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Osmar Silva

Tape o nariz e peça um tiragosto



Olha minha gente, tem muita obra parada por esse Brasil afora que dói na alma só de lembrar. Consequentemente tem muito dinheiro nosso, meu e seu, jogado ao léu, ao vento, às traças. Dizem os capitalistas que dinheiro não aceita desaforo. O nosso aceita. Sabem por quê? Por que nós aceitamos. Não punimos e nem cobramos punição aos que maltratam o nosso dinheiro com obras superfaturadas ou com sobre-preço, como chamam agora, o acréscimo da corrupção. A gente se insurge contra quem maltrata a criança, a mulher, o velho, etc. Mas não nos insurgimos contra a perda de R$ 1,6 bilhão do nosso suor por ano.

O pior é que, num emaranhado de órgãos oficiais de fiscalização e controle, vigora um comportamento lesivo ao estado que defendem, e mais lesivo ainda à sociedade a quem servem como entidades públicas que são. Nuns casos são permissivos, coniventes e lenientes. Noutros, são de uma austeridade de aço. Os tribunais de contas são uns bons exemplos. Quantos governos corruptos alardeiam com empáfia e peito estufado: “o tribunal de contas aprovou minhas contas”. E é verdade. Aprovou mesmo. Mesmo todo mundo sabendo que aquelas contas estavam mais sujas que pau de galinheiro, mas foram aprovadas. No processo, defendem-se, estava tudo correto. Ah! Tá bom!

Vejamos os exemplos das obras de água e esgoto de Porto Velho, das pontes sobre os Rios Madeira, Abunã e Mamoré entre outros. Todos sofrendo atrasos e paralisações por conta dos tribunais de contas. É tal o emaranhado de obstruções que não tem como desatar os nós. Quem não acreditar no estou dizendo, pergunte ao governador Confúcio Moura que está a seis meses tentando desatar as amarras que pararam os serviços de implantação da rede de esgotos e distribuição de água (Entrevista do CERRCO, vídeo AQUI), numa cidade com somente 2% de saneamento básico, o menor índice entre todas as capitais do país.

Tape o nariz e peça um tiragosto - Gente de Opinião
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É o estado contra o estado e contra a sociedade que tudo paga e tudo suporta. Não advogo a liberalidade irresponsável. Quem errou tem que ser punido. Mas não pare a obra pública. Pois fazendo assim, pune-se também, o público que a paga e a necessita. Aí reside uma dos erros dos fiscalizadores, entre eles, os tribunais de contas. Entre nós de Porto Velho, enquanto eles não conseguem desatar os nós que criaram, continuamos sem água e sem esgotos. Viva a indústria da água mineral e o da limpeza e esgotamento de fossas. Quem não pode pagar por esses serviços, deixa correr a meleca para vias públicas da cidade. Das redondezas do Palácio Getúlio Vargas às periferias. Tape o nariz e peça mais uma cerveja e um tira-gosto.

Então, não se pode culpar somente o prefeito Roberto Sobrinho pela profusão de obras paradas por todos os cantos da cidade. Ele tem parceiros institucionais que não estão nem aí para o que pensa ou reclame o açougueiro da esquina ou o pipoqueiro que cruza as valas fétidas a céu aberto das ruas e avenidas da nossa maltratada Capital. O nosso Ministério Público poderia ser mais ágil e enérgico com essas mazelas. Encastelados em seu palácio suíço, todo azul, estão cegos para ver o esgoto correndo livre e fedorento na rua ao lado. Só vêem outro palácio, sede de mais um feudo, sustentado por mim e por você: o Tribunal de Contas do Estado de Rondônia. Êta vida boa!

Osmar Silva
Sr.osmarsilva@gmail.com

 

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Fonte: Jornalista Osmar Silva/DRT 1035 - sr.osmarsilva@gmail.com

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