Quinta-feira, 10 de janeiro de 2013 - 16h52
O presidente da Assembléia Legislativa anda demonstrando a preocupação de que os movimentos políticos do governador de Rondônia possam por em risco seu novo mandato de executivo do segundo maior orçamento do estado. Será somente uma desconfiança ou temor? Não se pode negar-lhe o direito de perder algumas horas de sono meditando sobre o assunto. Afinal, a Casa de Leis tem um triste histórico de mudanças nas leis que a regem para atender ao apetite e ambição do seu dirigente de plantão.
Foi assim com os deputados Natanael Silva e com Carlão de Oliveira, por exemplo. Os dois negociaram um segundo mandato mal acabara de obter o primeiro. E, para isso, mudaram a legislação. Eles tiveram ‘cacife’ para conquistar – muitos conjugam o verbo ‘comprar’ – os votos necessários à mudança casuística. Sempre em favor de interesses mera e puramente pessoais, nunca em favor dos interesses da sociedade. E o pior de tudo é que todos acabaram na cadeia e cheios de processos pelo resto da vida. Incluindo o mais recente, Carlos Araujo, condenado pela Justiça, a passar os restos dos seus dias na prisão. Traído e cassado pelos seus pares, encontra-se foragido.
Estes conquistadores de duplo mandato da Assembléia Legislativa aspiravam a cadeira do governador de Rondônia. Pelo tapetão, preferencialmente, ou pelo voto, num plano B. Todos envergonharam os cidadãos rondonienses e enxovalharam a imagem deste generoso Estado de Rondônia deixando seus eleitores humilhados, com a cara no chão, na lama. Quem não se lembra disso, hem?
Pois agora o atual presidente Hermínio Coelho está lutando para manter de pé a espúria eleição que conferiu a Carlos Araujo o segundo mandato em menos de sessenta dias de conquistado o primeiro. Como herdeiro desse espólio, na condição de vice, luta para mantê-lo. E expõe publicamente o medo de perdê-lo. Por quê?
Abyssus abyssum invocat, sábio provérbio latino recentemente invocado por respeitável colunista em defesa da aspiração herminiana, dando conta de que abismo atrai abismo, ou seja, desgraça atrai desgraça. É realmente uma tradução profética. Recordemos, mais uma vez, o que aconteceu com os que o obtiveram. Lembremos ainda o contrate que representa ser esse mandato reclamado por quem tem a moralidade, a ética e a honestidade como bandeira. Terá sido moral e ético o processo de aquisição deste desejado segundo diploma? A que interesses atendeu, a quem serviu e quanto custou? Hein !!! Diga Aí!
Terá validade um mandato obtido por um ladrão, chefe de quadrilha, condenado e foragido da justiça? Um diploma negociado e conquistado nas trevas por um fora-da-lei? Poderá, moral e eticamente, o herdeiro do fatídico espólio reclamar sua posse?
Se o reclamante é, como afirma ser, um cidadão honesto, íntegro, de moral e comportamento ilibado, não seria eticamente correto que estivesse defendendo uma nova eleição limpa, livre, democrática, sem oferta de favores ou promessa de qualquer natureza? Ao invés de brigar pela manutenção de uma excrescência jurídica que só nos envergonha? Deveria, isto sim, estar pugnando para varrer da Casa Legislativa do povo os instrumentos malignos que a tornaram uma triste caricatura bem ao gosto das pilhérias da mídia nacional. E mudar, de fato, a cara da Assembléia Legislativa do Estado de Rondônia. Praticar, efetivamente, o discurso que tanto prega. Essa é a verdade. Ou estou errado?
Osmar Silva – jornalista – sr.osmarsilva@gmail.com
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