Sábado, 9 de agosto de 2014 - 17h15
Gente, vamos falar sério. A legislação eleitoral e as normas de condutas baixadas, e cobradas pelo Ministério Público Eleitoral, estão tornando atípico a condução da campanha eleitoral. Na verdade mesmo, estão transformando a vida dos candidatos num verdadeiro inferno. Tudo é proibido. Só está faltando proibir bater palmas na porta do eleitor. Ou entregar santinho. Ôpa! e quem disse que isso está liberado? a liberação é parcial. Vá entregar na calçada da fama pra ver o que acontece!
Nada pode. Não pode mais enfeitar carros nem carroças nas cavalgadas das festas rurais do estado. Algo que coloriu e animou os pleitos do passado. Hoje não deixam nem o cavalo fazer cocô. Antes, esse cocô era estrume, adubo. Agora é poluição, crime. Não pode mais enfeitar o bar do correligionário, e brincar com a eleição, popularizá-la. Ela está engessada em regras rígidas, exacerbadas.
Imagina que o eleitor está proibido de usar até o estacionamento do teatro. Se você quiser ir ver uma peça, mande antes, tirar a plotagem do carro. Senão não entra. Se entrar, vai conspurcar a eleição. E cometer mais um crime. No andar dessa carruagem, me parece que também é crime estacionar o carro plotado no estacionamento do Shopping ou da igreja e das grandes lojas de departamento. São espaços comuns. E não eleitorais.
Os veículos de comunicação, que já não andam bem das pernas, estão correndo o risco de falir. Tempo de eleição era tempo de ganhar dinheiro, assim como o Natal, o Dia das Mães e outras datas são para o comércio. Mas agora, é hora de perder dinheiro. O jornal não pode ser mais vinculado a tal candidatura e fazer, preferencialmente, sua propaganda. Não. Ele agora é de todos. Se falar meio página de João, vai ter que falar meia página de José. Como está proibido de ganhar de João ou de José, ou fica calado e deixa o assunto eleição só pra Justiça Eleitoral, ou fala de todos. E olha que os veículos impressos não são concessão de governo. São empresas privadas, pagam seus impostos, seus insumos e seus empregados. Precisam faturar para atender essa demanda.
A continuar nesse tom, já já vão proibir os milhões de brasileiros que se beneficiam do Bolsa Família, de votar. Ou, no mínimo, de votar na reeleição da presidente Dilma Roussef. Sabem por que? Porque eles são alimentados por verba pública. Diretamente distribuída pelo governo federal. E a candidata não pode se beneficiar disso. Ou pode?
Mas aí, seu Osmar, você também já está querendo demais. Quem tem peito? A proposta não passa nem no Supremo Tribunal Federal. Sabem por quê? Por que até a Suprema Corte foi partidarizada. Em resumo: o eleitor, eu e você, a sociedade, é quem paga o pato. E, no momento, tem uma nova elite mandando: os personagens que compõem a Justiça Eleitoral desse nosso Brasil. E como estão falando grosso!
OsmarSilva é jornalista - sr.osmarsilva@gmail.com
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