Na Virada Cultural, Brito apresenta Rondônia em postais

Para comemorar os 99 anos do município de Porto Velho, o fotógrafo Luiz Brito lança amanhã, às 20h, no Mercado Cultural, no centro histórico da capital, dentro do projeto 1ª Virada Cultural, uma série de postais temáticos. Brito é um profissional engajado na fotografia documental que agora resolveu investir na performance artística das imagens captadas por suas lentes. O lançamento do trabalho terá a participação do cantor e compositor Bado e dos brincantes do boi-bumbá Diamante Negro. 

Os temas dos postais

Nascido no bairro de Santa Bárbara, em Porto Velho, Brito elegeu cinco motivos culturais da sua terra natal para produzir os postais: a Piracema, com o qual faz o resgate do fantástico fenômeno do ciclo reprodutivo dos peixes, hoje desparecido com a construção da usinas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau. Segundo ele, “O salto que proporcionava o espetáculo da piracema foi afogado pela barragem das usinas. Esse postal é uma lembrança da beleza que era aquele espetáculo da natureza,  quem viu, viu, quem não viu, não viu, mas o postal dá uma ideia do que se passava no salto do Teotônio”.  

Sobre o boi-bumbá ele apresenta a foto do amo Aluízio Guedes, do Diamante Negro, numa homenagem a um antigo brincante do folclore, o Galego, que, segundo o artista, usava muitos espelhos no chapéu, fazendo com que a luz refletisse e brilhasse nos folguedos juninos. A Pagadora de Promessa da Festa de São Pedro, da comunidade São Sebastião, no beira rio, ilustra uma outra peça produzida por Luiz Brito, como uma alusão à fé das pessoas que vivem à margem do rio Madeira, os chamados ribeirinhos. A festa é promovida anualmente pela Colônia de Pesca Tenente Santana.

Focado num dos paraísos ecológicos do Estado, Brito faz da região do Guaporé um outro tema do seus postais. A imagem foi captada num final de tarde, a bordo de um barco, entre Pedras Negras e Costa Marques. Finalizando a série, o produtor cultural apresenta a belíssima cena de uma canoa deslizando mansamente sobre o Rio Guaporé, num amálgama de fotografia ambiental e cultural. O trabalho será exposto e lançado no ambiente cult Café com Arte, ao som de MPB e cantoria de boi.