Quarta-feira, 16 de abril de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Osmar Silva

DESAFIO DE CONFÚCIO


Das três principais obrigações constitucionais do estado com os cidadãos – saúde, educação e segurança -, o governo de Rondônia avançou nos dois primeiros. O terceiro está em construção desde o primeiro mandato. Embora autoridades do setor mostrem índices de redução em alguns delitos, não conseguem tirar da sociedade a sensação de falta de polícia no combate ao crime.

Quando o cidadão ver sua casa ou sua empresa invadida à luz do dia, à frente de todos, dominado e humilhado por bandidos que recolhem dinheiro e produtos, o sentimento de impotência e abandono toma conta de sua alma. Se no meio disso sua família é moral e fisicamente agredida, a revolta e a indignação não tem tamanho. Principalmente contra o governo, que come os seus impostos, e não lhe dá a proteção nenhuma.

A percepção pública, - quando alguém é abatido num ato sem causa, quando uma jovem é violentada e agredida ao retornar da escola ou da igreja, quando o idoso ver sua aposentadoria sendo levada por bandidos, - é de que não tem polícia nas ruas. E nem governo.

E não adianta mostrar redução de homicídios e de mortes no trânsito. Mesmo sendo verdade. O que resolve é ver a polícia fardada e armada nas ruas, nas escolas, nos bancos, nos centros comerciais, nas praças, nos bairros, fechando as bocas de fumo, agindo, prendendo. Não dando moleza pra bandido. Como não ver, critica e condena. E conclui que a cidade está entregue aos bandidos. Reclamar! Pra quem?

O governo vem construindo as Unisps para oferecer infraestrutura física digna a policiais e cidadãos, vem investindo em polícia técnica, equipamentos e materiais, veículos terrestres e aéreos, na melhoria salarial dos profissionais da segurança. Em recente ato, derrubou entraves e realizou promoções em todos os escalões da Polícia Militar de Rondônia. De sargento a coronel. É, agora, uma das polícias mais bem pagas do país.

E o que ainda falta? Para deputados e vereadores que adoram reclamar, denunciar e exigir, em discursos raivosos, a ação do governo e da polícia na defesa do patrimônio e dos cidadãos, falta muita coisa. Principalmente PM.

Tanto que em recente discurso na Assembleia Legislativa, a deputada estadual Lúcia Teresa exigiu que o governo contrate, com urgência, mais policiais. Certamente por achar o efetivo pequeno para atender os quase dois milhões de rondonienses. Pode ser.

Mas dias antes o deputado estadual Hermínio Coelho obteve votos para aprovar lei garantindo segurança policial ao ex-procuradores geral do Ministério Público por tempo igual ao que exerceu a direção do órgão. É provável que a deputada Lúcia tenha votado a favor. E lá se vão mais meia dúzia de militares garantir a segurança de um único servidor público, cidadão igual a mim e a você. Embora ele discorde. Não é uma vergonhosa e imoral contradição? Não é esse mesmo ente público que tem obrigação constitucional de defender a isonomia e a igualdade de todos perante a lei?

Como vemos, não é fácil mudar as coisas. Mudar hábitos, mordomias, quebrar paradigmas. E esse é só um exemplo. Esses privilégios é que roubam os policiais das ruas. Sem falar nos que exercem funções burocráticas, própria de civis.  

Embora a Policia Militar já esteja se mexendo, garantir segurança continua sendo o desafio do governador Confúcio Moura. Se ele desatar esse nó, a deputada Lúcia não precisará pedir a contratação de mais PMs. E o cidadão sentirá segurança para trabalhar e construir, vendo policia nas ruas. 

OsmarSilva – Jornalista – sr.osmarsilva@gmail.com 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

Gente de OpiniãoQuarta-feira, 16 de abril de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Língua de Fogo – O desafio do Léo em reeducar o povo e manter a cidade limpa

Língua de Fogo – O desafio do Léo em reeducar o povo e manter a cidade limpa

É mais fácil erguer um prédio, abrir uma estrada, construir uma escola ou fazer uma ponte, do que mudar velhos e arraigados costumes, onde a boa edu

Língua de Fogo – Hora das facadas da maldade nas costas do povo

Língua de Fogo – Hora das facadas da maldade nas costas do povo

Sexta-feira gorda de Carnaval, último dia útil de fevereiro, 28.Oportunidade boa para os parlamentos municipais, estaduais e o Congresso Nacional, r

Língua de Fogo – Decano do STF não é luz, é sombra que desonra a Corte Suprema

Língua de Fogo – Decano do STF não é luz, é sombra que desonra a Corte Suprema

A luz cadente de Ulysses Guimarães continua a iluminar cabeças e corações de boa vontade no Brasil:“A voz do povo é a voz de Deus. Com Deus e com o

Língua de Fogo – STF: origem das piores notícias que atormentam o país

Língua de Fogo – STF: origem das piores notícias que atormentam o país

Eu lutei contra a Ditadura Militar de 1964. Quando fecharam o Calabouço, no Rio de Janeiro, um restaurante/escola, em frente ao Aeroporto Santos Dum

Gente de Opinião Quarta-feira, 16 de abril de 2025 | Porto Velho (RO)