Sexta-feira, 4 de abril de 2008 - 19h15
Por Antônio Serpa do Amaral Filho
O poeta padece de inutilidade, principalmente na moderna sociedade de consumo.
Em calendas de antanho, o poeta era o louco a mirar o mar, o lobo em desvairio tentando devorar a lua, a figura mórbida que ainda conseguia causar espécie ao morrer embriagada de byronismo suicida.
O poeta sempre foi a consciência transbordante no circo real.
Hoje não serve pra nada. Com ele ou sem ele, o mundo continua tal e qual.
No mercado de consumo, nenhum dos produtos ali expostos têm a participação do trabalho do poeta.
Inútil é o ser do poeta para mister da produção dos bens da vida.
Todavia, a voz do poeta - essa sim - é essencial.
Têm nuances aveludadas, às vezes, mas possui lâminas ferinas e pontiagudas também, venenos e zarabatanas que podem ser dirigidas à insensibilidade e à prepotência, ao descaso e à insensatez dos que vivem na urbe.
Cantando o Bar do Zizi, a voz do poeta é canto primaz de torneadas figuras lingüísticas, mas encarna principalmente a voz do vento atormentando os omissos, os cínicos e os vilões da história de sua própria gente.
A Voz do Poeta é matinta-pereira saltitando insana pelas ruas, perturbando, com seus murmúrios ilógicos, o sono das consciências que se querem justas e normais, politizadas e progressistas, esquerdistas e humanistas.
Quando todos já tiverem mortos e só restar o hiato triunfal do silêncio, ainda assim caberá ao poeta se pronunciar, para que as ondas sonoras de sua fala sejam almas penadas trotando em desatino pelos corredores da eternidade.
Parabéns, Professor.
No infortúnio da solidão atroz, o jeito é quedar-se nu com a mão no bolso, olhando para as impassíveis paredes que miram, espiam a gente até de rabo
Um dia da caça, outro dos “povos novos”, de Darcy Ribeiro
Num primeiro voo de radiofusão para além das plagas amazônidas, a Música Popular de Rondônia começou a ser mostrada na Rádio BBmusic, da cidade Búzi
As lágrimas internacionais que choraram a morte do poeta
A democracia voltou a ser ameaçada no país cujo nome é uma homenagem a Símon Bolívar, o Libertador das Américas. Com essa última quartelada, já são
Os homens do poder sempre passarão; o bom humor, passarim!
Apesar do vazio cultural, da perda irreparável para o humanismo e para a criatividade brasileira e do profundo incômodo emocional provocado pela par