Terça-feira, 25 de fevereiro de 2014 - 17h28
Mesmo com tanto transtorno causado pela histórica cheia do Rio Madeira, vemos que não falta solidariedade e criatividade ao povo. Aliás, muita gente vai ali para passear, desfilar sua curiosidade, namorar, tomar lanche ou fotografar a realidade (como eu, neste artigo).
A enchente afogou a Maria Fumaça que estava
na praça dos trilhos da Madeira Mamoré
Ainda bem que as peças do Museu foram transferidas antes que derretessem com a ação da ferrugem. Nossa realidade ou se afoga em lágrimas, pela falta de políticas públicas honestas, ou se corrói pela ferrugem da imoralidade pública.
Ao fundo se vê a Maria Fumaça embaixo da água
Com as águas que ultrapassaram a Rua Rogério Weber, nas imediações do Tribunal Regional Eleitoral, os trabalhadores instalados no conhecido Shopping Popular tiveram que se mudar e levar seu trabalho para outras áreas da cidade.
Uma das novas instalações abriga peças do Museu da Ferrovia, barracas de artesanato – também desalojados pela enchente – e muitos outros trabalhadores, como a jovem manicure da foto que se vê mais abaixo.
A tenda branca armada na Feira do Sol – entre as Avenidas 07 de Setembro e Farquar – tem ainda muito improviso para organizar, mas não se deixa de trabalhar para romper as dificuldades naturais e sociais. Se bem que as dificuldades também são políticas – se pensarmos em tudo que deveria ter sido feito e não foi, para se minimizar a ação invasora da pior enchente do Estado.
O artesanato guarda a cultura
Em todo caso, com ou sem as responsabilidades apuradas das autoridades diante das obras das usinas, nesta barraca de artesanato, pode-se ver a artesã arrumando suas instalações para melhor atender os turistas ou apaixonados por artesanato, como eu. Você encontra de tudo um pouco – o que mais me atrai é a criação indígena, são peças genuínas, tão naturais como a cidade consumidora permite que seja.
Gicely Aquino não se abala, sorri para a vida
Na mesma tenda na Feira do Sol, nesta segunda foto, está sentada a jovem estudante de sétimo período do Curso de Nutrição. À espera de se formar para disputar outro concorrido mercado de trabalho, o de nutricionista, Gicely Aquino trabalha como uma das melhores manicures da cidade. Quando se formar, vai cuidar do meu regime.
Trata-se do mais famoso trabalhador-estudante, todo aquele que não pode se dedicar exclusivamente à sua formação intelectual, mas que com determinação rompe a barreira do cansaço do trabalho e faz de si um exemplo de estudante. Todo trabalhador-estudante já merece nota 10, porque já é nota dez na vida.
No artigo, quero prestar uma homenagem a todas essas pessoas que se dedicam ao trabalho e a atender aos outros, mesmo que em condições improvisadas. Para mim, é a prova de que o povo sabe usar de sua criatividade para o bem, para superar todas as dificuldades que a vida comum põe diante de todos(as).
Nossos políticos têm muito a aprender com o povo. Contudo, só irão aprender algo quando voltarem a estudar – ainda que não se aprenda ética e dignidade na escola. Enfim, vale a pena tentar aprender a ser um humano melhor. O afogamento da moral pública seria bem menor. Parabéns ao povo que se recusa a ser derrotado.
A ciência que não muda só se repete, na mesmice, na cópia, no óbvio e no mercadológico – e parece inadequado, por definição, falar-se em ciência nes
A Educação Constitucional do Prof. Vinício Carrilho Martinez
Introdução Neste texto é realizada uma leitura do livro “Educação constitucional: educação pela Constituição de 1988” de autoria do Prof. Dr. Viníci
Todos os golpes no Brasil são racistas. Sejam grandes ou pequenos, os golpes são racistas. É a nossa história, da nossa formação
Veremos de modo mais extensivo que entre a emancipação e a autonomia se apresentam realidades e conceitos – igualmente impositivos – que suportam a