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Osmar Silva

O julgamento


Não estranhe nem se espante se os deputados acelerarem o processo de julgamento dos quadrilheiros da Assembléia Legislativa nesta semana. De repente até julgam e votam as medidas punitivas que acharem por bem aplicar. Quem sabe se encham de coragem e façam o que deve ser feito, que é o que a sociedade espera que façam: cassar o mandato dos réus flagrados e confessos roubando dinheiro da saúde de Rondônia. Seja o que for que venham a fazer, aproveitarão o longo feriado da Capital que começa na sexta feira, para sumirem. Desaparecerem até a próxima quarta feira com a poeira assentada.

Mas não alimento maiores esperanças apesar do discurso moralizante do presidente da Casa. Tudo indica que ele está sozinho neste discurso. E que o discurso não passa de discurso. Peça teatral para iludir incautos. Se eu estiver errado, não demorará muito para que todos saibam. Louvarei a Deus se estiver errado. Até rogo ao Criador para que eu esteja equivocado.

Mas o que vimos nestes últimos dias foram manobras para evitar o justo castigo dos réus. Renunciar aos cargos da Mesa Diretora, dizem, seria um auto castigo que se somaria a uma suspensão de trinta dias do exercício do mandato. Você quer exemplo de covardia maior que essa? Indivíduos que não tem hombridade, honradez nem a mínima coragem para assumir as conseqüências dos seus atos! Você vota, faz negócio e confia em gente que não honra a palavra nem assume o que faz?

Como todos estão naquela condição de não poder atirar a pedra por também terem pecados, buscam forma de livrar a cara dos ‘parceiros’ pelo medo de que, sentindo-se traídos, acabem revelando condutas impróprias dos seus algozes. É aí que está o X da questão. Diante deste juízo talvez o único a perder o mandato seja o chefe da quadrilha Valter Araújo, por não estar presente olhando nos olhos dos ex-comandados. Mas foi burro colocando-se na condição de foragido. Por isso ele, talvez unicamente ele, perca o mandato como castigo. A ausência do ex-chefe os encherá de coragem e o cassarão.

Mas a espada de Dâmocles está sob a cabeça dos deputados. Se cassarem seus parceiros correm o risco de serem delatados e,dizem, de sofrerem ‘acidentes estranhos’ ao longo do percurso de suas vidas. Se facilitarem a vida da quadrilha e os deixarem impunes, eles já sabem, serão punidos severamente nas urnas dentro de 24 meses. A traição ao povo de Rondônia não ficará de graça. E nem se iludam com o papinho de que o povo tem memória curta. Tem memória sim, e cada dia mais longa.

Quando a dona Maria rouba uma lata de leite para o filho faminto, vai presa na hora e fica mofando na cadeia. Ou um trabalhador desempregado furta uma botija de gás, apodrece nas celas fétidas do estado. E estes quadrilheiros que foram flagrados roubando milhões dos doentes do estado, de gente que perdeu a vida por falta de remédio, de socorro, de médicos? Vão pra casa numa boa? Comemorar com champanhe e caviar pagos com o fruto dos roubos? Não! Não podemos aceitar isso. Estas condutas são incompatíveis com a Justiça e com as boas práticas do povo de Rondônia. A sorte está lançada. É a hora da onça beber água. Alguém tem que pagar. E vai pagar. Ou ‘eles’ ou todos eles.

Osmar Silva
sr.osmarsilva@gamil.com

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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