Domingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Serpa do Amaral

Irmão Sol, Irmã Lua - dávidas do Criador


Dois corpos celestes nos acompanham desde os primeiros dias do nascimento do mundo: o sol e a lua. Deus os colocou no firmamento para iluminar a terra e com a função de regular o dia e a noite. E Deus viu que era bom. Houve uma tarde e manhã: foi o quarto dia.

Dois luzeiros. Uma estrela de quinta grandeza e um satélite natural da terra - nos ensina a astronomia com seu requinte terminológico.

Para a poesia, porém, a lua continua sendo a eterna musa dos enamorados, elemento inspirador dos escribas românticos em todas as épocas. O sol, com seu esplendor enigmático, também motiva aos cancioneiros, poetas e repentistas de todos os quadrantes da terra a produzirem obras sobre sua figura exuberante.

Foram criados para separa o dia da noite, marcar festas, dias e anos. Organizar o caos.

Assim, ganhamos em dádiva do Criador o Irmão Sol e a irmã Lua - diriam os naturalistas. Nessa sucessão interminável, o novo dia parece não ter pressa, mas de madrugada a noite, cansada e sonolenta, procura debalde livrar-se do encargo determinado pelo Senhor das Esferas, que quiçá tenha ordenado a ela, noite, dormir somente quando o dia chegar, para que o homem não fique só, não pereça ou enlouqueça ante à intemporalidade. Assim, o homem nunca está só. Tem sempre o irmão Sol ou a irmã Lua como companhia. Dois pólos distintos a nos sinalizar metaforicamente que os diferentes também podem compor a harmonia, cada qual segundo a função desenhada pelo Criador. Latu sensu, vemos o princípio do masculino e do feminino representados nos dois corpos celestes. Dois luzeiros a inspirar os caminhos do homem e da mulher na vida terrena, caminhos às vezes tortuosos, pecaminosos e de difícil doma e jornada. Mais uma vez Deus coloca em nossa morada astros luminosos, como que querendo nos dizer que se não tivermos luzes durante o trajeto da existência, certamente cederemos às tentações, seremos fracos e nos submeteremos aos vícios, aos prazeres e às ideologias que escravizam a espécie humana. Bebamos, pois, na luz da eterna bondade para sermos também bons para conosco e para com o próximo. Os presentes divinos adornam os céus até hoje: O Irmão Sol e a Irmã Lua, espelho de luz e liberdade a inspirar os guerreiros da paz!

Para saudar este Quarto dia Criação, chamemos o cancioneiro popular Luiz Ramalho para falar dos primeiros tempos em verso e prosa:

Foi Deus que fez o céu, o rancho das estrelas

Fez também o seresteiro para conversar com elas

Fez a lua que prateia minha estrada de sorrisos

E a serpente que expulsou mais de um milhão do paraíso

Foi Deus quem fez você

Foi Deus que fez o amor

Fez nascer a eternidade num momento de carinho

Fez até o anonimato dos afetos escondidos

E a saudade dos amores que já foram destruídos

Foi Deus

Foi Deus que fez o vento

Que sopra os teus cabelos

Foi Deus quem fez o orvalho

Que molha o teu olhar, teu olhar

Foi Deus que fez a noite

E o violão plangente

Foi Deus que fez a gente

Somente para amar, só para amar

Só para amar
 
Fonte: Antônio Serpa do Amaral Filho

 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

Gente de OpiniãoDomingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Diálogos insanos da pandemia

Diálogos insanos da pandemia

No infortúnio da solidão atroz, o jeito é quedar-se nu com a mão no bolso, olhando para as impassíveis paredes que miram, espiam a gente até de rabo

Um dia da caça, outro dos “povos novos”, de Darcy Ribeiro

Um dia da caça, outro dos “povos novos”, de Darcy Ribeiro

Num primeiro voo de radiofusão para além das plagas amazônidas, a Música Popular de Rondônia começou a ser mostrada na Rádio BBmusic, da cidade Búzi

As lágrimas internacionais que choraram a morte do poeta

As lágrimas internacionais que choraram a morte do poeta

A democracia voltou a ser ameaçada no país cujo nome é uma homenagem a Símon Bolívar, o Libertador das Américas. Com essa última quartelada, já são

 Os homens do poder sempre passarão; o bom humor, passarim!

Os homens do poder sempre passarão; o bom humor, passarim!

Apesar do vazio cultural, da perda irreparável para o humanismo e para a criatividade brasileira e do profundo incômodo emocional provocado pela par

Gente de Opinião Domingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)