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Osmar Silva

33 - para salvar ou morrer


 
33 era a idade de Jesus Cristo na ocasião da sua morte. Por 33 anos ele viveu intensamente o amor ao próximo. A grande lição que nos deixou como legado. Para abrigarmos em nossos corações.

33 é o número de partidos políticos com os quais encerramos esse trágico ano. 33 siglas que não têm um pingo de amor pelo próximo, nem pelo Brasil. Não nasceram do amor por nós. Mas da ganância pela riqueza que produzimos. Lembram que o congresso aumentou de 300 para 900 milhões de reais o fundo partidário desse ano? Pois é.

33 deveria ser um número auspicioso. Mas, neste caso, não é. É somente o número de siglas de organismos políticos que deveriam nos representar. Mas não representam. Ao contrário, nos envergonham.

Estes 33 partidos estão eivados dos vícios e pecados que Aquele 33 passou a vida combatendo. Eles dizem representar e defender parcelas de pensamento da sociedade. Mas isso não é verdadeiro. Nasceram foi de olho na partilha do butim de quase 1 bilhão de reais.

Alguns deles até surgiram, lá atrás, imbuídos por boas causas. Mas, ao longo do caminho, também se corromperam. O que é lamentável, pois estão enxovalhando uma história construída por brasileiros que, verdadeiramente, amaram o Brasil. Homens e mulheres que, literalmente, derramaram sangue e deram a vida por uma pátria livre, igualitária, justa e honrada.

Eu derramei meu sangue juvenil no Largo da Glória e na Cinelândia, no Rio de Janeiro, por esse sonho de liberdade e de democracia. Por esse ideal republicano de estado de direito.

E no que nos transformamos? Num amontoado de 33 partidos que não representam e nem parcela da sociedade brasileira. Existe algum em quem eu ou você possamos confiar? Infelizmente, não.

Transformaram-se todos em mascates e camelôs para vender a República em fatias.

Ajustado o preço, abraçam qualquer causa em desfavor do cidadão que dizem representar. Eu e você. Nós, os otários.

Sabem o que estão fazendo durante o recesso do Congresso Nacional e do Poder Judiciário?  Negociando.

Em tenebrosas e infernais conspirações, vendem, à onça de ouro, o apoio que darão a esse ou aquele lado do embate que se instalou no país.

Em favor ou contra a presidente do Brasil. Em favor ou contra o presidente da Câmara dos Deputados. Em favor ou contra esse ou aquele envolvido na Lava a Jato.

Com o poder que o STF deu ao presidente do Senado, como presente de gratidão à senhora Dilma Roussef, não falta oferta de ouro e coroa de santo ao senhor Renan Calheiros, um dos vendilhões do templo, para que se incline para esse ou aquele lado.

O ouro é fácil de entregar. É só tira de nós. Já a coroa exige que desapareçam todos os processos que correm contra vossa excelência. Mas você acha que isso difícil? Nem de longe. Não faltará togado para encontrar a solução. Dentro da lei, lógico.

Difícil é defender o trabalhador da inflação e do desemprego, a empresa da voracidade tributária do estado, o doente da morte desassistida, a grávida de parir nas calçadas dos hospitais, a criança da violência dos adultos. E o cidadão da arma do bandido ou da polícia. Isso sim é difícil. Muito difícil.  

Mas nós continuamos pagando a conta. Mesmo sabendo que de cada um real que vai para o Bolsa Família, nove são surrupiados por quem nunca viu ou ouviu falar e, menos ainda, sentiu sequer o cheiro da corrupção. São todos santos. Até o juiz Sérgio Moro provar o contrário.

Talvez tenha sido por isso que as donas de casa do Bairro São Cristóvão, de Ji-Paraná, pegaram em tapas um ex-deputado em plena rua, frente às câmeras de televisão. Segundo elas, por estar mentindo ao dizer que estava solucionada a falta d’água que hes roubou a paciência durante o Natal.

É isso que a corrupção está começando a provocar em todos nós. Uma indignação de perder a cabeça. Até das pacatas de donas de casa.

OsmarSilva – Jornalista – sr.osmarsilva@gmail.com

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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