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Gente de Opinião

Osmar Silva

Você agüenta?


Vamos combinar: tem gente que não se toca mesmo! A cara de pau estarrece. Como é que pode ladrões do dinheiro público vir a público reclamar das más condições da saúde? Dá para acreditar em tamanha desfaçatez? Pois é. Foi o que fizeram esta semana os deputados Zequinha Araújo, Ana da 8 e Euclides Maciel. Este último, no seu programa matinal na Rede TV, cospe na cara do telespectador quando demonstra brabeza e prega moralidade. E desmoraliza o mandato do senador Acir Gurgacz, dono da televisão.

Esse papel cabe a qualquer cidadão, até aos noiados e moradores de rua. Os invisíveis que a sociedade finge não ver. Eles têm direito e legitimidade para criticar e cobrar de quem tem o dever e a obrigação de fazer e não faz. Mas aqueles deputados, embora ainda tenham o direito, por ainda deterem mandatos, não tem mais a legitimidade para criticar, principalmente as mazelas da saúde pública de onde, segundo a Polícia Federal, tiraram dinheiro para o enriquecimento da quadrilha. E olhe que não foi pouca coisa não.

Na verdade, estas pessoas pobres e desvalidas que, na cara dura, fingem defender, são as mais prejudicadas. Os servidores com salários defasados, os mortos ou aleijados por falta de socorro, de médicos, de remédios, de leito nos hospitais ou vaga nas UTIs, são as suas vítimas. A legislação penal já os deveria estar punindo por homicídio doloso e crime hediondo. E ao invés disso, o que se ver? Olhem eles lá travestidos de defensores do povo criticando e cobrando, falando de moralidade! Dá para agüentar uma coisa destas?

Já confessei neste espaço que votei na pessoa errada na última eleição. Ela ainda tem o mandato dado por prazo determinado. Mas não me representa mais. E não representa as pessoas de bem que caíram no seu conto do vigário. Por isso, não tem mais a legitimidade para representar ninguém. Isso por si só, se tivéssemos um sistema político sério, seria o bastante para lhe tirar o mandato. Quando um ente público perde a credibilidade, perde também a legitimidade do cargo ou função que exerça.

Uma pessoa séria, responsável e ética, ao encontrar-se nesta situação entregaria seu cargo e iria pra casa preparar-se para responder à justiça e à sociedade pelo mal feito. Vemos esses exemplos noutros países. Mas entre nós, não! Aqui o cara olha a imagem dele na foto, no filme com a mão na butija diz: “até parece comigo, mas não seu eu”. E vai por aí tentado enganar a platéia. E o pior, é que muitos conseguem.

É por isso que ninguém acredita que a Comissão Processante da Assembléia de Rondônia vá punir alguém. O corporativismo está mais atuante do que nunca naquela casa. Todos têm algo a esconder. Mesmo os que não foram alcançados pela Operação Termópilas. Eu, particularmente, só acredito na cassação de Valter Araújo porque ele não está presente. Caiu na besteira de virar foragido da justiça. Nem mesmo com a confissão de Epifânia Barbosa confirmando que mais da metade dos deputados levaram meio milhão de reais pra casa, para votar na mesa diretora da Assembléia Legislativa sob o comando do irmão Valter. E olhe que ela sabe o que diz. Pertence à tal mesa diretora. Taí outra coisa sem legitimidade. Esta dita mesa diretora. Foi constituída de forma ilícita. Com votos comprados a peso de ouro com o nosso dinheiro. Dinheiro da saúde. A mesma saúde que criticam. Você agüenta essa aí? Te confesso, caro leitor, pra mim é demais.  

Osmar Silva
sr.osmarsilva@gamil.com              

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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