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Gente de Opinião

Orlando Cavalcante Pereira da Silva Junior

Greve


Já trabalho na administração pública desde alguns janeiros.

Antes trabalhei por alguns anos na iniciativa privada.

Parodiando certo presidente brasileiro, nunca, em nosso país vi tanta gente fazendo greve.

Grevenada mais é do que a cessação coletiva e voluntária do trabalho realizada por trabalhadores com o propósito de obter benefícios, como aumento de salário, melhoria de condições de trabalho ou direitos trabalhistas, ou para evitar a perda de benefícios. Por extensão, pode referir-se à cessação coletiva e voluntária de quaisquer actividades, remuneradas ou não, para protestar contra algo.

É greve pipocando em todos os segmentos da administração, quer seja municipal, estadual ou federal.

Não sou contra a greve. Sou contra se utilizar do meio para obtenção de vantagens para um pequeno grupo de diretores sindicais que pouco ou nada fazem para o grupo.

Diretores que apenas estão lá para não trabalhar e todo mês ter o salário garantido, se escondendo como diretor sindical e nada contribuir com o órgão que trabalha.

É fácil tocar o piano, quando um grupo de colegas de trabalho o carrega de um canto para o outro.

É fácil fazer greve, sem trabalhar, apenas ganhar.

E nas greves, quem “paga o pato” é sempre a população que, em sua maioria, depende de atendimento nas áreas da saúde, educação, transporte, energia, meio ambiente e outras mais.

É complicado necessitar de um atendimento, muitas vezes, para receber parcos trocados e encontrar as portas cerradas.

Vejo nos noticiários que cada categoria reivindica inúmeras coisas quando da iniciativa de greve e sentados na mesa de negociações algumas das ditas reivindicações são apenas para fazer número e servir de ponto de barganha.

Agora, em todas as greves, encontramos dois pontos comuns dentre as reivindicações: salário e melhores condições de trabalho.

Já vi greve em que na lista de pedidos parece com lista de casamento. É enorme.

Só ainda não vi ainda como pedido de grevistas, instalação de penicos nos corredores dos órgãos.

O resto eu já vi.

Não que os grevistas queiram tudo aquilo.

Muitos itens são apenas para engordar a lista e servir de ponto de barganha para ser futuramente excluído na mesa de negociação.

Lembro de quando ia pedir dinheiro ao meu pai.

Pedia dez contos, pois eu precisava de cinco e ao final, ele oferecia três e tava tudo acertado.

Os três contos que ele me dava servia para quebrar o galho, pois depois, como tática de guerrilha em voltava e pedia mais um pouquinho.

O que vejo hoje nas greves que pipocam em todo o Brasil é que a vasta lista de pedidos contém itens apenas para dar volume e que na primeira negociação será excluído.

É balela, o que vejo quando pedem reajuste nos salários e melhores condições de trabalho.

Danem-se as condições de trabalho, para muitos, se o bolso estiver forrado com mais alguns trocados.

Se o empregador simplesmente aumentar o salário, todo o restante da lista de reivindicações vai para o lixo.

E a coitada da melhoria das condições de trabalho vai para a gaveta para esperar nova greve e nova luta.

Balela pura.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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