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Osmar Silva

Terra sem lei


Na terça feira desta semana os vereadores de Porto Velho, por falta do que votar na Ordem do Dia discutiram o recrudescimento generalizado da violência na Capital. Da tribuna e dos apartes, sucediam-se relatos de telefoGente de Opiniãonemas recebidos de amigos e eleitores relatando ou pedindo socorro em função de assaltos às suas residências, comércio e nas ruas da cidade. O desespero de gente chorando a perda de parentes e amigos no trânsito. Um vereador relatou assaltos de que vitimou seus parentes. E tudo isso nas últimas horas. Eles querem uma audiência pública com a presença do governador. A capital, segundo outro parlamentar, virou terra sem ordem e sem lei. Nos últimos dias não há jornal que não tenha sangue, pranto e dor escorrendo em suas páginas. Os programas policiais se multiplicam nas tvs e nos rádios e não conta  de tanta notícia ruim. Mas o que é que está acontecendo?                                                                                                                    

A resposta é simples. Tiraram o policiamento das ruas para comemorar a queda da violência no trânsito após breves dias de efetiva presença e fiscalização policial. Resolveram fazer festa com os índices positivos alardeados pela mídia oficial. Acharam que tava tudo dominado. Parecia. Mas só parecia. Tanto que um vereador confessou não usar cinto de segurança, mas a presença dos ‘home’ era tanta que ele passou a usá-lo. Agora não está pondo mais. Por quê? Por que não tem mais quem o vigie e nem o multe. Tá tudo liberado. Os malfeitores, os meliantes e os mal-intencionados além dos irresponsáveis juntaram-se numa grande farra de sangue, horror e pranto. É o caos em Gotan City. Temos que chamar o Batman e os super-heróis. Coringa e cia. tomaram conta do pedaço.

É bom lembrar que aquele breve bom momento deu-se em razão da dura crítica do governador à lerdeza das ações dos órgãos de segurança no combate à matança que vinha subindo em escala estratosférica. Após isso, acordaram e resolveram colocar algumas ações em prática. Mobilizaram setores dos governos estadual e municipal, coadjuvados por pequena parcela da sociedade civil, colocaram policiais nas esquinas de dia e de noite,  e realizaram pits stops de conscientização nos semáforos distribuindo materiais de educação no trânsito. Foi bom. O resultado positivo logo apareceu. E aí, resolveram dormir sobre os louros. E tomar um uisquizinho para brindar as novas placas de sinalização e os semáforos eletrônicos. ‘ Se quiserem matar que matem, mas agora nós arrancamos o couro do bolso deles’. E tome multas. E mais um gole de uísque.

E a sociedade, as garantias do estado, o direito das pessoas de ir e vir em paz, como é que fica?  A segurança do patrimônio e a garantia à vida? Fica por conta de quem? Enquanto o estado não toma uma atitude, a bandidagem cumpre seu nefasto papel. Chega de papo furado, de reuniões inócuas, de entrevistas mentirosas. Agora é a hora dos chefes dos poderes cobrar dos seus secretários ações efetivas, concretas e permanentes. Se não souberem exercer o ofício que peguem o boné e vão embora. Não é mais o momento para o governador criticar a inação. É o momento de ordenar e ser atendido. Ou demitir. O que não podemos é viver sob a arma do bandido: revolver, faca ou carro. Rondônia não é uma terra sem lei. Gilvaci vive o inferno do João Paulo II com uma bala no fêmur e Raimundo Rabelo, seu pai, não dançará mais os forrós das tardes domingueiras do Flamengo. Foram abatidos enquanto trabalhavam. Não podemos aceitar isso.

 

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Fonte: Jornalista Osmar Silva/DRT 1035 - sr.osmarsilva@gmail.com
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