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Gente de Opinião

Serpa do Amaral

Fina Flor do Samba mostrou a arte centenária no Festival de Arte


 
Na última sexta-feira, 29, o grupo Ernesto Melo e a Fina Flor do Samba se apresentou no Festival de Arte e Cultura da Universidade Federal de Rondônia, fechando em grande estilo a programação daquele dia e servindo ao público o melhor do samba regional e nacional. Na abertura, o intérprete e violonista Ênio Melo fez ecoar as pérolas preciosas de Paulinho Fina Flor do Samba mostrou a arte centenária no Festival de Arte - Gente de Opiniãoda Viola no quadrante histórico da capital. Foi só o prenúncio de que o samba, manifestação centenária no coração do povo brasileiro, tomaria conta de todos os redutos da Praça Getúlio Vargas, defronte ao Mercado Cultural e ao antigo palácio do governo.

Vestidos a caráter para um verdadeiro show que acabou mesmo acontecendo, os sambista trajavam sapatos estilizados à moda da malandragem dos anos 40 na Cidade Maravilho, fardão da academia do samba e principalmente mostraram muito orgulho de estar ali desfolhando o buquê de notas musicais do compositor Ernesto Melo, conhecido na comunidade artística local como o Poeta da Cidade, por sua temática memorialista e descortinadora dos ambientes e personagens que compõem relevantes traços panorâmicos da identidade dos porto-velhenses.

Realizado de 27 a 30 de abril, este ano na sua segunda versão, o Festival de Arte e Cultura da Unir mostrou força expositiva e a capacidade de quebrar o gelo na relação entre a Academia Universitária e a comunidade da capital do Estado. Em regra, a Universidade Federal vira as costas para a cidade; produz ciência e conhecimento técnico mas não sabe dialogar com a sociedade. Por ali desfilaram, dentre outros, o compositor Bado e o maestro Júlio Yriarte, Macaquiavélicos, Três de Nós, Banda Soda Acústica, poeta Elizeu Braga com recital Mormaço de Rimas, Minhas Raízes, Anderson Benvindo com Prognoise e tantos outros. Em vários ambientes da cidade, diversas outras atividades culturais foram realizadas. Talvez até para calar a boca dos que, de forma incauta, afirmam erroneamente que "Porto Velho não tem cultura".

Coube à Fina Flor do Samba mostrar as matizes do samba feito aqui, à margem do rio Madeira, terra de Bainha, Babá, Bubu, Norman Johnson, Beto César, Waldison Pinheiro, Silvio Santos e Neguinho Menezes. Depois da bem posta apresentação de João Carteiro, entoando várias peças clássicas de João Nogueira, subiu ao palco Hudson Mamedh, um cuiabano que se torno rondoniano de coração e hoje é uma das mais expressivas vozes entre os bambas do Guaporé, com a missão revelar as criações do Poeta da Cidade para os participantes do festival. Era o que o público queria: uma boa dose de musicalidade nativa, o chamado samba raiz, funcionando como um espelho a refletir para o público presente as inúmeras imagens que constituem, musicalmente falando, uma boa fatia da identidade cultural de quem nasceu nestas paragens. Enfermo, o compositor Ernesto Melo não pôde participar pessoalmente. Sua obra, entretanto, mostrou por si só a força expressional e poética que possui. As músicas do artistas funcionam como cicerones turísticos e às vezes arqueológicos, revelando recantos, pessoas, tradições, falares, memórias, estórias e amores presentes no coração, na urbe e na mente de um cancioneiro popular de sua nobre estirpe. E assim, com Nicodemos no violão de sete cordas, Basinho no surdo de marcação, Padoca no banjo, Ney no cavaquinho, China no pandeiro e Ênio Melo no violão também de sete cordas, Barney Silva no vocal, a Fina Flor do Samba escreveu uma bela página musical, para a alegria da geração hoje madura, para os que já se foram e para as gerações que ainda estão a caminho na estrada da vida!

NOTA DE DESAGRAVO ENVIADA AO RONDONIAOVIVO

Reportando-nos à publicação intitulada "IMUNDÍCIE - Militantes promovem cusparada em defesa de Dilma na capital", publicação essa postada hoje pela manhã, como capa de matérias, no site que Vossa Senhoria edita vimos, a Associação Cultural A Fina Flor do Samba, entidade jurídica de direito privado, que tem entre outros objetivos o resgate e a preservação de nossa história através da música, da história oral e literária e a produção de shows culturais, REPUDIAR com veemência os termos daquela matéria reles, vulgar, infundada, aproveitadora e, acima de tudo MENTIROSA. O show da A Fina Flor do Samba, deu-se das 23:00H de sexta-feira, 29, até 01:00H de sábado, 30, último, encerrando o belíssimo programa cultural da Fundação Universidade Federal de Rondônia - UNIR onde apresentamos o nosso repertório onde constam perolas de Cartola, Paulinho da Viola, Candeia, João Nogueira dentre outras estrelas de igual quilate, onde não há lugar para atos de "protestos escatológicos" em favor desta ou daquela figura política. Mente, a matéria, por devaneios de imaginação, por preguiça de buscar a verdade ou por pura incompetência de querer manter-se na mídia dos fatos atuais. A A fina Flor do Samba não é, nunca foi e nunca será "reduto boêmio de petistas e militantes sindicais", nem de peemedebistas, nem de peessedebistas tucanos, nem de qualquer outro "pê" que o valha. Respeite quem faz cultura pela cultura, respeite quem tenta resgatar nossos valores morais e históricos, não que sejamos apolíticos, não, cada um de nossos integrantes certamente tem as suas convicções, mas tudo em foro íntimo. Assim sendo, solicitamos a Vossa Senhoria a publicação dessa Nota de Desagravo em vosso site. Nos colocamos à disposição para quaisquer outros esclarecimentos.

ERNESTO MELO


Antônio Serpa do Amaral Filho
Assessor de Comunicação da Fina Flor do Samba

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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