Terça-feira, 24 de fevereiro de 2015 - 12h56
Antipetismo é uma reação política, social ou individual contra o quê o Partido dos Trabalhadores (PT) representa. Há alguns desses movimentos que devem ser avaliados com cuidado, para não engatarmos marcha a ré no processo civilizatório.
O antipetismo clássico foi aquele que levou Fernando Collor à Presidência da República. É o mesmo, guardadas as proporções políticas da época e de hoje, que se faz representar nos consumidores/eleitores indignados com a presença de pobres nos aeroportos e que sentem calafrios só de ver os jovens da periferia nos shoppings. Também se apresentou em 2014 pedindo a (re)volta dos militares.
Além dos grupos racistas, atualmente, os grupos políticos fora do poder cerram fileiras. Como grupo no poder há mais de 12 anos, o PT canaliza todos os males para si. Todos que querem chegar ou voltar ao poder alimentam o novo antipetismo.
Toda a corrupção (realmente existente) é lançada ao partido. O objetivo da oposição é óbvio: enfraquecer, desmoralizar e assim concorrer com chances de vitória no próximo processo eleitoral. O antipetismo, portanto, tem caras diferentes, de acordo com o momento analisado.
No passado-recente, revelava a elite branca racista que sempre adorou os resquícios da Casa Grande & Senzala. No presente há muitos racistas, evidentemente contra as políticas públicas de inclusão; porém, quando FHC (PSDB) diz que o eleitor macunaímico (miserável, analfabeto, desdentado) reelegeu Dilma, está falando que sem o antipetismo o PSDB não chegará ao poder. O objetivo não é varrer a corrupção para fora da Petrobrás, por exemplo, mas sim abrir uma fenda na opinião pública, para que seu grupo regresse ao poder. Sem o antipetismo jamais voltarão.
Eles sabem que o PSDB tem contas para acertar na Petrobrás e que também teve (ou tem) contas no HSBC: o banco suíço que lava dinheiro de corruptos, mafiosos, traficantes e políticos. Em resumo, salvo pequenas exceções, quem não está no poder é antipetista. Agem desse modo, com a ajuda do Judiciário e fazendo todo o barulho que podem, para que Lula não tenha forças políticas e morais a fim de se candidatar em 2018. Porque, se não tiverem êxito, serão mais oito anos fora do poder – e com a ajuda de Macunaíma. Esta personagem do escritor Mario de Andrade ilustra a indolência, o descompromisso moral do brasileiro médio.
O antipetismo já esteve dentro do próprio partido, mas foi “expulso” porque inflacionava o programa para a esquerda. O PSOL, o PSTU, o PV e a futura (?) Rede, saíram do PT. Alguns são antipetistas, outros não. O abandono na campanha para a reeleição do senador Suplicy, em São Paulo, é outro claro exemplo. A presidenta Dilma recusou oito pedidos de audiência do senador; nunca o recebeu no Palácio.
Quem é antipetista porque o partido levou os eleitores macunaímicos ao mercado de consumo, movimenta uma força cultural. A cultura política do fascismo. Quem é antipetista, porque quer o controle do poder central, representa uma força política conservadora. Quer voltar ao comando para “conservar” seu status político e os benefícios inerentes ao poder sem controle, como é no Brasil.
Não há anjos em política.
Vinício Carrilho Martinez
Professor da Universidade Federal de São Carlos
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Vinício Carrilho Martinez (Dr.) Cientista Social e professor da UFSCar Márlon Pessanha Doutor em Ensino de CiênciasDocente da Universidade Federal de