Quarta-feira, 4 de abril de 2012 - 06h11
Por Antônio Serpa do Amaral Filho
Em 1990, um Condor, colossal pássaro dos Andes, alçou vôo por sobre a amazônia e aterrissou de mansinho nas barrancas deste torrão desbravado por Cândido Mariano da Silva Rondon. Seu nome: Carlos Guery. (Vídeo AQUI)
Profissão de fé: músico. Seu presente à cosmopolita Rondônia: o segundo CD – Emociones sin palabras.
Sua missão: emprestar seu gigantesco talento musical ao desenvolvimento da arte beradeira rondoniana.
Sua paixão: a música clássica, a música andina, a música popular brasileira, a música de todos os quadrantes do mundo.
Do jazz ao pop, do brega ao rock, do bolero sentimental à salsa caribenha, passando pelos ritmos andinos, latinos, sagrados e profanos, Carlos Guery passeia com desenvoltura como se fosse normal ser genial na universalidade, na diversidade e na especificidade cultural dos fazedores de peças melódicas que nos embebedam de paixão e nostalgia.
Na escala harmônica do seu espírito mágico há espaço para todas as tendências sonoras, bemóis e sustenidos, como se fosse o seu coração um buraco negro deglutidor de todas as notas, acordes e solfejos possíveis.
Sua sensibilidade porta-se com uma fonte fluorescente cujo combustível é justamente o amálgama centrífugo para onde convergem todos os sons, arpejos, solos e acordes, feito um poço infinito de uma bem-aventurança outorgada por Deus para que ele seja, na terra, um semeador de tons e semitons, um arranjador de partituras e um encantador de homens e mulheres que têm ouvido de ouvir, sentido de sentir, amor de amar e um motivo pelo menos para se dar ao prazer de ouvir essências que emanam do seu teclado como bolhas de sabão que sobem aos ares apenas pelo prazer de encantar aos olhos dos que as miram com o olhar puro do encantamento.
No meio musical é também chamado carinhosa e respeitadamente de Maestro Carlos Guery, um rapaz latino-americano sem dinheiro no bolso, sem parentes importantes e vindo do interior da República Hermana de Bolívia.
Em Rondônia fincou raízes, bebeu água do rio Madeira, se apaixonou pela terra e fez dela uma extensão existencial de sua pátria primeira, fazendo da sua arte uma ponte cultural entre a Cordilheira dos Andes e a Planície Amazônida.
Não apenas talentoso, mas também estudioso, Guery deu tudo de si até conseguir se destacar como grande instrumentista, tanto do teclado, seu principal bastão de alquimias estético-musicais, quanto do piano, instrumento com o qual se comporta como um gentleman, honrando a memória dos grandes compositores eruditos - além de exercer também o papel de produtor musical no seu estúdio particular.
Ao longo da sua careira fez de tudo um pouco: estudou com afinco harmonia e improvisação, além de percepção musical.
Com a sua arte, já participou de festas de formatura, bailes, jantares, coquetéis e barzinhos, ora se apresentando sozinho e ora com outros artistas, muitos já também bastante conhecidos do grande público da região. Onde pulsa a música, lá também se faz presente o espírito orquestrador de Carlos Guery.
Nesse contexto, vale destacar também as inúmeras apresentações especiais que realizou, como aquelas no conhecido “Teatro Banzeiros”, na cidade de Porto Velho, e no “Teatro Dominguinhos”, na cidade de Ji-Paraná, embevecendo o público presente.
Ao longo da sua carreira já produziu dois CDs e dois DVDs. Suas obras tiveram grande reconhecimento do público, destacando-se como intérprete de diversas canções mundialmente conhecidas, verdadeiras pérolas.
Apresenta-se ao piano já há mais de três anos no conhecido “Caravela do Madeira”, em Porto Velho, local aconchegante, e que sempre foi muito bem freqüentado, pela importância do lugar.
Ali estiveram inúmeros turistas que por aqui já passaram, além de reconhecidos atores, diretores da televisão nacional e artistas, como Jorge Fernando, da TV GLOBO, Ivete Sangalo, Jorge Vercílio, Fernanda Takai e John Ulhoa, estes dois da Banda PATO FU, só para citar alguns.
