Quinta-feira, 24 de janeiro de 2013 - 13h06
Se eu fosse prefeito, governador ou presidente não daria armas para adversários. Eles teriam que ralar muito para fabricar armas contra mim. Não bateria boca com eles. Os fatos e os feitos do meu governo calariam suas bocas rotas. Não me blindaria nem deixaria ninguém me blindar. Meu comportamento e o dos meus comandados blindariam não só a mim, mas ao meu governo.
Então eu seria um governo santo, sem erros? O reino dos céus na terra? Não! Lógico que não! Isso é impossível. Seria pecador como todos os governos. A diferença é que reconheceria meus pecados, me penitenciaria diante do meu povo. E demonstraria meu esforço no combate aos meus erros e às falhas dos meus auxiliares.
Prometi, a pedido do meu povo, fazer algo de que precisam muito, dentro de prazo por mim determinado e não cumprir? No dia seguinte ao vencimento desse tempo, eu estaria diante da minha gente esclarecendo as razões que me impediram de realizar o comprometido. Renovando o compromisso para honrá-lo ou provando a impossibilidade de fazê-lo.
Esse jogo limpo, às claras, com franqueza e honestidade pode não resolver o problema, mas não ilude nem engana ninguém. O povo sabe avaliar, compreender e julgar com isenção. Isso confere respeito para ambas às partes. E mais importante: desarma os adversários.
Mas no que eu conseguisse fazer em cumprimento aos compromissos com o meu povo, eu faria um estardalhaço. Diria com a boca cheia a todos de todos os cantos da minha jurisdição, que fiz, que cumprir e honrei a minha palavra. Eu seria o maior propagandista das minhas ações. Sabem por quê? Porque meus adversários são os auto-falantes das minhas falhas, dos meus erros. Nunca dos meus feitos. Esses, eles negam e escondem.
Se eu fosse prefeito, governador ou presidente me blindaria era contra os chalaças, os puxa-sacos de todos os naipes, assessores ou não, para quem até o meu pum é cheiroso. Gente que não ver falhas em mim. Nem mesmo quando cometo absurdos, erros grosseiros, falas indevidas, posturas aéticas. Gente que nunca me diz a verdade. E me faz continuar errando crente de que estou abafando.
Blindaria-me contra os milhares de novos amigos, ávidos de intimidade, gerando ambiente para me corromper, tirar vantagem do meu governo e me jogar na lama. Muitos, a serviço dos meus adversários. Para evitar isso, minhas audiências seriam realmente abertas. Minha falas, públicas. Segredos, só com chefes de poderes no que concernir com os interesses maiores da unidade federativa sob o meu poder.
Osmar Silva é jornalista – sr.osmarsilva@gmail.com
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