Sexta-feira, 21 de junho de 2013 - 13h08
Por Antônio Serpa do Amaral Filho
Morreu a Rua da Beira, mas Porto Velho não morreu e hoje mostra sua cara para o Brasil e para o mundo. Morto, ou se fingindo de morto, posta-se Mauro Nazif e seus secretário deitados no berço esplêndido da incompetência. Morta está a última legislatura municipal que, durante a gestão Roberto Sobrinho, não deu um pio seque, como se não tivesse nada a ver com o peixe da realidade social dos portovelhenses nos últimos quatro anos. Putrefato está o governo Confúcio Moura, que vive encalacrado no caixão do mesmismo administrativo, incapaz de atender a uma simples reivindicação da classe professoral.
Com seus 99 anos de municipalidade, a cidade nunca se mostrou tão vigorosa e crítica. Os partidos, partidecos e partidários chinfrins que assistam de camarote a grande marcha do povo reformulando o conceito do que seja Política e Cidadania. Não é uma manifestação de esquerda, não é uma passeata de direita, nem da social-democracia tucana, nem das grandes centrais sindicais, nem da União Nacional dos Estudantes. É o que andam combinando no breu das tocas, que anda nas cabeças, anda nas bocas, que andam acendendo velas nos becos, que estão falando alto pelos botecos e gritam nos mercados que com certeza está na natureza.
Os cientistas políticos estão atarantados com o tamanho e a inusitada forma de mobilização social. Os partícipes marcam encontro pela internet e se encontram nas ruas. Confabulam no mundo virtual e se aglomeram e gritam e desafiam a polícia no mundo real. Os políticos à moda antiga quedam-se boquiabertos com tanta falta de logicidade. A ideologia carcomida alojada na sua visão de mundo está indo à lona, assolada por socos bem colocados no ringue do imprevisível. O movimento que vem atanazando o status quo tem cara mas não tem dono. Reclama participação política mas não tem sigla. Golpeia o patrimônio privado e público Estado capitalista mas não ergue bandeira vermelhas. Envolve as massas mas não é o populismo de Jânio Quadro. É febril como uma paixão e se espalha por todos os escaninhos do país como uma praga, mas não tem parte com o capeta, nem com a Igreja Católica, nem com a manipulação das massas à moda Getúlio Vargas. Toma as ruas, becos, avenidas e alamedas, mas nem de longe se parece com a campanha do Caçador de Marajá, contra quem marcharam os Caras-Pintadas, catapultando a campanha que desaguou no impechemet de Fernando Collor de Melo.
O que o Partido dos Trabalhadores levou décadas para soerguer - a consciência e ação política -, surge agora como um passe de mágica, sem Lula Lá, sem PT, nem PC do B, sem bandeira socialista ou comunista, sem uma agenda esquerdista ou direitista. Nem o futebol, ópio do povo durante a Ditadura Militar, serve de ungüento para aplacar as feridas que provocam tantas dores, tantos clamores e tantos ardores do no coração e na alma do povo brasileiro. Eles assistem à Copa das Confederações, porém no outro dia estão no batente, no embate com as regras de convivência da sociedade burguesa. O Estado Democrático de Direito assiste perplexo o repúdio e a indignação daqueles que clamam tanto pela ação do Estado quanto pela implementação de Direitos, desmantelando a lógica da normalidade democrática, numa democracia cada dia mais cara-de-pau, cínica e alheia aos reclames básicos do povo que a concebeu para ser não apenas uma abstração juris-política, mas para ser acima de tudo um conjunto de políticas públicas a satisfazer as reais necessidades do cidadão. Nas ruas, não espaço para falácias nem do Palácio do Planalto, nem do Congresso Nacional, nem dos Poderes da República nem de ninguém. Não é uma revolução Cubana, nem Chinesa nem a Russa, não é. Mas é uma revolução. Se revolucionar é revolver com radicalidade a organização social circundante, então as ruas estão sendo tomadas de assalto pelos guerrilheiros pós-Geração Coca-Cola, pós Carlos Lamarca e Mariguela, pós Che Guevara e Mao Tsé Tung. Que os sociólogo socorram a camarilha política estupefata, atônita e nervosa com tantos pedindo tanto em tão pouco tempo, saindo dos becos, viela e brenhas como uma praga de Deus intimidando os Faraós embalsamados, que há anos desdenham da inteligência, paciência e do bom-mocismo do povo brasileiro.
Que coisa é essa, então, que vive nas idéias desses amantes, que cantam os poetas mais delirantes, que juram os profetas embriagados, que está na romaria dos mutilados, que está na fantasia dos infelizes, que está no dia a dia das meretrizes, no plano dos bandidos, dos desvalidos, em todos os sentidos…
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