Quinta-feira, 10 de novembro de 2016 - 22h21
Somos culpados, sim senhor! Eu, você, aquele ali, aquele outro lá e até aquele lá no final da fila. Deveríamos estar na cadeia purgando nossas culpas e crimes. Mas ao invés disso, estamos soltinhos da silva, matando mais e mais. Somos uma sociedade de assassinos.
Você deve achar-me louco por afirmar uma coisa dessas. Eu, culpado? É doido! Sou é inocente, nunca ofendi ninguém. Será mesmo? Não se lembra de nada!
Pois afirmo: você é culpado. É forte, não é? É a verdade. Você padre, deputado, pastor, vereador, juiz, senador, sindicalista, conselheiro, ministro, presidente de associação de bairro, ativista cultural, prefeito, comerciante e comunicador social.
Você também colega jornalista, líder de movimentos sociais, presidente de órgãos de classe, advogado, médico, professor, todo mundo, é sim, culpado!
É pela minha, a tua, a nossa omissão que milhares de pessoas morrem todo santo dia. No trânsito, nas armas dos bandidos e da polícia, nas filas dos hospitais e na fome dos desvalidos.
A filha que chora a morte da mãe que não foi recebida no hospital, a mãe que pranteia a morte do filho pela arma da polícia. Elas clamam por justiça. Elas sabem que alguém os matou. Nós matamos. Nós somos culpados.
Alguém não repassou o dinheiro para o hospital, porque alguém roubou o dinheiro. E quando chega, alguém some com o ele e deixa as prateleiras vazias de remédios e equipamentos. Alguém matou aquela mulher. Fomos nós.
As escolas caindo, o teatro inacabado, a ponte abandonada, o lixo nas ruas, a creche inexistente, da falta d’água e esgoto, a poluição dos rios, a morte dos peixes, o presídio abarrotado ocorre por nossa culpa.
E o que fazemos? Nada. Dizemos que o problema é do governo, dos políticos, deles, não nosso! O nosso egoísmo nos faz viramos as costas, numa omissão verdadeiramente criminosa. É aí que está a nossa culpa.
O vereador, finge-se de morto por ter ‘os seus’ acolhidos pelo prefeito; o prefeito: o problema é do estado; o deputado: é assunto do governador; o governador: se o deputado criar problema, exonero seu povo; o senador: não está na minha esfera, isso é lá com o executivo; o ministro: se o senador torrar, tiro ele da lista e; o presidente não sabe, não ver e não ouve nada.
E o juiz? Só fala nos autos. O Ministério Público devolve o inquérito para o delegado juntar elementos. O delegado não tem contingente, gasolina, carro, nem papel higiênico. O policial: Ah! Nem adianta prender. Prende hoje solta amanhã. O cara ainda rir na nossa cara.
Os ministros do Senhor, pedem dinheiro e oferecem a vida eterna com o Todo Poderoso. Viram as costas para a dor da vida real. Omissos, como todos nós.
Insensíveis, achamos que a culpa de tudo o que não presta é sempre do outro. E pulamos sob os cadáveres, como criança que pula a ‘amarelinha’.
O Brasil deve 270 bilhões de reais só em restos a pagar e tem um déficit de 170 bilhões. Por que? Por que roubaram. E por que? Por que os vereadores, os deputados, os senadores, os tribunais, controladorias e corregedorias não fiscalizam. Preferem os favores dos governos. Ou fazer parte da quadrilha. Se fiscalizassem, não estaria assim. Salvo as exceções.
É nós. Fazemos o quê? Nada. Não vamos para as ruas, não protestamos, não mandamos um sAp ou um e-mail para o vereador, deputado, senador, prefeito, nada. Nem lembramos em quem votamos! Qual era mesmo o número dele? Preferimos cultivar a nossa omissão.
Viram aí onde está o nosso crime? No egoísmo e na omissão. Em deixar matar e roubar e não fazermos nada. É por isso que somos culpados.
- Oh Senhor, perdoai minha culpa, minha máxima culpa!
OsmarSilva – jornalista – presidente da Associação da Imprensa de Rondônia – sr.osmarsilva@gmail.com
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