Sexta-feira, 27 de abril de 2012 - 13h07
Cerca de 60 operários que prestaram serviço às empresas WPG e ESBR, na construção da usina de Jirau, estão postados defronte ao prédio do Tribunal Regional do Trabalho da 14ª região aguardando o desenrolar da audiência trabalhista, que começou hoje cedo, em que os trabalhadores reivindicam o
“Vivendo igual cachorro” |
pagamento do resíduo de 20% devido pelos patrões desde novembro de 2011. Capitaneado pelo dirigente sindical Vanderlei da Silva e outras lideranças sindicais, os operários denunciam o calote e reclamam ao juiz da primeira vara que foram abandonados pelos contratadores de mão-de-obra e que, sem carteira assinada desde a contratação da empreita e vivendo à míngua, sobrevivem graças à ajuda dada pelo sindicato (Sticcero) que os mantém hospedados no hotel Guajará, no centro de Porto Velho.
Segundo o operário José Ramos da Gama, 58, oriundo do Estado do Amazonas, casado, pais de cinco filhos, “lá no Jirau a gente comia comida estraga, tinham uma mal dormida e ficamos uma vez três dias sem comer”. Com mais de 20 anos de trabalho na área e 15 anos em Rondônia, Ramos se declara vivendo de bico pra sobreviver – “a coisa mais ruim que tem nessa vida é você chegar em casa, abrir a geladeira e ver que não tem nada pra se comer; e o dinheiro que você faz mal dá pra pagar a luz e o telefone; eu recebi 80% dos três meses que estavam atrasados e agora falta a empresa pagar pra gente os 20% que estão faltando, e é essa parte que está enrolada desde novembro do ano passado; quer dizer que, além dos vinte por cento, a empresa ainda tá devendo pra gente os outros direitos trabalhistas; ela tem que pagar dano moral por abandono de incapaz, ela deixou nós lá vivendo igual cachorro; eu espero que hoje a justiça do trabalho dê uma resposta boa, pra gente receber nosso dinheiro, se Deus quiser Nossa Senhora, porque eu tô devendo muito, e é cobrança todo dia, tô com a luz atrasada, loja atrasada, já fui até ameaçado de ir preso”.
“Aqui em Rondônia a Justiça do Trabalho atua mais em favor do patrão” |
Basto, um goianense de 40 anos, separado, diz que tem dois filhos dependentes e que ainda não foi preso porque a justiça não o achou aqui em Rondônia, mas que, em razão do calote da WPG/ESBR, já tem dois mandados de prisão contra ele por não ter feito o pagamento de pensão para os filhos. Na opinião desse operário, a contratadora está agindo assim por pura maracutaia do dono da empresa porque na verdade ela pegou dinheiro que dava pra pagar o pessoal, mas abandonou os trabalhadores aqui e foi embora. A empresa WPG é contratada pela ESBR que é dona da obra do Jirau, e ela veio de Santa Catarina e, sem ter nenhum carrinho de mão no nome dela, ela pegou um contrato de 53 milhões de adiantamento e lavou a mão e foi embora e deixou tudo pra trás, deixando dívidas no mercado da cidade de Porto Velho e Jaci-Paraná, e os funcionários ficaram jogados no olho da rua. Nós procuramos o sindicato que deu apoio pra nós, pra ver se agente recebe o que está faltando. A Liga Operária apóia o sindicato e o sindicato apóia a gente lá no hotel e na refeição do restaurante - nisso o sindicato também está apoiando a gente. Ouvi dizer que hoje iam cortar a ajuda do hotel e do restaurante. Aqui em Rondônia hoje eu acho que a Justiça do Trabalho atua mais em favor do patrão, porque no caso nosso nós estamos desde novembro esperando, tudo pai de família, a maioria de fora, e até agora não teve uma solução, então eu acho que a Justiça do Trabalho apóia mais pro lado do patrão. Nossa esperança é que justiça dê uma resposta boa pra gente hoje” – acrescentou ele.
Fonte: Antônio Serpa do Amaral Filho
No infortúnio da solidão atroz, o jeito é quedar-se nu com a mão no bolso, olhando para as impassíveis paredes que miram, espiam a gente até de rabo
Um dia da caça, outro dos “povos novos”, de Darcy Ribeiro
Num primeiro voo de radiofusão para além das plagas amazônidas, a Música Popular de Rondônia começou a ser mostrada na Rádio BBmusic, da cidade Búzi
As lágrimas internacionais que choraram a morte do poeta
A democracia voltou a ser ameaçada no país cujo nome é uma homenagem a Símon Bolívar, o Libertador das Américas. Com essa última quartelada, já são
Os homens do poder sempre passarão; o bom humor, passarim!
Apesar do vazio cultural, da perda irreparável para o humanismo e para a criatividade brasileira e do profundo incômodo emocional provocado pela par