Sábado, 28 de março de 2020 - 23h47
O pior da pandemia: alguém dizer que não precisa se vacinar (de nada) porque se julga melhor analista do que os cientistas sobre o que faz bem (ou não) ao corpo dela e de seus filhos, por exemplo. É a ideia de que a liberdade nos confere o "direito" de fazer qualquer coisa. Um megaliberalismo que lembra crianças fazendo birra pra comer. “Uma doença infantil do capitalismo”. Sem vacinas você diz, hoje, mas experimente ficar amanhã e depois sem antibióticos, anti inflamatórios ou os mais simples analgésicos. No fundo, esse combo de liberalismo é o avesso da liberdade, quando o agir (responsável) não ameaça os demais. Ninguém se emancipa do risco da pandemia, nem da política (boa ou má), no máximo se previne. É óbvio que liberdade sem emancipação é egoísmo e “inconsequencialismo”: uma “desrazão” anti iluminista. Uma aposta constante na consciência individual ser portadora de verdades para além do conhecimento acumulado pela Humanidade. Este tipo de pensamento megaliberal, anticoletivista, portanto, é o outro lado do negacionismo da pandemia COVID-19.
Veremos de modo mais extensivo que entre a emancipação e a autonomia se apresentam realidades e conceitos – igualmente impositivos – que suportam a
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Ensaio ideológico da burocracia
Vinício Carrilho Martinez (Dr.) Cientista Social e professor da UFSCar Márlon Pessanha Doutor em Ensino de CiênciasDocente da Universidade Federal de