Quinta-feira, 18 de abril de 2013 - 10h01
Foi ainda na gestão de Sidney Guerra, o primeiro deputado estadual da Região do Jaru, que a Assembléia Legislativa de Rondônia começou a desviar-se do caminho reto. E desde a presidência de Marcos Donadon, nunca mais encontrou a vereda de sua finalidade. Ética, moralidade, respeito às leis e condutas exemplares, são produtos que sobrevivem aqui e acolá, num ou noutro membro do colegiado democrático. São as verdadeiras exceções.
Fora daí e de lá pra cá, a Casa tem originado atos e condutas em que sobra prejuízo à sociedade e à imagem do rondoniense. Bem mais que o benefício eventualmente proporcionado. Tanto que, em férias pelo Brasil e pelo Mundo, em diversas ocasiões, o filho – natural ou adotivo – desta terra, nega ou omite sua origem, para evitar constrangimento. Não pelo que ele fez, mas pelo que fizeram em seu nome.
O gestor atual é tão pródigo em denunciar supostos mal feitos dos outros quanto na prática de seus próprios mal feitos. É o rei da moralidade que, se tivesse respaldo em sua própria conduta, mereceria a coroa. Mas não é o que se ver. É, na verdade, mais um praticante do adágio “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”.
Vejamos alguns casos bem exemplares. Pergunte quanto ganha o presidente do parlamento de Rondônia? Duvido que alguém responda. Ele mesmo denunciou que o ex-presidente, o foragido Walter Araujo, de quem herdou a cadeira, ganhava mais de R$ 80 mil por mês. E ele, quanto ganha? E, finalmente, existe ou não existe os 13º, 14º e 15º salários? Hem! Sob que títulos são pagos? E a farra na folha de pagamento, tem ou não tem? Se não existe, por que vem sendo quebrada a barreira imposta pela Lei de Responsabilidade Fiscal?
Duvido que alguém obtenha resposta franca, clara, aberta e honesta, sem gagueira, sobre qualquer destas questões. Isto em plena vigência da Lei Federal n. 12.527/2011 que determina a transparência da informação e acaba com o segredo descabido e criminoso. O nosso parlamento não cumpre a Lei.
Mas susta o andamento de processos criminais contra parlamentares criminosos, acaba com a concessão de vantagens às usinas do Madeira depois que elas não precisam mais. E não foram eles mesmos que aprovaram e concederam as tais vantagens, e também(provavelmente) receberam alguns mimos?
Essa gestão é a mesma que dá férias e grana, para parlamentares flagrados em desvio de conduta, se refestelarem, e ainda chama isso de punição. É a mesma que repudia a presidente Dilma – ao invés de correr atrás do prejuízo - e a que aprova homenagens a entes desmerecedores, pois suspeitos de graves condutas.
É a gestão do boquirroto. Faz tudo errado, mas fala mal de todo mundo para esconder seus próprios erros. E transforma o parlamento estadual num espaço próprio para velhacos praticarem suas velhacarias. E manda o diretor de comunicação dizer que, tudo está sob o manto da lei. Triste papel.
Ainda bem que existem exceções. Nelas residem as esperanças de um dia vermos um parlamento melhor.
OsmarSilva é jornalista – Sr. Osmarsilva@gmail.com
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