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Gente de Opinião

Osmar Silva

Carnaval espichado


Vi, recentemente uma entrevista com a ‘piranha’ Rosique Machado e, também, uma matéria do desfile do Bloco do Pirarucu. Mas não ouvi ou vi nada sobre o Bloco da Cobra. Ainda existe?

Parece-me que o Machado, fotógrafo dos bons, continua no reino aquático. Agora, um baita ‘piranhudo’ experiente, com afiadíssimos dentes prontos para arrancar nacos das partes mais abundantes das ‘piranhas’ invejosas que nadam por aí. Ainda bem que os ventos maus que o atingiram na maturidade não lhe roubaram a alegria de viver. É um dos foliões simbólicos do Carnaval de Porto Velho.

As imagens do Bloco do Pirarucu me chamaram a atenção: não vi uma reles referência visual ao nobre “Bacalhau da Amazônia” que dá nome à entidade do Reino de Momo. Será que simplesmente se esqueceram do símbolo aquático ou os descuidados veículos não o mostraram?

E o Bloco da Cobra ainda existe? Lembro-me de muitos carnavais nos quais víamos os brincantes se enroscando numa cobra enorme, malfeita, disforme, sem definição de espécie ou cor. Era uma jiboia, ou uma sucuri? Era uma cobra d’água ou uma cascavel? Para muitos era a materialização das ‘cobras’ que nos cercam no dia-a-dia das nossas vidas. Envolvem-nos e, em seguida, tentam nos devorar. Recentemente dei de cara com uma dessas. Para outros, era só uma cobra qualquer.

Olhando o calendário do Carnaval de Porto Velho descobri que teremos um dos carnavais mais esticados da história. Vai de agora até o último dia de fevereiro. Por que isso? Viramos a 2ª Bahia ou a 2ª Olinda, onde a folia nunca acaba? Ou é porque somos endinheirados?

Nada disso. É por falta de dinheiro mesmo. Acabaram os tempos das burras públicas despejando ouro nas contas das entidades carnavalescas. Secou a fonte. Não existem mais sobras para farras pagas pelo explorado contribuinte. Assim, as entidades precisaram de mais prazo para arrecadar e por blocos e escolas nas ruas. Sem fazer tão feio.

Na verdade, o Carnaval de Rondônia nunca foi uma festa de todos. Não tem a força sedutora do Rio de Janeiro, Salvador ou Recife.

Não existe um município do estado onde o Carnaval desponte como evento principal. Sempre foi um evento adstrito à aquele local da cidade. Se você se afastar quinhentos metros não verá nem ouvirá sinais da folia.

Resta à Banda do Vai-Quem-Quer e ao Galo da Meia Noite segurar as pontas e a tradição. Até porque, quem vem despontando é o ‘carnaval religioso’, que aproveita a época para cantar e pular em louvor a Deus. E fazer o milagre de encher o bolso dos cantores gospel.

Na verdade minha gente, sofrendo ‘pragas’ como zika, dengue, microcefalia, barragem de Mariana, inflação, juros de agiota, desemprego além de governo federal e Congresso corrompido, só nos resta pegar na mão de Deus ou abraçarmos ao Capeta.

Osmar Silva – Jornalista – sr.osmarsilva@gmail.com  

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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