Quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013 - 20h51
O autoelogio é a promoção dos tolos que acham que são, e não são. Quem diz ‘eu sou’, não é. Não existe mérito na autopromoção. Só serve para denunciar a própria vaidade, passar recibo de que não é o que pensa que é, e é uma vã tentativa de ocultar complexos inferiores. Principalmente quando o personagem coloca-se acima dos demais. Como se fosse especial. Membro de uma casta superior. E pior fica quando confessa pretensa humildade. Aí o discurso recheia-se de arrogância intolerável e inócuo.
Não nutro gosto nem admiração por indivíduos que jacta-se do próprio peito de pombo coberto de medalhas, comendas, títulos, diplomas e penduricalhos afins. As exibições gratuitas são mais apropriados aos peitorais de marechais de republiquetas africanas, asiáticas e caribenhas como Idi Amim Dadá, Muammar al-Gaddafi, Kim Jong Un ou qualquer um de Uganda ou Somália, são bons exemplos.
Em muitos casos os títulos são distribuídos com critérios duvidosos e claro interesse de realizar a autopromoção de grupos políticos que se auto protegem, como vem ocorrendo ultimamente, com a Medalha Mérito Marechal Rondon, a mais importante comenda do Estado de Rondônia, distribuída em igrejinhas de apaniguados incluindo o próprio concessionário. Que valor tem?
Existem ainda confrarias ditas culturais, isso e aquilo, que também funcionam, supostamente, em função do reconhecimento de valores da sociedade que representam. Até estas acabam caindo na cilada de grupo em que um joga confete para o outro e este para aquele e assim vai. Que importância tem isso?
E teria ou terá muita importância e muito valor. A sociedade tem seus valores. Ela os constrói e os revela. E os quer como exemplos a ser seguidos. Se estas entidades do autoelogio tiverem um olhar aberto para o que acontece no seu entorno e a humildade de reconhecer autênticos valores nascidos do povo e das suas manifestações, certamente prestariam digno trabalho em favor da sociedade e obteriam o reconhecimento público. Esse sim, o que realmente importa.
Por isso, prefiro ficar com o exemplo dos que realmente são imortais por suas obras e feitos, consagrados pelos povos de todas as aldeias. Reconhecidos por todos e humildemente admitido. Como o grapiúna Jorge Amado e o portenho Jorge Luis Borges. O poeta Telmo Padilha e o romancista Graciliano Ramos. O Vampiro Dalton Trevisan e o poeta Pablo Neruda. Ou o historiador regional Emanuel Pontes Pinto, que a todos acolhia no O Guaporé sem discriminar, pejorativamente como aventureiros, os novos rondonienses, por adoção e opção, que chegavam para ajudar construir o novo estado.
Ou ainda o jornalista Euro Tourinho que não jacta-se dos seus merecidos diplomas. Ou como Jorge Teixeira, que sabia que da força dos braços destes migrantes sairia o novo Estado. E o Manelão com a sua Banda do Vai Quem Quer. Estes a todos abriram os braços em boas vindas, sem a carteirada ridícula do “você sabe com quem está falando?”. Estes sim, imortais.
O resto? é o resto que se compraz na aleivosia das confrarias do mútuo elogio, estéril e improdutivo.
Osmar Silva – Jornalista – sr.osmarsilva@gmail.com
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