Segunda-feira, 3 de junho de 2019 - 08h21
Em 1999 quando se resolveu trocar a data comemorativa da
imprensa brasileira de 10 setembro para 1º de junho, fez-se a opção para comemorar
a nascimento da imprensa livre, vigilante e combativa. Foi o dia da primeira
circulação do Armazém Literário, como era conhecido, o Correio Braziliense no
Brasil.
Era isso que representava o Correio Braziliense de
Hipólito da Costa nascido em 1808 em Londres e vinha clandestinamente para o
Brasil nos porões dos navios. E, no Rio de Janeiro, ganhava as ruas mostrando os
desacertos da Corte brasileira.
O 10 de setembro comemorava a impressão, no Brasil, do jornal
Gazeta
do Rio de Janeiro, criado pela Corte para comemorar o aniversário de D.
João, o Príncipe Regente. Portanto, um jornal chapa branca onde não se
publicava nada que ofendesse a elite Real.
Até hoje nos batemos contra a censura. Arma de toda
personalidade e governos autoritários. Foi usada com dureza pelos governos
militares da ditadura brasileira. O PT, nos 13 anos de poder, tentou implantar
marco regulatório sobre a imprensa nacional, tendo à frente, o jornalista
Franklin Martins. Nossa resistência e a consciência nacional impediu o intento.
Não podemos cochilar para mantermos vivo e livre, o
direito de informar e ser informado. A informação é o bem que move o mundo e
determina os destinos de uma nação, de uma comunidade ou de uma pessoa.
Tenho visceral resistência à censura. Deixei de exercer,
ao longo da vida, cargos e funções pelo simples pedido ou ordem: ‘quando terminar de escrever, quero ver’.
Pegava o chapéu e ia embora. Chame outro. Só a quem me ensina, dou esse direito.
Para quem trabalho ou confia em mim, ou não confio nele. Pronto!
Fazer imprensa livre e independente é um dos maiores
desafios da democracia. É só mexer no calcanhar de qualquer um que detenha
alguma forma de poder e a reação é imediata. Bom quando ocorre nos limites
geográficos da lei. De forma educada e civilizada. Mas isso é para poucos.
Infelizmente, é comum o suposto ofendido usar a violência
em todas as suas formas, para intimidar e até eliminar o alvo da suposta ofensa.
Por isso, tentam submeter a imprensa desvalorizando seu
produto e seus profissionais. As verbas publicitárias são liberadas a conta
gotas e com valores aviltados, que é para não engrossar a voz. Os trabalhadores
têm baixa remuneração, para não inchar o pescoço. São formas de controle no
ambiente público e privado.
Só nos cabe lutar e resistir. Com dignidade e honra.
Osmar Silva – Jornalista – Presidente da Associação da
Imprensa de Rondônia-AIRON - WhatsApp
99265.0362 – sr.osmarsilva@gmail.com
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