Segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013 - 19h19
Por Antônio Serpa do Amaral Filho
Um fenômeno sobrenatural vem acontecendo no centro histórico da capital: fantasmas e vultos de outro mundo foram vistos perambulando pelo interior do prédio da Unir-Centro. Assustados e surpresos, alguns vigilantes e guardetes da jornada noturna juram, por todos os santos da Bahia, inclusive São Sebastião, terem visto inúmeras manifestações fantasmagóricas fazendo mungango para os vivos nos corredores do outrora Porto Velho Hotel. São tantas as manifestações de seres do além nos corredores e escaninhos do suntuoso bem cultural dos porto-velhenses que já se pensa em instalar câmeras bisbilhoteiras para captar imagens das entidades que passeiam de madrugada pelas instalações da obra neocolonial projetada pelo arquiteto Leogrin de Vasconcelos Chaves, com acompanhamento técnico do engenheiro José Otino de Freitas. Sua construção teve início em 1948, no governo de Joaquim Araújo Lima, e foi concluída em 1953, no governo de Jesus Bulamarque Hosana. Os espíritos desses nobres edificadores teriam voltado para inspecionar e avaliar a destinação prescrita ao bem histórico? Ou será que, acometidas de incontrolável saudosismo, as almas daqueles que curtiram os tempos áureos dos saraus, bailes e boêmias ali produzidos regressaram para revisitar o palco onde um dia tiveram flashes de felicidade e de grande emoção? No espaço da famosa Varanda Tropica daquele edifício, ali se apresentou o conjunto Bossa Nova, composto pelos músicos: Paulo Santos, no violão; Ricardo, na bateria; Bainha, Cabeleira e o nego Leônidas fazendo a percussão; João Henrique e Manga Rosa, no sax e flauta; e Dinoel, na guitarra.
Diz a lenda que José Otino, após um mês do falecimento da sua esposa, teria participado de uma sessão espírita, onde ocorrera o fenômeno da comunicação entre mortos e vivos, tendo o espírito de Bezerra de Menezes se manifestado naquela ocasião, fazendo algumas pregações e outorgando conselhos aos que participavam daquela fantástica experiência. E assim o luto da família teve fim.
Até que o ilibado pesquisador Antônio Cândido prove o contrário, não se tem notícia da construção de nenhuma obra similar nas capitais dos outros seis territórios federais criados em 13 de setembro de 1943 pelo presidente Getúlio Vargas. Só o Território Federal de Rondônia se atreveu a edificar obra aquilatada como faraônica para o contexto da época. O historiador Antônio Cantanhede, em citação do jornalista Sílvio Santos, assim a descreveu: “Trata-se de edifício de grande porte que terá 30 quartos e 20 apartamentos, além de salões, diversos serviços e área coberta é de 1.780m2.” Portanto, espaço bastante para hospedar inúmeras brigadas de seres espirituais.
Se as aparições são frutos da imaginação ou do medo, não se sabe. O fato é que o professor Adilson Siqueira, hoje chefe de gabinete da reitora Berenice Tourinho, depois de escrever uma homenagem ao falecido filósofo Pedro Vicente Lourensatto, teve também uma experiência no mínimo curiosa: quando ativou a tecla ENVIAR do correio eletrônico, para destinar a matéria aos jornais locais, as lâmpadas fluorescentes do teto estouraram, uma sutil atmosfera permeou o ambiente, deixando o gabinete às escuras e provocando calafrios nas veias do militante do PSOL. O relógio marcava pontualmente seis da tarde, hora cabalística, pois nela se abre a perspectiva do contato com a dimensão transcendental - no dizer do bruxo e antropólogo Carlos Castañeda.
Jesuá Johnson, o Bubu, também disse ao Globo Repórter ter visto fantasma - fantasma de um trem trotando por sobre os dormentes que representam boa parte dos homens mortos na construção da Ferrovia do Diabo. Seres de outras estações nos visitam ou somos nós, rondonienses, que, em comendo o pão que o diabo amassou, neste contexto tenebroso em que vivemos, visitamos estações místicas e psicológicas da nossa alma, a projetar inquietude profanas e sagradas, no afã de uma vida melhor e mais digna, a que chamamos fantasmas? Chame o padre Quevedo, o crente que quiser passar a limpo essa estória. Aos céticos e racionais sugere-se que convoquem a semiótica, para que a ciência dos signos de linguagem ajude a decodificar os mistérios que povoam o imaginário dos karipunas e migrantes tupiniquins.
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