Sábado, 18 de julho de 2015 - 18h31
A República brasileira apodreceu. Desculpem, não é pessimismo. É constatação. Cheguei a esta conclusão ao ver a desfaçatez do presidente da Câmara Federal, deputado Eduardo Cunha, falando à Nação, sexta feira, em horário nobre de televisão. Delatado na Operação Lava a Jato por cobrar, pessoalmente, U$ 5 milhões roubados do povo brasileiro, se diz perseguido e declarou oposição à presidente Dilma, embora seja do PMDB, partido aliado do governo federal.
Aos brasileiros, nenhuma palavra sobre suas estripulias. Só tentativas de mostrar que, sob o seu comando, a Câmara está sintonizada com os desejos populares e agindo com independência. Uma tentativa de angariar a simpatia e salvar o sonho de sua candidatura à presidência da república. Mas já vimos que com ele não dá.
Como não dá com Renan Calheiro, presidente do Senado Federal, mas sujo que pau de galinheiro. Não dá com Lula, agora formalmente investigado por tráfico nacional e internacional de influência. Ato que abre caminho para outras investigações que poderão revelar sua verdadeira face e acabar com o cinismo de quem nunca não viu e nem soube de nada. Não dá com o presidente do Tribunal de Cotas da União, apontado de favorecer advocacia ilegal através do escritório do filho. Não dá nem com alguns ministros do Supremo Tribunal Federal, corte parcialmente partidarizada pelo PT cujo presidente, ministro Ricardo Lewandowski, realiza encontros secretos no exterior com a presidente Dilma. Comportamento nada republicano.
Dilma, que caminha célere para entrar na história do Brasil pela pior forma, perdeu a credibilidade e a oportunidade de fazer sucessor. Luta, agora, para salvar a própria pele diante de tantas denúncias de corrupção, de improbidade e omissão. Vive a agonia dos flagrados na mentira de pernas curtas, na iminência do castigo.
Como vemos, com raras exceções, nem as mais altas autoridades da República merecem a nossa confiança. Imagine os escalões inferiores. Senadores, deputados, ministros oriundos de partidos da situação e da oposição estão sendo desmascarados e denunciados por desvios de bilhões de reais de um povo que trabalha e sua a camisa todos os dias. Dá nojo de ver a cara de pau icônica do senador Collor de Melo se fazendo de inocente. Veja quantos executivos das empresas mais representativas do Brasil estão presos, denunciados, investigados, condenados. Gente que viajava, almoçava e jantava com a Lula e Dilma.
Os poderes político e econômico estão totalmente corrompidos. Para onde caminhamos?
Não desejo nem defendo golpes ou intervenções. Conheci a ditadura militar de 1964. Lutei contra ela no ardor dos vinte anos. Sou um de suas vítimas. Mas lembro de que a Revolução nasceu do pressuposto de danos que nação sofreria se continuasse com Jango apontando a bússola para a comunização do país. Sua proximidade com as esquerdas e os movimentos sindicais, deflagrou o processo de deposição.
O quadro hoje é mais grave. A corrupção sistêmica e endêmica tomou conta do Brasil. O pior é que é de cima para baixo, estimulando o mau exemplo. E o povo escravizado pelos mais altos tributos do planeta, trabalhando cinco meses por ano só para sustentar a e pagar a bilionária conta do dinheiro roubado pelas elites dos poderes. Além do peso do desemprego, da inflação corroendo os salários, dos juros de agiota dos financiamentos e prestações.
Testemunhamos o maior roubo da história do Brasil e um dos maiores do mundo.
Em 1964 havia o pressuposto de dano irreparável. Em 2015 vivemos as consequências do dano irreparável cometido. Por isso, a reprovação de 90% do povo brasileiro expressa nas pesquisas.
O que estamos esperando?
OsmarSilva – Jornalista – sr.osmarsilva@gmail.com
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