Sábado, 9 de abril de 2011 - 21h29
Quem são os nossos jovens? Quem são nossas crianças? Quem são nossos filhos, esses seres amados e desconhecidos? Que caráter terão, que alma abriga seus corpos tenros? E mais importante: o que serão? Dar-nos-ão orgulho, ou tristeza e dor? Acolherão-nos em seus corações ou nos rejeitarão?
Sem dúvida a tragédia, na escola do Rio de Janeiro, que ceifou tantas vidas inocentes está suscitando essas questões dentro de todos os lares. Ricos ou pobres. Na cidade e no campo. Consternando a todos. Afinal, não foi uma batalha entre facções ou quadrilhas de criminosos. Foi uma guerra de um lado só. De um jovem cuja vida já se esgotara. Ainda no começo da caminhada, já perdera o sentido, a razão de ser.
No momento em que escrevia esse artigo, olhei pra sala e vi meu filho de nove anos e minha enteada de 19. O primeiro, desenhava placidamente em seu caderno, apoiado no sofá. Constantemente me interrompendo para mostrar-me sua arte. A outra navegando pela internet, construindo amizades com seres virtuais de um mundo desconhecido. E encho-me de interrogações. E se eles não são o que imagino ou se não vierem ser o que espero que sejam? De quem será a culpa? Minha? Só minha?
Não. Não vou aceitar essa responsabilidade sozinho. Que direi? Que é da sociedade? Não. Logo me dirão: a família é a célula da sociedade. É a matriz dos valores que nortearão as jovens vidas. Estarei de acordo. Mas e daí? O governo, então, é o culpado? De novo me dirão: não. Quem pariu Mateus que o embale. E então? A verdade é que todos somos culpados. Nossa omissão insensível, nosso egoísmo que não permite ver-mos o próximo e a sua dor. Esse culto ao consumo e à satisfação material nos cega para a realidade que nos cerca. Nos torna desumano. Aí está nossa culpa. Em todos os níveis.
Aquele jovem já estava destruído e ninguém viu. Ninguém percebeu seus sinais pedindo socorro. Seus últimos atos foram de vingança contra uma sociedade que o ignorou, esqueceu. E procurou atingi-la no ponto mais sensível. No coração, na alma. Ferindo-a através do bem mais valioso: seus filhos. Ele também queria viver. Mas ninguém o viu, e nem à doença que o consumia. Agora, todos choram. Até a presidente da República. Será remorso?
Osmar Silva
Sr.osmarsilva@gmail.com
Fonte: Jornalista Osmar Silva/DRT 1035 - sr.osmarsilva@gmail.com
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