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Serpa do Amaral

Grupo de porto-velhenses em protesto pela agressão cultural ao antigo cinema Resk


Grupo de porto-velhenses em protesto pela agressão cultural ao antigo cinema Resk - Gente de Opinião

Porto-velhenses denunciam agressão cultural ao antigo Cine Resk (Foto Luiz Brito)

Um grupo de porto-velhenses realizou ontem, domingo, dia 11/01, um ato de protesto defronte ao prédio do antigo Cine Teatro Resk, localizado ao lado da Praça Marechal Rondon, centro histórico da capital, onde hoje funciona uma unidade da Igreja Internacional da Graça de Deus. Os manifestantes se reuniram pela manhã no bairro Caiari, onde promovem semanalmente um café cultural, e de lá saíram em passeata até o histórico cinema para protestar contra as transformações arquitetônicas que, segundo eles, estão deformando e descaracterizando completamente a fachada de uma das casas de espetáculo mais antiga de Rondônia – o Cine Resk.  O turismólogo Ivo Feitosa afirma que o imóvel foi declarado “Patrimônio Histórico de Porto Velho”, em 04.05.1994, pela Secretaria Municipal de Cultural e Esporte e que por isso merece tratamento especial da administração pública e da iniciativa privada. O grupo de ativistas é constituído por profissionais liberais, servidores federais e estaduais e empresários e promete realizar várias ações de protesto para que o cinema tenha suas linhas arquitetônicas restauradas.

Grupo de porto-velhenses em protesto pela agressão cultural ao antigo cinema Resk - Gente de Opinião
(Foto Luiz Brito)

Os nativos, portanto faixa de mobilização da Associação Cultural Rio Madeira, declararam o prédio patrimônio cultural dos rondonienses e deram um abraço simbólico na antiga sala cinematográfica. Eles acusam a igreja evangélica, atual proprietária do imóvel, de estar promovendo uma agressão cultural às formas originais do edifício. De fato: uma moderna fachada, constituída de inúmeras placas metálicas, e modernas folhas de vidro já estão instaladas no prédio. Através do advogado e também militante do movimento cultural, Ernandes da Silva Segismundo, os porto-velhenses irão mover uma ação judicial para tentar reaver os danos materiais causados ao bem que eles consideram patrimônio cultural dos nascidos na capital do Estado.  

O Cine Teatro Resk foi criado em 1950 pelo libanês George João Resky, que chegou em Porto Velho em 1914, tendo inaugurado o primeiro cinema sonoro da cidade, o Cine Catega, que posteriormente veio a se chamar Cine Brasil, hoje também com sua frente original descaracterizada por uma fachada de loja comercial. Segundo o historiador Abnael Machado, o projeto arquitetônico do prédio foi elaborado por uma grande empresa de engenharia e arquitetura do Rio de Janeiro, constando de auditório com capacidade para quatrocentos espectadores, amplo palco e tela panorâmica de projeção cinematográfica. Em seu palco se apresentaram artistas nacionais e estrangeiros de renome internacional, músicos, cantores, atores, declamadores, cômicos e outros diversos setores artísticos e culturais.

Segundo os organizadores do protesto, as manifestações de indignação dos porto-velhenses para com as agressões aos elementos da sua identidade cultural está dando origem ao “Movimento Cultural dos Filhos de Porto Velho”, no bairro Caiari, sob a liderança de Deroche Pequeno Franco Neto, e terá como braço político a Associação Cultural Rio Madeira, que recentemente conseguiu a restauração do antigo prédio da Câmara Municipal, hoje transformado no Memorial Anízio Gorayeb.

constituído por profissionais liberais e servidores federais e estaduais, o grupo promete várias ações em defesa do cine Resk

Fachada original do Cine Teatro Resk

Grupo de porto-velhenses em protesto pela agressão cultural ao antigo cinema Resk - Gente de Opinião

 O grande prédio do Cine Teatro Resk, construído pelo patriarca da família o libanês George João Resk, na rua Nathanael Albuquerque, esquina com a praça General Rondon. Inaugurado em junho de 1950, o Cine propiciou momentos culturais e de entretenimentos na cidade com artistas nacionais em apresentações memoráveis.      

Fonte: Antônio Serpa do Amaral
 

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