Terça-feira, 23 de fevereiro de 2016 - 07h07
O que está acontecendo no mercado da carne em Rondônia é uma canalhice. É a velha lei da selva: o maior comendo o menor. A supergigante Friboi toca a música que quer. E o criador de boi, querendo ou não querendo, se ver obrigado a dançar. O diabo é que o ritmo muda conforme a Região. A de Rondônia obriga fazendeiros, grandes e pequenos, dançarem um frevo arrochado. É pra se virar nos trinta, sem direito a água.
Outros estão em suave valsa. Recebendo altos valores por suas carnes, podem bochechar bom vinho enquanto a música rola. Mas em Rondônia, o cara tem que pular que nem pipoca e tomar cachaça, da boa? Não! É da reba mesmo! Com o preço pago pela a arroba do boi, só dá tomar ‘oncinha’ e olhe lá!
Esses gigantes do mercado ditam o preço que querem. Não respeitam o estado, governo, e quem mais se interponha. Até que, não aguentando mais, a classe produtora se revolta e busca seus direitos. É o que está acontecendo agora. Começaram com tímidas reuniões aqui e ali. Foram ampliando os contatos e envolvendo personagens da política e do governo. Encontros e debates em busca da fundamentação certa e da melhor estratégia de defesa.
Tanto, que já tem senador, deputados e até o governador Confúcio Moura envolvido na causa. O Estado debelou-se contra o tratamento discriminatório e claramente lesivo à economia de Rondônia por apresentar características de cartel. Comportamento criminoso previsto em lei.
Um próximo encontro com comissões de dos dois lado já está agendado. Dos criadores e dos industriais da carne. Afinal, por que foi mesmo que compraram quase todos os frigoríficos do estado e, em seguida os fecharam? A resposta está cristalina diante de todos: eliminar concorrência e estabelecer domínio absoluto do mercado. E assim, impor suas próprias regras. Restando aos criadores a única opção de pegar ou largar.
Ou R$ 120 por arroba ou nada. Os R$ 170 são reservados para a arroba do boi de outras plagas. E não adianta dizer que a carne daqui tem melhor qualidade. É por isso que o Estado, com todo o seu poder político, tem que entrar no jogo para defender a sua economia e o trabalho dos que constroem Rondônia. É uma questão de respeito.
Pena que, nesse embate, não vemos ninguém defendendo o consumidor. Este, apesar da crise, do desemprego e dos ganhos corroídos pela inflação, é quem paga a conta. É só olhar a tabela de preços nos açougues e supermercados. Em todo esse tempo o quilo da carne não baixou nenhum centavo. Ao contrário, aumentou.
Por que a arroba do boi caiu de R$ 170 para R$ 120 e o quilo da carne continua subindo em Rondônia? Porque o consumidor não tem a mesma capacidade de mobilização que as classes produtoras e industriais. Vulnerável, conta somente com órgãos insensíveis que carregam a atribuição de defendê-lo.
Cadê o Procom? O Ministério Público de defesa do consumidor? O Conselho Estadual de Defesa do Consumidor e a Associação Cidade Verde de Defesa do Consumidor? Cadê a ação desses órgãos para fazer baixar o preço do quilo da carne na mesma proporção que caiu o valor da arroba? Cadê o delegado Paulo Xisto? Será que os ilustres membros dessas entidades e órgãos não vão aos açougues? Não escutam os gemidos do povo espoliado que dizem defender?
Estes senhores precisam se mexer. Precisam tomar assento na reunião que vem aí agendada pelo governador Confúcio Moura. Ou vamos somente resolver o problema dos criadores, e deixar a dona Maria e o seu José curubijando a carne sem condições de comprar? Hein! Cê acha isso certo?
OsmarSilva – Jornalista –sr.osmarsilva@gmail.com
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