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Gente de Opinião

Orlando Cavalcante Pereira da Silva Junior

Meu velho


 

Meu velho.

Um homem que mesmo sem ter o apoio materno, pois o perdeu no sétimo dia de vida soube seguir em frente, com a cabeça erguida, rumo a gloria do saber.

E mesmo a erosão da mediocridade, do vandalismo e da desordem não o gastou. Continuou a subir a escada da vida em direção aos píncaros do bem viver.

Um homem que soube curvar-se diante de um ser mais forte: a vida.

Honesto com os outros e consigo mesmo.

Vivido.

Sofrido.

Amado.

Soube conduzir sua família, não por caminhos fáceis, cômodos e perigosos, e sim por difíceis, porém seguros. Sempre dando apoio, carinho, afeto e dedicação a todos nós.

Teve um único ideal na vida: criar seus filhos.

Para ele não havia dia chuvoso, ensolarado, bom ou ruim, contando que nós, seus filhos, tivessem orgulho dele.

Porém, com todas as adversidades da vida, não lembro a vez que faltou o mais sagrado em casa: o alimento.

Corajoso.

Amado.

Respeitado por todos.

Por mais um dia que passo sem meu pai, mesmo assim agradeço seus feitos.

Peço a Deus que o tenha em mais alto grau.

Espero estar prestando uma homenagem ao meu velho.

Por tudo, obrigado meu pai.

Eu gostaria de expressar com palavras o que sinto no momento – um misto de tristeza e saudade – tristeza por não tê-lo mais por perto e saudade pelas suas brincadeiras em casa, com todos ao redor do velho rádio, ouvindo a “Caiari” com seus conselhos e piadas.

Tenho a absoluta certeza, que na mente de seus filhos, paira a vontade de gritar bem alto: OBRIGADO MEU PAI, POR TUDO O QUE FEZ POR NÓS.

A Deus apenas pede:

Cuida do meu velho.

Meu querido velho.

(Trecho de uma poesia publicada no dia dos pais no Jornal “O Guaporé” na década de 80. É apenas saudade, muita saudade do Velho Orlando Pereira da Silva)

 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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