Terça-feira, 5 de maio de 2015 - 11h12
Um dia se ter nem por que o coração estava apertado, angustiado.
A princípio poderia ser apenas impressão... ou não!
Fato é que parecia que não havia espaço suficiente no peito doía de tal forma, que a respiração era prejudicada.
De repente vinha uma vontade súbita de chorar, talvez, na ânsia de aliviar tamanha dor ou quem sabe angustia por não entender o real motivo, mas, as lágrimas insistiam em fincar guardas e um nó na garganta atrapalhava a possibilidade de tentar ao menos ir à busca de alguém que pudesse ajudar a resolver, mesmo que momentaneamente, esse coração aflito.
Eis que der repente, sem ao menos que esse coração se desse conta, havia alguém disposto a ouvir-lhe de forma despretensiosa, de oferecer-lhe um ombro amigo sem desejar algo em troca.
Assim esse pobre coitado, de tão fragilizado aceitou tamanha oferta, pois lhe parecia que havia encontrado pelo menos uma forma de aliviar seu peito.
O lugar do desabafo, ou melhor, da conversa amiga, das risadas de algumas bobagens ditas sem ao menos pensar nas consequências, foi uma pracinha, visitada por poucos, e por alguns que simplesmente passavam.
Sob a luz da lua, as horas passaram tão rápido que o coração aflito, nem sequer percebeu que já não sentia dor, que já estava aliviado.
Foi então, em meio a alguns devaneios, que percebeu que foi enganado várias vezes.
Primeiro pelo coração, pois não era dor, mas o vazio causado pela solidão, segundo que ajuda não era despretensiosa, pois havia por traz daquele gesto, desejos insanos de uma nova conquista e depois, que o ombro amigo, era apenas uma forma de aproximação, pois experiente como era o tal amigo, poderia em meio a conversas jogadas ao vento e com palavras bonitas ditas no momento certo, jogar a isca.
Tal atitude servira exatamente para que aquele coração, supostamente aflito, num momento de descuido, lhe desse as condições necessárias para arrancar-lhe um beijo que lhe deixaria com vontade de repetí-lo outras vezes.
E quarto, não menos importante, o engano de que um simples beijo roubado e que serviria apenas de desculpa para uma noite de amor e nada mais, se tornou o principal responsável pelo primeiro palpitar de uma paixão que dia após dia, tomaria conta de seu ser.
De tal forma e intensidade que inebriava a alma com um cheiro único que entrelaçava o corpo com os braços fortes e pegadas enlouquecedoras; que despertava desejos ocultos e a possibilidade de concretizá-los; que enchia o coração de amor, de vontade de tê-lo sempre por perto.
Envolvia com seu jeito encantador, mostrando-lhe o quanto a vida poderia ser boa ao seu lado, mas, que precisaria dividi-lo e não precisaria exigir que este despretensioso amor lhe tomasse em seus braços de forma única e decidida, pois não era capaz de amar-lhe com tanta entrega e intensidade.
Aquilo que parecia um sonho próximo a realidade transformou-se em escudos, em barreiras intransponíveis impedindo toda e qualquer possibilidade deste amor se tornar um só.
Eita coração aflito!
Dividido entre dois mundos totalmente diferentes, porém parecidos na forma de amar e aquelas lágrimas que não caíram para aliviar o tal coração apertado foram derramadas inúmeras vezes, sem ao menos ter aquele ombro amigo para enxugá-las, pois era exatamente o provocador de tamanha dor, ou melhor, de uma nova dor o tempo demonstrou a esse coração que o destino se encarregou de afastar, de aproximar, de mostrar direcionamentos que ambos não foram capazes de enxergar no momento certo.
E que quando tudo parecida perdido, o tal ombro amigo revelou tudo aquilo que precisava ser dito e feito num momento intempestivo, sem permitir o uso da razão, pois a emoção seria mais uma vez, o obstáculo para o enlace final.
Fato é que o tempo se encarregou de mostrar ao coração de que amor como esse jamais irá encontrar, que a distância alimenta a alma e acalenta o peito quando a saudade vem.
Que os desejos ocultos, precisam ficar guardados num pequeno baú, trancado a sete chaves de modo, que nem mesmo o mais curioso dos homens poderia saber de todo o mistério contido ali, e que somente os cúmplices deste amor poderiam revelá-los.
Que muitas vezes é preciso abrir mão de um amor para continuar ou encontrar outros.
Que as projeções de nossas vontades, se tornam frustrantes quando o outro não as atende.
Eita coração aflito!
Apaixonado que mesmo depois de tanto tempo, tantos tropeços não aprende a parar de sofrer, ou melhor, aprendeu sim, a buscar meios de se proteger, fechando os olhos e controlando a dor, pois por sua culpa abriu espaço para novas conquistas, talvez, não num banquinho de praça, mas quem sabe, sendo apresentada ao “Tazz”.
O acalento, é que quando o coração aflito encontra a sua paixão, o tempo que parece não ser favorável a eles, se apropria de um relógio que marca segundos, minutos e horas suficientes para uma entrega de amor, uma entrega que somente coração e paixão sabem o quanto custa cada segundo desperdiçado e que em exatamente trezes anos foram sendo construídos o alicerce para que as adversidades não fossem suficientes para destruí-los de forma tão banal.
Trata-se então, de uma bela história de amor que é impossível ter clareza, se as escolhas oferecidas pelo destino foram certas ou erradas, mas, o amor permanece e enquanto ele tiver forças estarão os amantes envolvidos, balbuciando palavras bonitas que tocam a alma, pedindo a Deus que os permita amar por outros “trezes” anos e quiçá pela vida inteira.
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