Segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010 - 14h42
Por Antônio Serpa do Amaral Neto (vestibulando)
Caros e ilustres leitores, o nome é AVATAR. Sim, sim, sim, AVATAR, uma mega produção de ficção científica do diretor James Cameron, distribuída pela 20th Century Fox. Realmente é grandioso e, como todos dizem, seus efeitos são demais, com direito a imagem em 3D; é de tirar o fôlego. Como fala o “poeta”, agüenta coração, filas e filas em todo o mundo, batendo recordes de bilheteria.
É isso mesmo, assim como o Ronaldo nos seus tempos áureos, um fenômeno, muitos comentários e tale coisa e coisa e tale. Me chamou a atenção um Pequeno e Notável detalhe, o que este tal de AVATAR tá dizendo para um Curumim criado desnudo, tomando açaí na beira do Madeira????
Madeira que, aliás, está quase caindo - mas essa é outra prosa. Então, quando me dei conta, eis que estava no centro da sala escura à procura ainda de saber o que é ser AVATAR? Que será? Sentei-me e me deixei levar, até que adentrei em PANDORA ("a que tudo dá", "a que tudo possui", segundo a tal da mitologia) e contraditoriamente ou analogamente, depende de seu ponto de vista, leitor, ferozes e sagazes CAPITALISTAS, até sua última base nitrogenada, que possuem como “meta maior” a busca por um valioso minério, o unobtainium, na linda e abastada Pandora, que possui nativos com alta interligação com o mundo natural. Logo, vivem daquilo, dependem, amam, são parte de uma rede de energia. Porém, como o Capital não possui muita sensibilidade, e, como diz um mestre, “onde o Capital não vai é porque o dinheiro não é pouco”, e nesse caso o dinheiro é, vamos dizer assim, ABISMAL; os sedentos pela riqueza contratam cientistas, soldados, enfim, e o que for preciso para obter a tal riqueza. Bom, minha gente, acho que a sinopse tá boa, mas parei.
O fato é que tudo é muito lindo, efeitos são legais etc, Contudo AVATAR é um tiro muito bem dado, ou melhor, um AVISO estampado na primeira página, ou melhor, nos cinemas de todo o mundo dizendo o seguinte: Caro AMAZÔNIDA, caro portovelhense, caro Curumim na beira do Madeira ou manauara ou tupiniquim ou pataxó ou karipuna, uruê-au-au, tuxaua, acreanos, pantaneiros, enfim, POVOS DA FLORESTA, a POROROCA VAI PRO BREJO, ou seja, o mundo está se esgotando, no limite estamos chegando. Vocês possuem o “unobtainium”, vocês têm o que será de mais valioso: o verde, o natural, o ar puro, e nós, como verdadeiros pedigrees sanguessugas CAPITALISTAS, não iremos negar fogo, não iremos medir esforços quando a hora chegar. Tudo fica bem mais explícito quando em uma das cenas o ex-fuzileiro Jake Sully, com seu corpo de AVATAR, porém a MENTE, olhe bem, meu caro, a MENTE é deles. De quem???? Dos imperialistas... Tal Jake Sully, que possui a priori a missão de conhecer os costumes princípios e valores dos nativos para informar aos capitalistas como “melhor” agir para surrupiar a tal riqueza, ele acaba se transladando, quando adentra de fato na tribo e muda sua concepção a ponto de querer defendê-los.
E o ponto mais importante: ele vira o LÍDER dos NAVi, uma pequena OBS bem Aqui. Jake Sully, um ex-fuzileiro, possui Corpo de NAVI, mas a CABEÇA é deles) logo apenas eles são capazes de comandar os NAVI para tentar vencer os ferrenhos capitalistas. Pergunto: quem são eles?? Os Imperialistas. E quem são os Navi? É aquele Menino Aluado que vê banzeiro de rio, representando a Nação Tupiniquim que “NÃO TERIA CAPACIDADE DE PENSAR SOZINHA”, precisando um ex-fuzileiro (imperialistas) ser o líder para salvar a alma amazônida. Ah! meus caros interlocutores, se vocês estão achando que Pelo lançamento do filme ser extremamente recente o tema se vê na mesma situação, é um breve engano seu, pois lhes trago a “Rainha do Neoliberalismo”, Margareth Thatcher, que, se referindo ao Brasil, e mais precisamente à Região amazônica, disse: “Se os países subdesenvolvidos não conseguem pagar dívidas externas, que vendam seus territórios”.
Bom, então há uma grande manifestação de interesse externo, uma vez que a DAMA DE FERRO, como exemplo de uma metonímia, era a parte que enunciava as ideologias do grande todo inglês, de olho grande na imensidão verde-ameríndia, pois o território deles foi devastado com suas revoluções tecnológicas, temperadas com um capitalismo exacerbado. AVATAR apenas vem trazendo o recado novamente com outra linguagem mais deslumbrante, brilhante, tão brilhante que ofusca muitas mentes que se vêem estagnadas a efeitos mirabolantes e deixam de lado seu tacacá, tapioca e pirarucu para adorar o novo, que não é tão novo assim, e tem algo que nessa historia que é muito surpreendente, Esse tal de efeito 3D. Além do efeito visual, ele é capaz de criar uma barreira onde muitos não a transpõem. Hum.... Vou tomar meu açaí com farinha de tapioca, aquele abraço.
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