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Osmar Silva

Tempos estranhos no Estado burro


Tempos estranhos no Estado burro - Gente de Opinião

Estamos vivendo tempos estranhos. Saímos do governo do ‘dou um tostão, levo um milhão” e embarcamos noutro que vem protagonizando várias confusões. Embora venha fazendo uma boa gestão e tenha o combate à corrupção como das principais bandeiras, vive nos surpreendendo com ações, que embora pontuais, são enormemente preocupantes.

E o pior, é constatarmos a velocidade com que estas condutas se proliferam em outras esferas de poder.

A quarta e quinta-feira desta semana, são exemplos de delírios do atraso, da ignorância e da arrogância do poder. Senão, vejamos.

Na quarta-feira, 6, o governo do Estado de Rondônia viraliza nas mídias sociais e nas manchetes da imprensa nacional e regional, da pior forma. Suscitando manifestações de revolta e atos públicos de justificado repúdio à censura absurda e descabida imposta pela Secretaria de Estado da Educação, contra obras da mais qualificada literatura nacional.

E não se tratou de uma recomendação contra obras da maior relevância da nossa literatura. Mas de ordem expressa de recolhimento de exemplares das bibliotecas escolares. O que isso? Estamos na Alemanha da II Guerra Mundial sob a liderança de Adolf Hitler? Ou sob as fogueiras da Santa Inquisição, da Idade Média?

Dá para imaginar a prática da censura à cultura nacional em pleno século XXI? Cabe na cabeça de alguém censurar Machado de Assis, Euclides da Cunha, Rubem Fonseca como impróprio para crianças e adolescentes do nosso tempo? Ao mesmo instante em que vemos sexo explícito, e todo tipo de manifestação sexual nas novelas e noticiários, em qualquer hora do dia?

Ora, tenha paciência! Não foi contra isso que nação lutou desde a Ditadura Militar até à redemocratização consumada em 1985 com a “Campanha Diretas Já!” Todos lutamos, eu lutei pelo fim da censura às manifestações artísticas, pelo o direito da livre opinião e manifestação do pensamento, pela liberdade de imprensa, pelas garantias individuais, pela democracia, pelo o estado de direito.

E aí me vem um aloprado na educação no estado, que ajudei a criar e pelo o qual luto todos os dias, há 40 anos, fazer um papelão desse, expondo Rondônia e o seu povo ao ridículo nacional? Não violão! Devagar que o santo é de barro.

Resta ao governador Marco Rocha duas alternativas: exonerar o aloprado e cancelar o ato com pedido de desculpas ao povo brasileiro ou permanecer calado, com está até esse momento.

Mas, se ficar com a segunda opção, o jovem coronel jogará o seu mandato na vala do esquecimento da memória da nação rondoniense para nunca ser, sequer, lembrado. Ele é quem sabe o que quer da vida. O que não pode é ficar omisso.

E hoje, quinta-feira, 7. Surge o ministro Paulo Guedes fazendo uma infeliz analogia com os servidores públicos do país, comparando-os a “parasitas” que sugam e matam a mãe. 

Começa que toda generalização é burra e, às vezes, até criminosa. Por mais pertinente que tensa sido a intenção do ministro de expor um problema que realmente é grave, a imagem usada para ilustrar a questão, foi de uma infelicidade fenomenal. A intenção exposta dessa forma, não atrai parceiros à causa, ao contrário, fortalece os servidores.

Ele já está dizendo que a frase está sendo usada fora de contexto. Ou seja, a culpa é da Imprensa. Mas ele sabe que qualquer passo em falso, os adversários em todas as trincheiras, principalmente na mídia adversa, vão explorar o osso até o tutano.

Mal o país saiu do imbróglio do secretário da Cultura e caímos em duas esparrelas. Um lá e a outra cá. O governador Dória e o apresentador Luciano Huck estão guardando no embornal. Qual será próxima?   

 

Osmar Silva – Jornalista – Presidente da Federação dos Comunicadores Seccional Rondônia (FENACOM)  e da Associação de Imprensa de Rondônia (AIRON) – sr.osmarsilva@gmail.com – WhatsApp 69.99265.0362

   

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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