Domingo, 19 de julho de 2020 - 12h44
O projeto de lei do governo estadual criando um Refaz que
beneficia grandes empresas com grandes dívidas tributárias em Rondônia, ainda
vai dá muito o que falar. Até porque uma das beneficiadas é a concessionaria
Energisa substituta da gestão da Eletrobrás na antiga Ceron.
A Energisa é uma empresa mineira com décadas no mercado
energético e com presença em vários estados do país. E chegou aqui após comprar
a Ceron por um valor simbólico de R$ 50 mil. Isso, por assumir todo o passivo
acumulado em anos de má gestão e delapidação.
Mas desembarcou no estado com o pé esquerdo e muita
arrogância. Se achando Pizarro desembarcando nas Índias Americanas para domar
selvagens. Não respeitou o legado de clientes que recebeu na transação. Ofendeu
direitos, invadiu patrimônios e não respeitou ninguém. Resultado: ganhou a
antipatia de todo mundo. Até da classe política.
Agora quer por que quer que o governo consiga a aprovação
dos deputados estaduais ao perdão de R$ 1 bilhão e 200 milhões previsto no
Projeto de Lei e só pagar R$ 800 milhões. E o pior é que o coronel Marcos Rocha
se encantou ou foi encantado pela ideia e a defende.
Há dias a proposta estava parada na Comissão da Assembleia
Legislativa em função da resistência dos deputados. Então, o governo resolveu
retirá-lo esta semana. Mas não desistiu da ideia. Disse que vai aperfeiçoa-lo
para enfrentar as resistências. Que são muitas. Portanto, vai reapresentá-lo.
Veremos com que mudanças.
-
Vamos tratar a Energisa da mesma forma que ela trata o povo de Rondônia,
firmou o deputado Cabo Jhony. Já o deputado Alex Redano, vice-presidente do
Parlamento e, presidente a partir de janeiro de 2021, é radicalmente esse
perdão. Isso só para citar exemplos, pois vários parlamentares têm se
posicionado contra a atitude danosa ao estado e injusta com o cidadão
contribuinte.
E pelo que se sabe, o grupo Energisa não está enfrentando
dificuldades financeiras, não vive a iminência de uma falência. Então, por que?
Quem mais ganha com esta renúncia fiscal bilionária do dinheirinho que cada cidadão
pagou nas contas de luz recheadas de impostos, tributos e taxas? Por que
retirar das pessoas que esperam o retorno em forma de benefícios sócias e
canalizar tamanha fortuna para quem já rico e poderoso?
A proposta é injusta, imoral e uma verdadeira traição a
cada rondoniense que deixa de comer para pagar a conta de luz com tarifas
aviltadas. É um crime!
Terá sido fruto de acordos com representantes do estado no
tempo das negociações de compra da Ceron? Algo assim como ‘pode assumir a dívida que a
gente garante um Refaz, desde que cumpra com nosso acordo”. “Fechado. Vou até mandar
soltar umas ‘oncinhas’ antecipadas”. Lembremos que a equipe econômica
do governo do coronel Marcos Rocha é a mesma da época. Será? Me recuso até em
acreditar. Mas fico na dúvida.
Lembremos que no passado, estas práticas molharam as mãos
de parlamentares que apoiaram propostas similares e encerram suas carreiras de
forma desonrosa.
Hoje, além dos parlamentares contrários, os órgãos de
controle estão mais atentos, pelo menos parte da imprensa é mais vigilante e os
cidadãos têm um celular nas mãos plugados nas redes sociais. Além de tudo isso,
é ano de eleição. Vale arriscar?
Osmar
Silva – jornalista – Presidente da Associação de Imprensa de Rondônia (Airom) e
da Federação Nacional dos Comunicadores Seccional Rondônia (Fenacom).
Língua de Fogo – STF: origem das piores notícias que atormentam o país
Eu lutei contra a Ditadura Militar de 1964. Quando fecharam o Calabouço, no Rio de Janeiro, um restaurante/escola, em frente ao Aeroporto Santos Dum
Dominação - Escravização pela pobreza e ignorância
Sabe porque o Dino desprezava seus pares no Senado e humilhava os congressistas da Câmara? Porque Alexandre de Moraes e seus pares, dão as costas pa
O Brasil e o Estado de Rondônia que vejo é bastante diferente do que muitos vêm. Torço e peço a Deus para que eu esteja errado. Talvez não tenha con
O golpe, a traição do Lula e o contragolpe
O Brasil todo acompanha, pelos noticiários dos veículos de comunicação e redes sociais, o tenso clima político e institucional em que o país mergulh