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Sérgio Ramos

NÃO HÁ PERIGO DE ROMPIMENTO DE BARRAGENS


NÃO HÁ PERIGO DE ROMPIMENTO DE BARRAGENS - Gente de Opinião

 

Por Sérgio Ramos
www.sergioramos.com.br

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Em primeiro lugar, informo que não sou engenheiro, e nem tenho relação alguma com as empresas responsáveis pelas usinas. Entretanto, tenho me incomodado em função do imperativo da DESINFORMAÇÃO  que está sendo veiculadas em rádios, TV’s e no Facebook, que a meu ver, só contribuem para gerar mais preocupação, principalmente aos que já estão sendo atingido pela cheia. O rompimento de barragens é raro no mundo, pelo simples motivo de que não dá para improvisar num empreendimento de tamanho porte, que envolve bilhões de reais.  E ainda porque trata-se de um negócio, caso contrário seria o caso de equiparar a um ato terrorista, face os estragos que um rompimento de barragem pode causas.
 

A maior que se tem notícias, no Brasil, foi na Usina Hidrelétrica Euclides da Cunha, construída em 1960,localizada no município de São José do Rio Pardo (SP), em função de uma a ocorrência de uma tromba d'água no Rio Pardo e falhas operacionais fizeram o nível de água de o reservatório subir até galgar a barragem,  o que não é o caso do Madeira (AQUI).  Entretanto, ocorrências assim com usinas de grande porte, não encontrei no Google. Pode haver, claro. 
 

O rio encheu, e não tem tromba d’água, o que diminui ainda mais os riscos. É fato. É fato também que se trata da maior enchente do rio Madeira, que se tem registro. Por mais que estudos seja aprofundados não vejo como fácil prever algo assim. Até porque barragens são construídas com margem de segurança muito além das condições dos estudos. Lembrando que 1997, quando houve a última enchente de grandes proporções os estudos já estavam em andamento, e posso afirmar, por lógica, que foram considerados, nem me passa pela mente o contrário.
 

Há um único artigo, que consegui encontrar, até o momento deste texto, em grande jornal que fala sobre rompimento de barragem em usinas do Madeira. Encontrei esse no istoedinheiro.com.br, com base num artigo do estadão.com.br, no fim, é o mesmo artigo.
 

"Segundo o ONS, as duas usinas estão em final de obra e ainda têm estruturas frágeis, provisórias, em algumas áreas. Com essa quantidade de água, o risco de ocorrer um acidente poderia aumentar." (AQUI)
 

Onde está escrito que há  perigo de rompimento de barragem, no trecho acima? Mas já li barbaridades no Facebook, nesse sentido.  Leia você mesmo com mais cuidado, o texto acima e me diga onde está escrito que há risco da barragem propriamente dita romper? É claro que poderá ter acidente se a água entrar pela barragem da ensecadeira, que foi aumentada exatamente para evita que água entre no espaço,  que ainda está em construção , da estrutura de apoio da usina Jirau, talvez haja algo ainda fragilizado, mas muito longe de ser uma rachadura na barragem onde se encontram as turbinas. Numa construção de barragem são construídas várias barragens de apoio que servem para secar o local, onde será construída a estrutura para o funcionamento perfeito da hidrelétrica. Essa parte, a da estrutura, é que ainda está sendo acabada, que pode sim haver  materiais interno  se o rio ultrapassar essa , a  da ensecadeira. Depois, essas barragens (VER FOTO EXPLICATIVA), não estão no leito do rio, não interferem na vazão, a ponto de fazer alguma diferença significativa. Na pior das hipóteses, as usinas também estão sendo vítimas da enchente.
 

