Terça-feira, 15 de abril de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Osmar Silva

Os desbravadores


Por Osmar Silva

Ele chegou recentemente. Visitou cidades e reviu amigos. E constatou a evolução de sua obra. Ele pertence a, um grupo de pessoas que chega, dá o melhor de si, deixa sua marca na sociedade e vai embora, silenciosamente. Assim também se dá quando resolve reaparecer. O rádio bôca-a-bôca funciona com agilidade e eficiência, criando oportunidades de abraços e alegrias mil. Pois embora tenha sido rigoroso na cobrança de tarefas ou do que quer que lhe tenha sido prometido por qualquer pessoa ou ente, deixou também a marca de amigo solidário e fiel. Além de realizador.

Foram os eflúvios do Natal que trouxeram a Rondônia o Padre Eloy. O seu nome evoca temas do seu tempo que continuam tão presentes. Exemplo disso é o Programa Terra Legal que, sob a batuta da presidente Dilma Roussef no país e do governador Confúcio Moura no estado, que busca imprimir o rítmo que o Incra perdeu na luta pela regularização fundiária e pela paz no campo. Ele ao seu tempo esteve presente nos anseios das famílias que vinham de todos os cantos em busca do ‘El dorado’.

Foi numa madrugada que nos encontramos no pátio do Incra de Ariquemes . Lá estavam vários colonos com seus cacaios repletos de mantimentos, ferramentas, remédios e sementes. Almas cheias de fé e peitos estufados de coragem. Estávamos prontos para embarcar nos ônibus minissaia já estacionados. Eles não tinham consciência, nem nós, mas estávamos protagonizar um episódio da história de Rondônia.

Os ônibus, com aquele grupo de pessoas, percorria, ainda com noite escura, as estradas de chão rumo ao Projeto de Assentamento Machadinho. Tratava-se dos primeiros colonos a por os pés naquele pedaço de sertão no extremo Norte do País. Entre eles, o executor Lopes, o padre Eloy e este repórter, à época, dono do O Parceleiro. Foi ele, o padre Eloy, que fez a primeira oração nas terras do Machadinho. E foi o colono Severino que recebeu o primeiro lote do que viria ser o pujante Município de Machadinho d’Oeste, extraído do Município de Ariquemes. Quem imaginaria que aquelas pessoas deixadas naquelas matas a 150 quilômetros de Ariquemes estavam protagonizando o nascimento de uma cidade? Será que, após enfrentarem as onças e os mosquitos da malária elas ainda estão por lá? Foram desbravadores como estes que deram seu suor e o seu sangue na construção desse estado hoje tão vilipendiado.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

Gente de OpiniãoTerça-feira, 15 de abril de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Língua de Fogo – O desafio do Léo em reeducar o povo e manter a cidade limpa

Língua de Fogo – O desafio do Léo em reeducar o povo e manter a cidade limpa

É mais fácil erguer um prédio, abrir uma estrada, construir uma escola ou fazer uma ponte, do que mudar velhos e arraigados costumes, onde a boa edu

Língua de Fogo – Hora das facadas da maldade nas costas do povo

Língua de Fogo – Hora das facadas da maldade nas costas do povo

Sexta-feira gorda de Carnaval, último dia útil de fevereiro, 28.Oportunidade boa para os parlamentos municipais, estaduais e o Congresso Nacional, r

Língua de Fogo – Decano do STF não é luz, é sombra que desonra a Corte Suprema

Língua de Fogo – Decano do STF não é luz, é sombra que desonra a Corte Suprema

A luz cadente de Ulysses Guimarães continua a iluminar cabeças e corações de boa vontade no Brasil:“A voz do povo é a voz de Deus. Com Deus e com o

Língua de Fogo – STF: origem das piores notícias que atormentam o país

Língua de Fogo – STF: origem das piores notícias que atormentam o país

Eu lutei contra a Ditadura Militar de 1964. Quando fecharam o Calabouço, no Rio de Janeiro, um restaurante/escola, em frente ao Aeroporto Santos Dum

Gente de Opinião Terça-feira, 15 de abril de 2025 | Porto Velho (RO)