Domingo, 17 de abril de 2016 - 14h05
Acabei de visitar, nesta sexta feira 15 de abril de 2016, na UTI do Hospítal Central de Porto Velho, a minha comadre Domingas. Professora Domingas. Desbravadora e pioneira da colonização de Rondônia. Deixou o seu Maranhão e assentou-se na linha C-85 do Projeto Marechal Dutra, num lote de 100 hectares, com o marido e os filhos, todos ainda miudinhos.
Essa mulher baixinha tornou-se, em pouco tempo, uma gigante política da Região. Professora, começou juntando meninos debaixo de um tapiri por ela construído. Brigou de lá, fuçou da cá, instigou políticos acolá, até que conseguiu a construção de uma escola de madeira. Uma das primeiras de Ariquemes.
Sua casa se transformou no centro de convergência das necessidades de todos daquelas bandas. Sua mesa, farta, era dividida, diariamente, com todos que buscavam uma palavra de conforto e de esperança. E pelos que buscavam mais que isso: atitude desembaraçada e corajosa para cobrar tudo que faltava. E olhe que naqueles anos finais da década de 70, faltava tudo.
Para conversar assuntos particulares com ela, era preciso ir para o meio do cafezal. Em casa não tinha lugar. Sempre cheia em qualquer dia da semana. Recebia políticos de todos os naipes, De prefeito, como Francisco Sales, a governador, como Jorge Teixeira. Vezeiros da comida gostosa e abundante da professora Domingas. E da platéia garantida nas festas e nos torneio de futebol.
Ela não tem nome em escola, em rua ou praça. Nem fotos em galerias ou colunas sociais dos jornais. Não aparece nos discursos empolados de políticos distribuindo diplomas e comendas. Mas deveria. Sabem por que? Porque ela merece. Ela, como tantos iguais, que construiram este estado, domando selva e bichos, domando o corpo no enfrentamento das malárias e tantas adversidades. Mas a comendas e os louvores estão indo para os que hoje bamburram na riqueza construida pelos verdadeiros pioneiros de Rondônia.
Encontrei, no Hospital, seus filhos Kid(ex-garimpeiro, hoje doutor), a professora Gilsônia e o psicólogo Gildásio, as noras e os netos e netas. Gente honrada que não envergonha niguém e enobrece a família. Gente que faz com que Rondônia se orgulhe do seu povo.
Rondônia hoje é uma terra domada, rica, alvissareira. Graças a muitos como a minha comadre Domingas. Tenho orgulho de sua amizade e agradeço a Deus o privilégio de tê-la conhecido. Uma grande mulher.
Osmar Silva – Jornalista – sr.osmarsilva@gmail.com
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