Quinta-feira, 13 de setembro de 2012 - 06h19
Rita Queiroz, considerada a maior expoente das artes plástica do Estado, deu entrevista denunciando desmandos do novo secretário de Estado da Cultura, do Esporte e do Lazer de Rondônia, Emanuel Neri Piedade, recentemente empossado no cargo, em substituição a Francisco Leilson, o Chicão. “O novo secretário foi pra lá e está agindo como político, ele ainda não se preocupou com os artistas nem com a arte” – disparou Rita.
Segunda a artista, o secretário “pisou na bola” ao permitir a instalação da exposição de artesanato no espaço dedicado exclusivamente às artes plásticas dentro da Casa de Cultura Ivan Marrocos. Com o dedo em riste, apontado para o rosto do secretário Emanuel Neri, ela disse que aquela exposição é uma afronta ao edital normativo criado por lei, à época do governo Ivo Cassol. Ao diretor da Casa de Cultura, Geraldo Cruz, ela teria dito pessoalmente: “se você fosse um artista de verdade, sentira vergonha de estar passando por cima de uma luta de 35 anos, entregaria o cargo e não permitiria acontecesse uma coisa dessa, Geraldo”. Rita diz não ter nada contra os autores das obras de artesanatos, os presidiários, com quem ela já fez inúmeros trabalhos sociais e culturais.
A artista denunciou, ainda, que a Casa de Cultura está sem condições mínimas de funcionamento “porque ela está completamente destroçada, os banheiros estão quebrados, não tem funcionado, o pessoal da limpeza foi tirado, tem dia que não tem nem papel higiênico, não tem material de limpeza, não tem nada, nada. Quem faz as coisas lá são os artistas, quem limpa são os artistas quando vão fazer exposição, o pessoal que trabalha lá como funcionários é que está fazendo alguma limpeza. Outro dia eu passei sábado e domingo lá pra vender os trabalhos que foram feitos do ponto de cultura no beiradão e tive de usar máscara porque estava fedendo demais. Nós estamos lutando e fazendo tudo isso esperando que venha uma reforma. Mas agora, em relação ao fato da secretaria querer usar desse expediente para tapar o sol com a peneira, aí é demais. Não tenho nada contra os detentos expositores. Se fosse minha irmã, ou meu pai, que fizesse uma exposição irregular lá, sem respeitar o regulamento, eu iria gritar do mesmo jeito”.
Perguntado se ela teria levado o caso ao conhecimento do secretário de cultural do Estado, respondeu: ontem, nós estávamos na Casa da Cultura, num debate sobre a destruição do marco Rondon pela construção da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, quando vi o Geral Cruz conversando a respeito dessa irregular exposição e aquilo me chamou atenção. Quando eu vi a situação, botei o dedo bem perto do rosto dele e falei ‘senhor secretário eu pedi ao Geraldo que lhe mandasse todos os regulamentos da galeria para o senhor ficar ciente de que lá dentro não se pode botar nada que não seja permitido pelo edital, é a lei’. E saí. Quando foi ontem de manhã, passei lá e vi que já estava tendo exposição, coquetel e tudo. Quer dizer que, pra ele, tanto faz quanto tanto fez as coisas que disse ao ele, secretário. O Zekatraca disse na sua coluna que o secretário teria dito que não teve culpa, que a responsabilidade era do Zogbi e do Geral Cruz. Pra mim ele não falou nada. Fiquei tão nervosa que chorei em público. A minha decepção foi grande, grande, por causa do Geraldo, não foi nem com ele, o secretário de cultura, que não conheço, mas pelo Geraldo, porque ele, como diretor da casa, ele teria dito ‘senhor secretário, eu entrego o meu cargo, eu jamais vou passar por cima de uma luta de 35 anos’. Se fosse eu, não teria feito a exposição, eu teria entregue o meu cargo. Nenhum secretário passou por cima desse regulamento. Ele não sabe nem o nome da gente, me chama de “professora”, por exemplo. Nós não somos professores, somos artistas plásticos. O Chicão nunca desrespeitou o regulamento da Galeria Afonso Ligório. Mas esse novo secretário, sim. Por desrespeito às normas de utilização, ainda no governo Ivo Cassol, já chegaram a colocar venda de carros e motos dentro da Casa de Cultura, e ainda uma menina numa cama bem grande, na entrada, só com um paninho no bumbum (todo mundo fotografando a bunda dela), fazendo propaganda de um creme de hidratação ou coisa parecida”.
REAÇÃO DOS ARTISTAS PLÁSTICOS
Ao tomar conhecimento da irregularidade da exposição, os artistas plásticos promoveram uma reunião, na tarde de ontem, na Casa de Cultural, tirando a deliberação de formalizar denúncia à Secretária de Cultura do Estado, ao governador Confúcio Moura e ao Ministério Público do Estado, requerendo a interdição da exposição por afronta ao edital normativo que disciplina o uso da galeria na Casa de Cultural Ivan Marrocos.
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