Existem várias barragens em uma usina, as ensecadeiras, já mencionadas, o vertedouro, que serve para controlar o fluxo de água, e a barragem onde estão as turbinas.  O grande acidente seria se a barragem onde estão as turbinas rompesse. Esse risco não existe, salvo o fenômeno natural de proporções inimagináveis, além da enchente.  Os motivos já foram mencionados. É o coração de uma usina por isso pode-se dizer que se tiver algo mais seguro dentro de uma usina, seria essa.  E ainda, o Brasil já dominou essa tecnologia há anos. E até inovou na construção dessas usinas, em função do principio do fio d’água, que reduz o tamanho do lago, causando menos impacto ambiental. Mas há um risco de não funcionar, quando o rio estiver seco. Essa tecnologia é uma resposta aos ambientalistas. A presidente Dilma, diante dos problemas do baixo nível das águas, prometeu, inclusive encarar o lobby ambientalista, e autorizar o aumento  do lago de Belo Monte. (AQUI)  Nesse momento, quem estão gerando o déficit de energia, para manter o país funcionando é matriz termoelétrica, que gera com óleo Diesel, além de outros insumos, mas o óleo é predominante.  Segundo especialistas, a energia ficará mais cara em função disso. Só para você ter uma ideia, quando Rondônia foi interligada ao SIN – Sistema Interligado Nacional, e a Termonorte reduziu a geração, essa usina consumia cerca de 1.500.000 litros de óleo diesel por dia. Agora, me responda: qual o interesse dos ambientalistas em não construir hidrelétricas?  E não é só na Amazônia não. Deduza: quando falta água, entra o petróleo (leia o livro UMA DEMÃO DE VERDE, Eliane Dewar). Não tem amor nisso, mas, negócio. Ser ativista é profissão de fé. É trabalho. Bem que o trabalho deles é amar o oprimido do objeto do estatuto social.
 

Fico preocupado em ler e ouvir que tem esse perigo sem nenhuma evidência clara. O texto não afirma isso. Como já falei é uma informação de alto interesse público, que se fosse verdade, alguma coisa estaria acontecendo e sendo observada, pois todos os olhares estão para essas obras. Não há movimentação na área que justifique uma informação dessas. Ou você acha que realmente tivesse esse risco não estaria acontecendo alguma providência? Qual a relação em desligar turbinas com rachaduras? Você não acredita mesmo que desligar tem a ver somente com segurança dos equipamentos? Você acha mesmo que as turbinas seriam ligadas se houvesse alguma fragilidade numa estrutura desse porte? Essas providências têm o objetivo de preservar a estrutura provisória, ou seja,  há ainda "estruturas frágeis" por ser provisórias, mas nada relacionado às partes já prontas, definitivas, tanto que estavam em pleno funcionamento.
 

O lobby ambientalista  é cruel. Li um artigo de uma ativista, que tamanha irresponsabilidade. E o pior, é reproduzido (AQUI). Não quer nem saber, o negócio é criar pânico na população envolvida. É um método do terror. É para ganhar a opinião pública e embargar outras obras, nos condenando ainda mais ao atraso. Outro texto, e esse eu rebati, também com o mesmo padrão de terror, uma vez que chamou enchente com tsunami (AQUI)
 

Ainda no texto da Isto é Dinheiro : "Os estragos provocados pela cheia deram nova munição para ambientalistas e para o Ministério Público Federal, que sempre foram contrários à construção das hidrelétricas - leiloadas em 2007 e 2008 pelo governo federal. De alguma forma, eles atribuem parte dos estragos aos dois empreendimentos. Segundo fontes, ao passar pelas turbinas, a água ganha velocidade e provoca grandes ondas, chamadas de banzeiros." Trata-se do argumento padrão deles. O Lúcio Flavio falou a mesma coisa. Tenho me esforçado muito para encontrar uma fonte que me faça acreditar se há mesmo risco de rompimento da barragem de Jirau, mas não encontro, nem texto nem movimento. Seria muita irresponsabilidade de poder público - isso tem que ter limite - para esconder informação de tamanha gravidade.
 

Sei que em função do politicamente correto, temos que achar um bonde expiatório. Tem que ter um culpado. Como o capital – segundo Marx -, conforme ensinado nas escolas, é o vilão, então são as usinas são as culpadas da vez. Já foi o imperialismo americano, agora é a FIFA (ver material da revista francesa France Football).
 

Portanto, recomendo, salvo o aparecimento de argumentos técnicos – sem emoções, porque o caso exige racionalidade - , não se deixem influenciar. Avalie as fontes, repare no estilo do texto, é fácil encontrar indícios de paixões.
 

E para os que optem por acreditar nessas coisas, que só pioram os problemas, comparo com quem procura mula sem cabeça fugindo da enchente. TOMARA QUE NÃO ACHE!  TOMARA QUE EU ESTEJA CERTO!

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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