Também já foi operador de áudio em emissora de TV, acumulando mais essa experiência na sua bagagem. Possuindo estúdio próprio, tornou-se o autor de muitos arranjos em Cds que vários artistas produziram.
Participou da abertura de diversos shows importantes. Há mais de dez anos dedica-se ao flash back, realizando um trabalho à parte nesse campo, inclusive com o Grupo Musical Los Dinos, muito conhecido e respeitado na região.
No seu repertório, de refinado bom gosto, e que contém vários estilos, estão incluídos clássicos como Czardas, the Sting - do filme Golpe de Mestre, brasileirinho e tico tico no fubá, destacando-se sempre pela habilidade e a forma especial de interpretação.
Sua influência musical é bastante variada, vinda de pianistas clássicos, como os lendários Rick Wakeman, Emerson Lake Palmer e Richard Clayderman.
Também é digno de registro que o Maestro Carlos Guery já se apresentou em diversos festivais importantes, promovidos pelos Correios e o SESC (FICOM e FAM), entre outros, mostrando a sua maravilhosa arte e dirigindo os trabalhos, como tecladista, pianista, arranjador e produtor musical.
Já esteve se apresentando fora do Estado, como ocorreu em Belo Horizonte, Brasília, Goiânia e Manaus, expondo seu talento em diversas cidades do nosso País, como um ilustre convidado.
Apesar da diversidade de músicas que compõem o seu vasto repertório, temos visto que a combinação de nomes e estilos nas mãos do Maestro Carlos Guery forma um cenário interessante, um estilo pessoal marcante, que sempre agradou e agradará em cheio as pessoas que apreciam a boa música.
O talentoso instrumentista se apresenta mais em Porto Velho, que tem como a sua base, fazendo-se presente nos ambientes com a sua grande musicalidade e que encanta os corações, adoçando as melodias que interpreta.
Percebe-se que a proposta desse talentoso artista e intérprete é de elevar cada vez mais a boa música instrumental, para dar-lhe dignidade, profissionalidade, essencialidade e, acima de tudo, vida e expressão na alma das pessoas.
Enfim, a proposta do Maestro Carlos Guery é tornar cada vez mais conhecida e apreciada a boa música instrumental, a partir dessa sua base, a cidade de Porto Velho, onde reside com a sua família, um lugar que abraçou e elegeu como a terra do coração, pelas oportunidades que aqui encontrou e que de forma humilde ajudou a crescer, contribuindo com os seus diversos e maravilhosos trabalhos.
Tais assertivas são apenas um pouco daquilo que podemos dizer sobre esse valioso artista, de jeito simples e possuidor de grande talento musical, talento forte, intenso, profundo e majestoso como um solo de zampoña cano longo na imensidão do altiplano boliviano.
Pode-se dizer, por fim, que Carlos Guery é uma admirável espécime humana, um amigo cuja carreira acompanhamos já há mais de dez anos, um pavão misterioso, um pássaro formoso que, no escuro da noite, em pândega musical de alto nível, nos ajuda a voar nas asas de sua batuta magistral – aquela que rege emoções sem necessariamente expressar palavra alguma.
No infortúnio da solidão atroz, o jeito é quedar-se nu com a mão no bolso, olhando para as impassíveis paredes que miram, espiam a gente até de rabo
Um dia da caça, outro dos “povos novos”, de Darcy Ribeiro
Num primeiro voo de radiofusão para além das plagas amazônidas, a Música Popular de Rondônia começou a ser mostrada na Rádio BBmusic, da cidade Búzi
As lágrimas internacionais que choraram a morte do poeta
A democracia voltou a ser ameaçada no país cujo nome é uma homenagem a Símon Bolívar, o Libertador das Américas. Com essa última quartelada, já são
Os homens do poder sempre passarão; o bom humor, passarim!
Apesar do vazio cultural, da perda irreparável para o humanismo e para a criatividade brasileira e do profundo incômodo emocional provocado pela par