Domingo, 4 de abril de 2021 - 08h27
Certo tempo atrás, no mundo onde fui criado e educado, o Sábado
de Aleluia era o dia mais esperado e também o mais temido da Semana
Santa. Um dia especial onde a palavra esperança era das mais
pronunciadas. E tão forte era, que esquecíamos dos temores de castigos
preanunciados, por condutas indevidas, no decorrer dos dias santos, quando os
pais não podiam castigar os filhos. Então, tudo ficava para o dia seguinte à
Sexta-Feira da Paixão.
Nossa alegria infantil começa nos primeiros albores do Dia
da Aleluia quando, ao acordar, já corríamos para ver o malhar do ‘Judas’
que traiu Jesus. E bater nos ‘judas’ que traiam o povo. Era o
viés político, mas os meninos não sabiam desse lado. Viam a folia. Até porque,
na cabeça de cabaça de alguns judas, montados em velhas roupas remendadas, com
caras de mau, haviam balas de vários sabores que se espalhavam pelo chão e,
alí, estava a graça das crianças. E, mais uma vez, a esperança se aguçava:
recolher o mais que pudesse.
O dia do Sábado de Aleluia era uma festa só.
Comidas e doces diferentes, bonitos e saborosos. A troca de pratos entre as
famílias e vizinhos, eram constantes. E quem eram os estafetas? Nós, meninos,
claro! Assim, beliscávamos todas as delícias. E, à noite, íamos todos à igreja
festejar a Ressureição de Jesus. Uma missa cantada, em latim, muito bonita
e que todo mundo sabia. Até eu, como coroinha, na minha bata branca coberta por
outra vermelha, sabia responder minhas falas no ‘domminus vos hibiscu’ com
‘et
cum spíritu tuo’.
Hoje, a esperança se renova e se anuncia num
tempo de grande flagelo e aflição. Tempos preanunciados pelo o evangelista
Mateus no Capítulo 24 da Bíblia Sagrada. Ocasião em que Jesus nos revela o fim
dos tempos e a sua volta. E fala do começo das dores humanas. A Pandemia do
Novo Coronavírus nos leva a esta reflexão. Mas lembremos, o tempo de Deus não é
o tempo dos homens. Ele é o dono do tempo.
O Deus que nos
alerta é o mesmo Deus que castiga
nossas hipocrisias e má-condutas. Mas é também, o mesmo Pai que enviou o Seu Filho
como mensagem viva de esperança e de salvação a todo ser
humano pelo amor, pela fé, pelo o arrependimento, pela a compaixão e pelo
perdão.
A esperança agora se materializa na
vacinação contra o Covid-19, dádiva de Deus
à inteligência humana. E, ainda, nas práticas de higiene e conduta social de
distanciamento. É assim que Ele demonstra
o cuidado de Pai para os que O reconhecem, O aceitam, O amam.
Nestas normas, estão a Esperança
de Salvação. Quem obedecer, terá vida em abundância.
Osmar Silva-Jornalista-Presidente da Associação
da Imprensa de Rondônia-AIRON e da Federação Nacional dos Comunicadores
Seccional Rondônia-FENACOM
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