Terça-feira, 10 de abril de 2012 - 10h47
Num clima de muita hostilidade entre os grupos liderados por Roberto Sobrinho e Fátima Cleide, foi realizada, no último domingo, dia 08, a prévia do Partido dos Trabalhadores que acabou indicando a ex-senadora como a candidata dos petistas ao cargo de prefeito de Porto Velho nas próximas eleições. Do Rio de Janeiro, o jornalista Zola Xavier disparou: “É a vitória da esperança”. É o fim do caciquismo de Roberto Sobrinho, disseram outros analistas da imprensa local. Trata-se apenas do PT experimentando o bônus e ônus da democracia, esclareceram alguns militantes. Exemplo de democracia interna que poucos partidos – ou quase nenhum - têm a oferecer à arte da política.
A performance da ex-senadora pegou muita gente de surpresa. Havia um pensamento quase unânime de que Sobrinho teria o comando total do partido e imporia derrota massacrante à antiga aliada de Eduardo Valverde. Mas a praxe política mostrou que a situação real da contenda não era bem assim. No primeiro round da luta, Fátima Cleide nocauteou Mirian Saldanha, com uma diferença de 47 votos. No segundo turno, ela voltou ao páreo e impôs histórica e apertada derrota ao vereador Cláudio Carvalho, candidato do prefeito, vencendo a corrida pelo cargo de executivo da municipalidade por 526 a 490 votos. Ao todo votaram 1.024 filiados. Em desdobramento à derrota de Sobrinho já há quem anuncie uma verdadeira caça às bruxas aos petistas que traíram o prefeito e que em troca perderão seus cargos nos próximos dias. É a pior coisa que poderia acontecer nas hostes petistas.
O fato é que, com esse resultado, a ex-senadora demonstra força, carisma e prestígio entre a militância e manda dizer ao prefeito da capital que é chegada a hora da alternância no gerenciamento da cidade. Mais do que isso: manda dizer a todos que é chegada a hora de apostar na esperança, na renovação e na reciclagem do partido para uma nova era administrativa para o povo de Porto de Velho, sob o comando de uma mulher – se vencido os outros adversários políticos.
Segundo alguns veículos da mídia local, o nível de tensão vivenciado pelos militantes do PT durante o processo de disputa interna em torno da indicação do candidato ao posto de chefe do executivo municipal foi tão elevado que o grupo de Fátima Cleide não tem a menor chance de contar com o apoio integral dos liderados por Sobrinho no processo eleitoral que se aproxima. Há jornalistas que chegam a descrever a ex-senadora como inimiga fidagal do prefeito Roberto Sobrinho.
Para salvar a agremiação partidária da autocombustão, Tácito Pereira, presidente municipal do PT em Porto Velho, já entrou em cena vestido de bombeiro e passou a dar o tom da reconciliação em torno do nome de Fátima Cleide, até porque - argumenta ele - ela venceu democraticamente as disputadas prévias partidárias. Cabe, por outro lado, ao prefeito Roberto Sobrinho ter a grandeza de conduzir o partido à unidade, para marchar em bloco rumo ao exercício do poder, se não quiser ver a candidata do PT dar com os burros n’água. Os adversários políticos estão ali na esquina e logo, logo, abrirão fogo contra a barcaça beradeira de Fátima Cleide, durante a travessia rumo ao Palácio Tancredo Neves. A administração Roberto Sobrinho encarna, hoje, um líder desgastado que fez muito, é inegável, mas que deve ceder lugar a uma nova liderança, pois ainda há muito mais a se fazer. A cidade está parecendo um acampamento de ciganos, submissa às mazelas presenteadas pela construção das usinas hidrelétricas.
Enquanto a nuvem de raiva e ódio vai se dissipando lentamente no Partido dos Trabalhadores, antevemos que é hora de passar mertiolate nas feridas, recompor o clima amistoso nas relações entre os correligionários e cultivar a unidade entre os petistas, tendo como símbolo inspirador a esperança de que a cabocla e ex-senadora Fátima Cleide venha a representar e realizar os ideais dos cidadãos portovelhenses, ansiosos por candidatos de qualidade, que tomem grandes decisões e promovam urgentes realizações na esfera da gestão pública municipal. É o que a comunidade espera da, possivelmente, futura Dilma Rousself rondoniana. Como disse periodista Zola Xavier, venceu a esperança na briga de foice do Partido dos Trabalhadores.
Fonte: Antônio Serpa do Amaral Filho
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