Segunda-feira, 13 de junho de 2011 - 13h04
Já assisti inúmeras reportagens sobre o gol número 1.000 do Pelé.
E toda vez que assisto, também vejo a entrevista do goleiro do meu Vasco da Gama, o jogador Andrada.
Marcado em 19 de novembro de 1969, às 23h11, Santos 2 x Vasco 1, com 65.157 pagantes.
A partida era válida pelo Torneio Roberto Gomes Pedrosa, o campeonato brasileiro da época.
Aos 33 minutos do segundo tempo o zagueiro do Vasco Renê cometeu pênalti.
Pelé cobrou com pé direito no canto esquerdo do goleiro Andrada, que se esforçou, mas não conseguiu defender o pênalti.
Andrada não queria sofrer gol de Pelé pois achava que deixaria de ser conhecido como bom goleiro e passaria a ser lembrado somente como o goleiro do milésimo gol.
No fundo é uma verdade, conhecemos mais o goleiro Andrada por não ter defendido o pênalti que resultou no milésimo gol de Pelé, do que por tudo mais que ele fez em sua carreira futebolística.
Pelo menos, ele é lembrado.
Como é o nome do goleiro que anteriormente defendeu bolas que poderiam tem resultado no milésimo gol de Pelé?
Acredito que ninguém ou quase ninguém sabe quem foi o autor de tal façanha.
Então, o cara – Andrada – é famoso por ter sofrido um gol.
Com certeza quando estiver próximo do dia 19 de novembro de 2011 e dos anos seguintes, haverá alguma reportagem que falará do milésimo gol e, novamente, Andrada será lembrado.
Agora, vindo para os dias atuais.
Na despedida do jogador Ronaldo “o fenômeno”, em que o Brasil derrotou a Romênia por 1 x 0, nos 15 minutos que ele jogou, vários colegas de seleção, como Robinho, Neymar e outros, tentaram passar a bola para que o “fenômeno” fizesse um gol, ou seja, todos queriam ter o prazer e a imortalidade no futebol, por ter dado o passe para seu último gol.
O jogador Tatarusanu, goleiro da Romênia, no último dia 7 de junho, poderia ter conseguido sua imortalidade no futebol mundial, se a primeira bola chutada por Ronaldinho, não tivesse batido em seu peito – ou ele defendido – e fosse para o fundo do gol.
Imaginem só como ficaria o cara. Teria sofrido o último gol da carreira de um jogador invejável, como foi Ronaldo.
Ou seja, toda vez que alguém fosse fazer uma reportagem sobre a vida de Rondaldinho, com certeza falariam de seu último gol e com certeza também seria citado o nome do goleiro que o sofreu.
Assim como Andrada, Tatarusanu teria conseguido seu lugar ao sol.
Sofrido o gol feito por um gênio do futebol.
Fonte: Orlando Júnior / Auditor Fiscal, Escritor e Professor Universitário - orlandopsjunior@hotmail.com
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