tocam meu corpo e me entrego de verdade... uma tara louca... parecemos as vezes duas crianças e ao mesmo tempo dois animais esfomeados.

Adoro quando me diz ou quando demonstra sua satisfação em me amar (riscado) e ainda quando gosta de minhas loucuras – que, diga-se de passagem, não são poucas.

Sinto muito prazer em te satisfazer que não me importo com tantos “apelidos” que um dia ao ouvir de outras pessoas me soavam como ofensas e vindo de você, parece que apimentam ainda mais e me deixam com mais tara e com vontade de me deixar bulinar mais e mais.

Se as vezes me xingo em pensamento por ter sido tão covarde, nas poucas oportunidades que tive de jogar tudo pro alto e exigir que me tomasse em seus braços e não me largasse nunca mais (ilegível). Mas, ao mesmo tempo, penso que se assim fosse não estivéssemos mais juntos.

Somos muito parecidos, pensamos iguais e sabemos o que o outro quer e assim, entendo que também nos amamos à distância.

Eita! Como não se lembrar de nossa semaninha em (ilegível), pois foi simplesmente maravilhosa. Dormir e acordar todos os dias ao seu lado, nem me fala. Ter Vitor e Léo cantando (ilegível) só reforçava a grandeza de nosso amor. Quanta saudade! Quanta vontade de repetir.

São tantas as lembranças boas. Foram tantos momentos inesquecíveis que sinto vontade de agradecer por tudo.

Obrigada por me amar, por me fazer feliz, por atender as minhas vontades, por me sentir a mulher mais desejada, por vir correndo cada vez que chamo, por ser meu quando estamos juntos, por suportar as minhas chatices, por se preocupar comigo, por trazer lanchinhos nas horas mais inesperadas, por invadir meus pensamentos e (ilegível) permanecer na mesma sintonia, por me oferecer um parque de diversões que adoro brincar, cheirar, morder, pegar (ilegível).

Obrigada por permitir que meu coração pulse sempre em alta velocidade, por me receber muitas vezes com um sorriso largo, com os braços abertos que me deixam sempre protegida, por me cobrir de elogios mesmo que não os mereça, por me permitir ser menina e mulher, ser moleca e até mesmo (ilegível).

Obrigada por tudo minha paixão...

Obrigada por se enxugar na mesma toalha que eu – kkk – lembra? Perguntei se você iria se enxugar na toalha que eu havia molhado e você, docemente disse que iria se enxugar não com a toalha molhada e sim com a que eu tinha acabado de usar.

Obrigada por usar o mesmo perfume, por dormir com a roupa que usei enrolada em seu pescoço, por cheirar minha calcinha, por guardar minhas coisas com tanto carinho, por deixar eu (ilegível) sempre.

Aff! Desculpe, sei que você detesta o termo aff, mas tenho tantas lembranças e teria mais coisas a escrever (ilegível) daria um livro e imagino que teríamos uma legião de leitores e seguidores já que amor igual ao nosso causa muito reboliço.

Amor igual ao nosso causa dependência, dá uma vontade louca de estar sempre perto.

Com você aprendi que para te amar (ilegível) tem que ser persistente.

Tem que ser louca.

Tem que ser bandida.

Tem que ser generosa.

Tem que ser compreensiva.

Tem que ser envolvente.

E que um beijo roubado vale qualquer risco. E mais...

Tem que ser eu, apenas eu.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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