Quarta-feira, 14 de janeiro de 2015 - 16h30
Não tem lugar seguro nem tem hora certa. Pode ser a qualquer instante e em qualquer lugar do planeta. Até no Brasil, não nos iludamos. O terrorismo que eclodiu na Capital da Luz e da Liberdade, Igualdade e Fraternidade, pode chegar aqui sim. Somos o país da paz, do samba, do futebol e do Carnaval? E daí? Somos também uma das maiores nações católica do mundo. E isso açoda aqueles para quem somos ‘infiés’ a ser combatidos. A religião. Ela, sempre ela. Usada como motivo para tantas guerras, violências e mortes desde antes de Moisés. Mas o Brasil é um país neutro e laico, alguém me lembrará. E é verdade. Mas só isso não basta para nos tirar do alvo de fanáticos.
Embora faça parte da aliança de países que combatem ditadores, tiranos e déspotas mundo afora, a França, desde a II Guerra Mundial não sustenta guerra particular com ninguém. E é uma das nações da fraternidade universal que acolhe gente de todas as partes. Paris, é o objeto do desejo de dez entre dez aspirantes a turista do mundo por sua beleza, história, cultura mas, também, por sua segurança e qualidade de vida.
Como vimos, lá também chegou o terrorismo oriundo de facções que se declaram em permanente guerra santa em nome de sua religião. Células como as criadas em Paris, formadas por jovens patriotas coaptados pelo terror, se transformaram num câncer que ameaça se alastrar o mundo, demonstrando altíssimo grau de periculosidade. Elas desafiam as autoridades na sua identificação e monitoramento. Como controlar filhos pátrios descontentes com qualquer coisa de sua terra? Como desconfiar do rapaz brejeiro ou da moça bonita que vão pro shopping, pras baladas e passeios junto com nossos filhos?
Num país, como o Brasil, essa gente não encontraria nenhuma dificuldade. Nossas periferias e favelas urbanas estão cheias de jovens sem rumo e sem destino. São meninos e meninas egressos de lares desfeitos, de famílias destruídas pelas drogas, vícios e miséria. Juventude advinda de uma educação perversa que não os prepara para o mercado de trabalho, para a vida competitiva de um mundo consumista, que os exclui. Pronto. Taí a farta mão de obra. Prontos para ‘trabalhar’ e começar sua vindita aqui mesmo, contra nós que não os enxergamos. Até agora, só quem os ver são os chefões das contravenções e do crime organizado. É quem lhes oferece tênis de marca, bonés ostentação e aventuras.
E que estamos fazendo para evitar essa tragédia? Não temos os recursos financeiros e nem tecnológicos dos países do primeiro mundo. Não temos sequer uma estratégia, um plano. Mas temos enormes fronteiras por água e por terra que sequer conseguimos vigiar. Imagine controlar a entrada de quem quer que seja. Por elas, passam tudo. Mercadorias contrabandeadas, drogas, armas e, lógico, gente. De todo lugar e de todas as ideologias. Talvez, por isso mesmo, Kayke Luan Ribeiro Guimarães, jovem brasileiro de 18 anos, detido na fronteira da Bulgária com a Turquia, esteja sendo investigado pela a Espanha por estar, supostamente, a caminho dos campos de treinamento do Iêmen. Quantos Kaykes já não existem espalhados por aí aguardando a ordem de um louco fanático religioso?
Pobre de nós que não conseguimos nem debelar nossa ‘guerra interna’. Matamos cerca de 70 mil pessoas por ano somente com duas ações(omissões): homicídios e acidentes de trânsito. Ou seja, passamos pelo fio da foice da morte, um Maracanã lotado por ano. E não conseguimos esclarecer e punir nem a metade disso. Pior: no trânsito, o sujeito mata conscientemente e a leniência da lei diz que foi sem querer. O culposo vai pra casa enquanto o imolado vai pra cova. A viúva fica chorando e os filhos passando fome.
Como então, nesse cenário, nos defenderemos dessa praga do terror que se espalha pelo mundo, sem fronteira e sem resistência ao seu voraz apetite? Embora digamos que Deus seja brasileiro, temos que fazer primeiro a nossa parte. Faz a tua parte que Eu te ajudarei, disse Ele. Enquanto isso não acontecer, muitos inocentes poderão verter sangue que ficará clamando por quem foi omisso na sua obrigação de nos defender e proteger. Embora sejamos todos Charlie.
OsmarSilva – Jornalista – sr.osmarsilva@gmail.com
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