Terça-feira, 1 de setembro de 2015 - 13h51
Tive o grato prazer de conhecer uma menininha muito charmosa, emburradinha, zangada e inteligente.
É a Cecília, filha do Erique e da Arlene, mais conhecida como Luca, que são parentes de Dona Lourdinha.
Desde novinha, embora ainda esteja com menos de dois anos, me acostumei a ver suas graças, trejeitos, cara feia e tiradas geniais.
Tive o grande prazer de ter sido convidado para ser padrinho de tal criaturinha.
Embora já tivesse prometido não mais ser padrinho de qualquer criança, pelo charme que a Cecília tem e pelo jeitão de emburradinha, aceitei na hora ser seu padrinho.
Participei de parte das reuniões para o curso – embora não entenda o motivo de tanto curso para ser padrinho. Acredito que se fizermos um curso já é suficiente, bastaria receber um certificado e valer para todos os outros.
Embora tenha sido criado seguindo os preceitos da Igreja Católica, nunca fui um “papa hóstia” e hoje não sou mais aquele praticante, se é que para ser católico praticante tenha que viver enfurnado dentro de uma igreja.
Ao meu entender, para ser um católico ou apenas cristão eu devo seguir os preceitos que ditam as normas da Santa Madre Igreja.
Se assim for, sou católico praticante, pois pratico a religião, não dentro de um tempo, mas dentro do que rege meu jeito de ser.
Se não estou errado, em Mateus 18:20 é dito “...porquanto, onde se reunirem dois ou três em meu Nome, ali Eu estarei no meio deles”.
Não vem ao caso agora tal polêmica.
No domingo passado, dia 30 de agosto “#partiubatizado” embora com uma ressaca de fazer inveja.
E pra lá fui, na Igreja de São Luiz Gonzaga, por sinal, uma igreja muito bonita, bem cuidada e com um charme especial, para batizar a “fera”.
Na chegada já notei a diferença do tratamento pois fomos recebidos por duas senhoras, muito educadas, que nos deram boas vindas.
Ao iniciar a missa, alguns momentos foram dedicados para o batizado e confesso que fiquei apreensivo com o “show” que nossa amiginha poderia dar, pois tinham alguns momentos diferentes dos batizados tradicionais que já participei, ou como pai, ou como padrinho.
O Sermão, muito bem lido e explicado pelo sacerdote, também nos leva a Mateus, quando cita a passagem dos fariseus questionando sobre a limpeza das mãos dos discípulos e tiveram a resposta de que “não é o que entra pela boca o que contamina o homem, mas o que sai da boca, isto, sim, contamina o homem”.
Vi ali que não estou dentre os piores cristãos.
Entendo que o batizado é um dos sacramentos da igreja católica que considero mais bonito.
Mais bonito ficou da forma que foi conduzido pelo sacerdote, apresentando a criança, levantando-a e mostrando-a aos presentes (basta imaginar a cena do rei leão, quando apresenta seu primogênito a todos).
Cecília, muito arteira, não parava no lugar um minuto pois era um show à parte. No colo de um e de outro, quando não estava tentando subir ao altar, procurando “papaizinho”, “mamãezinha”, “vovozinha” ou “maninho”.
Tinha ainda a tia Lourdinha e o tio Orlando.
Tive que usar toda minha psicologia infantil – não aquela utilizada por Dona Maturina, que era uma palmatória – psicologia mesmo, tradicional e acadêmica para manter nossa afilhada comportada, sem aprontar demais.
Passo a passo, cada rito era precedido por um bom papo para convencer “Dona Cecília” a aceitar, sem chamar o padre de “carniça”.
Na hora da pia batismal, tive que dizer que ela tinha de molhar a cabeça, para poder ir comigo para a piscina.
Quando foi o momento dos óleos perfumados, inventei que era para se bronzear e ir para a piscina.
Na hora do sal, inventei que era para o almoço...
E assim conseguimos batizar a linda Cecília.
Por muitas vezes, me pequei com algumas lagrimas teimosas escorrerem pelo canto dos olhos – malditos ninjas cortadores de cebola – de tanto emocionado que eu estava, vi ali o batizado dos meus filhos.
Vi ali a beleza e a firmeza de termos um norte para seguirmos, não importando se é Jesus Cristo, Buda, Javé, Maomé, o sol ou qualquer outro ser que nos guie.
O importante é termos a quem recorrer para mais agradecer que pedir.
Fui uma celebração impar, digna de uma criança como Cecília, ou simplesmente Ceci pra os íntimos.
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