Sábado, 30 de junho de 2012 - 00h04
O quadro negro, que hoje pode ser verde ou azul, continua simbolizando a aprendizagem, a educação. Entretanto, seria necessário que ele fosse multifacetado. E que cada face, interligada às demais, se constituísse em uma única peça. Sólida e uniforme. Essa alegoria quer simplesmente dizer que a Educação tem muitas faces. E que basta que uma delas perca a sintonia com as demais para que o seu objeto principal, o aluno, seja prejudicado.
Fiz esta introdução para examinarmos as razões de pelas quais os esforços de inclusão digital dos estudantes das redes públicas de ensino andam tão devagar. Há escolas em que os computadores estão ficando obsoletos antes mesmos de serem ligados às tomadas. Envelhecem nas caixas. Hora em função da rede elétrica não suportar a carga de tantos aparelhos ligados ao mesmo tempo. Hora pelo fato simples de não haver espaço para instalá-los. Assim, o anunciado e esperado laboratório de informática continua sendo somente um sonho. Querem ver outro problema? Quem vai ensinar aos alunos? Hein!!!
Pois é. Está aí mais um problema. Na maioria absoluta das escolas, professores experientes de matemática, português, ciências ou geografia, não sabem manipular um micro computador. Mal o arranham. Devagar e timidamente. Não foram treinados, não receberam curso nenhum para trabalhar com os alunos. E aí se escudam nos obstáculos apontados e na desculpa de “nem temos internet!” Na verdade, não querem passar vergonha nem constrangimento diante de alunos expertos que sabem mais, muito mais, que o professor. Parece uma bobagem não é? Mas a cabeça das pessoas funciona assim. São atitudes que não se assume, mas se pratica.
Então, é melhor que fique assim. Nosso laboratório não funciona porque não temos internet e não tem dinheiro para mandar refazer a rede elétrica e nem fazer as instalações necessárias. E assim, eles caducam dentro das caixas. E os alunos continuam distantes de uma ferramenta que os coloca em sintonia com o mundo. Como ‘não tem computador’, evita-se o vexame de ter de corrigir uma redação on-line onde vc significa você. Os meninos vão praticando nas lan houses. Professor não freqüenta lan house. Não tem tempo. Assim, o português estropiado e mutilado exposto nas redes sociais da internet, vai formando intelectos que não ultrapassam ao mais singelo teste de redação.
E este elo desajustado da corrente provoca danos irreparáveis. Na inércia de professores acomodados no velho jeito de ensinar, na insensibilidade de gestores desajustados com as necessidades e com os avanços tecnologicos, vamos empurrando alunos deficientes para os níveis superiores. Vamos formando tecnolóides que não atendem as exigências do mercado, cada vez mais seletivo em busca de gente competente.
O professor foi, é e continuará sendo para todas as gerações, a referência, aquele que sabe mais, o mestre. Para não constrangê-lo e não decepcionar o aprendiz é necessário que tenha todas as condições de atualização e de acompanhamento dos avanços tecnológico. E ele, rompendo o comodismo, não perca a inquietude do menino que lhe habita e quer saber mais. Manter desperta esta criança é o caminho da sabedoria que encantará alunos de todas as idades.
Osmar Silva
sr.osmarsilva@gmail.com
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