Quarta-feira, 22 de junho de 2016 - 14h11
As contradições do capitalismo internacional impõem-se acachapantes neste país, com extrema concentração de capitais e explosão exponencial da miséria humana e moral: fascismo.
Neste cenário, é-nos obrigatório vergar o Princípio do Contraditório e o direito ético (no sentido do “bom combate”), a fim de agirmos em defesa de uma política salutar. O Político não sobrevive sem res publica, salus publica.
De modo mais específico, no que se refere à luta de classes, este apontamento de poder parece se encaixar muito bem no perfilamento da Ditadura Inconstitucional, em que a métrica do capital procura abater o Direito do Trabalho e a justiça do trabalhador[1].
Em paralelo que se encontra logo ali, temos os custos sociais da Copa/2014 e das Olimpíadas do Rio de Janeiro/2016. Às vésperas de se iniciarem os jogos, a Cidade Maravilhosa pediu concordata.
As Olimpíadas só foram canceladas por guerras mundiais, nem mesmo a crise arrasadora suspendeu a de Atenas/2004. E não ocorreia conosco, mesmo que houvesse um surto de Ebola, como o da África. O capital enraizado não permitiria.
Assim, para não dar “vexame” internacional – leia-se acionar judicialmente todos os seguros aportados –, o governo interino autorizou a liberação de bilhões de reais em ajuda financeira imediata.
O legado dos mega-eventos, como todo cidadão minimamente informado já sabe, é a conta infinita da corrupção. O povo, sempre os mais pobres e nunca empoderados de fato, pagará pela pirotecnica política.
Não há recursos para saúde e educação pública, o país não cresce – também porque os cortes investidos no fomento à pesquisa e à ciência são tenebrosos –, mas, bilhões serão injetados em empreiteiras, construtoras, imibiliárias do Rio de Janeiro.
Por sua vez, esta sim, será a pior pedalada fiscal da história da humanidade. Porém, como se ajusta ao capital nacional e internacional, não há que se reclamar de sua legalidade. No atual estofo jurídico, nada há de ilegal na Ditadura Inconstitucional.
Portanto, o caminho que nos resta é o embate pela luta coletiva do direito[2] – esta que é uma luta política plural[3] em prol do politikós (Político) e que tem inspiração na luta de classes que não pode descambar em barbárie.
Uma breve análise sistêmica da crise entrópica e inercial do país revela que os movimentos de 2013 – Fora Copa! – revelaram-se, com a expulsão/prisão dos Black Blocs, portadores de discursos moralistas, fundamentalistas e segregacionistas.
Hoje, certamente, há dois lados no discurso, porque estamos em guerra deflagrada entre direita e esquerda pela hegemonia do processo civilizatório. Há quem lute a favor e contra a repartição do aburguesamento do Estado de Direito.
Para adiantar esta análise acerca de uma efetiva Revolução Burguesa, basta-nos pensar que a imprensa não é livre, mas acometida pelos interesses dos Grupos de Poder Hegemônico, e que o Poder Judiciário não é independente do realismo político. Como casta social, o Judiciário não é poder de fato.
Se fosse possível resumir numa frase, seria mais ou menos assim: só para nós ou para eles também? O que se vê é uma luta pelo poder que expõe características marcantes de nossa luta de classes: racismo, homofobia, neopentelhismo, misoginia.
É fácil ver que, com a guerra civil deflagrada nas casas e nas ruas, não há tempo para o cidadão do sofá se resignar como idiotes: teleespectador indiferente e atento apenas ao alucinógeno efeito zapping. Afinal, não se muda de cultura e de prática política como quem troca os canais da TV.
Ninguém está imune aopior julgamento, severo, sem recurso ou apelação, que é o da história. As consciências podem ser lavadas com sabão em pedra, mas a história não sofre com ação adstringente.
Vinício Carrilho Martinez (Dr.)
Professor Ajunto IV da Universidade Federal de São Carlos – UFSCar/CECH
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Vinício Carrilho Martinez (Dr.) Cientista Social e professor da UFSCar Márlon Pessanha Doutor em Ensino de CiênciasDocente da Universidade Federal de