Terça-feira, 7 de janeiro de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Vinício Carrilho

A Escola Sem Partido


 

            Por Jéssica Frocel

Estudante secundarista em Porto Velho/Rondônia.

A escola sem partido realmente é apartidária ou é, de nascença, conservadora?

Uma ilusão de neutralidade talvez lhe coubesse melhor, pois é fato que não é neutro aquele que toma uma posição de forma tão veemente ilusão que, por sua vez, é a mais doutrinadora de todas, embora tente parecer contrária.

A doutrina dessa nova escola é a cegueira da consciência política e social. Ora, que indivíduo se forma vindo de uma instituição onde aquilo que rege sua sociedade sequer pode ser tratado?

Que tipo de cidadão será formado quando ele vive num meio onde é submetido a uma única ideia, a familiar, se está preso a ela pelo conceito de verdade incontestável?

O vassalo familiar, formado numa nova Idade média – cada família um novo feudo –, tem seus pais como senhores feudais. Suas crenças vêm da “nova” Igreja Católica e os filhos, sujeitos a ser como e o que ditarem, são os servos de pensamentos que não lhe pertencem; mas, que são herdados, impostos.

Neste contexto, a Escola sem Partido vai contra um dos mais importantes direitos pautados no Estatuto da Criança e do Adolescente:

“ART. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, prepara-lo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, [...]” (ECA, p. 42)

É natural inferir que a Escola sem Partido é a formação de um novo tipo de cidadão, o nati-morto, tão incapaz de atuar socialmente como se sequer existisse e, sobretudo, inflado de tabus (preconceitos) e meias verdades.

Entretanto, é fato que hoje a escola não é perfeitamente capaz de cumprir com seu dever de propulsora da razão, principalmente quando se trata da escola pública.

As escolas públicas não possuem a mesma estrutura de instituições particulares, pelos mais diversos fatores, inclusive a pouca motivação dos profissionais que nelas atuam, com baixos salários e nem mesmo o mínimo incentivo.

Obtém-se aí outra problemática: hoje, ser professor é considerado “dar errado na vida” segundo os dizeres populares, mesmo que estes sejam formadores de todos os demais profissionais.

O que esperar, então, de uma categoria tão desvalorizada? Obviamente, não a qualidade, ou, a vontade de ensinar. A educação atualmente carece de valorização e não de ideias controladoras.  

Bibliografia

Estatuto da Criança e do Adolescente, 2012.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

Gente de OpiniãoTerça-feira, 7 de janeiro de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

 Toda tese é uma antítese

Toda tese é uma antítese

A ciência que não muda só se repete, na mesmice, na cópia, no óbvio e no mercadológico – e parece inadequado, por definição, falar-se em ciência nes

A Educação Constitucional do Prof. Vinício Carrilho Martinez

A Educação Constitucional do Prof. Vinício Carrilho Martinez

Introdução Neste texto é realizada uma leitura do livro “Educação constitucional: educação pela Constituição de 1988” de autoria do Prof. Dr. Viníci

Todos os golpes são racistas

Todos os golpes são racistas

Todos os golpes no Brasil são racistas.          Sejam grandes ou pequenos, os golpes são racistas.          É a nossa história, da nossa formação

Emancipação e Autonomia

Emancipação e Autonomia

Veremos de modo mais extensivo que entre a emancipação e a autonomia se apresentam realidades e conceitos – igualmente impositivos – que suportam a

Gente de Opinião Terça-feira, 7 de janeiro de 2025 | Porto Velho (RO)