Terça-feira, 17 de fevereiro de 2015 - 10h56
Teria mil razões para dizer que gosto de cães e de gatos. Hoje tenho uma gata preta – tão manhosa que se esqueceu de que é um felino. Porém, outros dirão que preferem animais de pelúcia, porque não fazem sujeira e nem trazem alergias.
Cada um tem a vida que merece.
As borboletas lembram muitas coisas: a beleza e a delicadeza da vida – um esbarrão de nosso braço e o bicho perde a vida com as azas quebradas e retorcidas. Assim como nós: um esbarrão do infortúnio, da má-sorte, e restam apenas lembranças de quem fomos.
A borboleta lembra a liberdade de poder voar, perseguir horizontes não-sonhados e sem que se faça algum Mal a qualquer pessoa. Pois, que Mal pode fazer uma borboleta?
Pela Teoria do Caos, do físico Prigogine, o balançar de uma borboleta na Oceania poderia provocar um terremoto do outro lado do Pacífico.
A borboleta também lembra a metamorfose de Kafka – se bem que o animal em questão estava mais para uma Joaninha fedida do que para a notável borboleta.
Um sujeito meio agourento poderia dizer que a borboleta provocou um tsunami e depois foi comida pelo gato e que este apanhou do cachorro. E o cachorro, por fim, foi posto para fora de casa porque mastigou o gatinho de pelúcia da criança alérgica.
Na verdade, tudo isso pode acontecer, porque a borboleta nos provocou uma imensa metamorfose. Mudamos de cenário, em ziguezague, entre o bem e o mal, da ficção à realidade e de volta à pelúcia.
O certo, em tudo, é que cada um de nós poderia ter escrito um texto diferente, mais esvoaçante ou mais realista. O realismo, por exemplo, nos diria que há borboletas de asas brancas por causa da poluição; uma vez que os insetos procuram pelo mimetismo ou mera adaptação. Neste caso, adaptação ao meio previamente transformado (metamorfose).
Um professor bastante precioso sempre diz que seus alunos estão borboleteando, isto é, voando, flertando com o inimaginável que está fora da escola. Por isso, não fazem a lição e só ficam flanando, dando azas à imaginação – como boas crianças...ou como adolescentes enamorados. Já viu um casal de borboletas namorando?
Outro tipo mais esvoaçante, poderia dizer que é um tema gay e que ele se identifica com Priscila - A rainha do deserto.
Uma mala vai insinuar que seu adversário, concorrente ou inimigo é um “caçador de borboletas”. Quer dizer, uma nada.
Como disse, há gosto para tudo.
O que importa mesmo é que cada um siga sua metamorfose (para o bem) e possa curtir com Raul Seixas: a própria metamorfose ambulante.
Vinício Carrilho Martinez
Professor da Universidade Federal de São Carlos
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Vinício Carrilho Martinez (Dr.) Cientista Social e professor da UFSCar Márlon Pessanha Doutor em Ensino de CiênciasDocente da Universidade Federal de