Quarta-feira, 10 de julho de 2019 - 09h09
O
texto resulta de uma das atividades desenvolvidas na disciplina POLÍTICA, ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DA/NA
EDUCAÇÃO BÁSICA, em licenciatura ofertada pelo Departamento de Educação da
UFSCar, no primeiro semestre de 2019. Um dos módulos era, exatamente,
discutirmos conceitos amplificados do Poder.
INTRODUÇÃO
Uma
das formas de avaliação requeria a produção de um texto argumentativo sobre a
virtualidade ou confluência do Poder. Respeitando-se a interdisciplinaridade –
em face de reunirmos graduandos em diversas áreas do saber, na mesma sala de
aula –, foi solicitado, aos discentes, apenas que produzissem textos
“palatáveis” aos demais leitores leigos.
Em
seguida à produção dos textos, em grupo ou individualmente, houve a
apresentação de seminários em sala de aula. A terceira fase, mais complexa,
exigiu – em conjunto – que ordenássemos em sequência lógica, de certo modo
progressiva ao entendimento dos leigos em matemática, a evolução ou construção
dos argumentos. Assim, em outra fase, os seminários foram reapresentados e
buscamos a ordenação necessária.
Por
fim, todos os participantes participaram de gravações na forma de vídeo-aulas –
com assistência técnica e metodológica de Ian Rittmeister Mazzeu, UFSCar/PPGCTS
–, a fim de que também tivéssemos uma exposição audiovisual das pretendidas
“Equações do Poder”. Ou, se assim se preferir, modulamos “demonstrações
matemáticas” de algumas relações estabelecidas pelo uso/implementação do Poder.
A forma de redação dos textos foi respeitada, na íntegra, pelo docente – aqui
não se investiu em nenhuma forma de alteração/correção.
O
desafio foi alcançado, e as vídeo-aulas estão disponibilizadas em plataformas
digitais.
Por Vinício Carrilho Martinez (Dr.) – professor responsável pela
disciplina
O
diálogo e a educação libertária – mediação e não transmissão
Por Gabriel F. Costa
O diálogo inicia-se não apenas
quando o educador-educando está em uma condição pedagógica, mas desde antes, na
busca por um conteúdo programático voltado para uma concepção de uma prática
libertária, proveniente da dialogicidade. Tal procura de temas geradores devem
estar associados a uma situação partindo de uma abordagem mais geral até a mais
particular, com relação a situação presente, existencial e concreta, das
relações homem-mundo de aspirações do povo.
O papel do educador-educando não é
dialogar com o povo sobre a sua visão de mundo, ou tentar impô-la a eles, mas
sim dialogar com relação a sua realidade e a realidade deles, dando a eles
dimensões significativas de sua realidade, cuja uma análise crítica lhes
possibilite reconhecer, por meio de uma metodologia conscientizadora, uma forma
crítica destes homens pensarem o seu mundo.
Em uma realidade mediatizadora, a
busca por um conteúdo programático educacional se faz necessário, dentro da
geração de temas, para proporcionar a consciência dos indivíduos, em torno de
suas necessidades, pautando em fatos ou contextos reais e em contextos
teóricos, para que tais indivíduos imersos na realidade possam emergir dela e
consequentemente ganhar o aspecto da razão de suas necessidades.
Neste aspecto, vemos Paulo Freire,
em seu livro “A pedagogia do oprimido” trazer a perspectiva de luta do homem
por sua libertação, a partir do momento de seu reconhecimento como oprimido
enquanto homem de uma vocação para “ser mais”. Para tal, é necessário um
trabalho educativo que respeite o diálogo e a união inseparável entre ação e
reflexão, ou seja, deverá haver um privilégio a práxis (atividade prática em
relação à teoria). Portanto, é necessário um trabalho que não se paute apenas
no ativismo (ação sem reflexão) ou no slogan (reflexão sem ação) e por
principal, não cria a concepção de homem como um “ser vazio”.
A mudança do oprimido então virá,
segundo Paulo Freire, a partir de uma educação libertária. A alfabetização é
uma conscientização, pois é dela que o educando poderá refletir suas próprias
palavras e deste modo há a criação de cultura. Porém, o homem teme a
libertação, pois ele teme ter de enfrentar novas situações, as transformações e
isso os faz com que se acomodem.
A educação libertária por sua vez
não teme enfrentar, ouvir e encarar o desnivelamento do mundo, tampouco o
diálogo com ele, mas visa os homens em sua luta pela libertação. Essa luta,
porém, só possuirá significado, quando os oprimidos buscarem se libertar de
seus opressores de forma permanente e de práxis autentica, e este é um ponto
essencial, pois para que exista ação e reflexão sobre o mundo para
transformá-lo permanentemente, a prática necessita ser verdadeira.
É importante deixar claro que para
que haja oprimidos, é necessário a existência do opressor. Tais opressores
possuem a necessidade de posse e de poder, que transforme a realidade em sua
volta por uma concepção materialista. E num primeiro momento os oprimidos que
se descobrem como tal, tendem a tornar-se opressores, o que dificulta a práxis
libertária, por possuírem esta visão individualista.
Na concepção do opressor para com o
oprimido, vemos a relação de uma educação que Paulo Freira chama de “educação
bancária”, onde o homem é visto como “ser vazio” e por consequência necessita
de “depósitos” de conhecimentos. Essa educação é pautada na comunicação
verticalizada, ou seja, contrária ao diálogo, servindo como instrumento para
desumanização e domesticação do oprimido.
O opressor então cria uma relação
hospedada na consciência, no antidiálogo e traz, a partir de tal teoria
educacional, uma tentativa de encher o oprimido com conteúdo que não se
relaciona com a sua vida, minimizando e, por vezes, anulando todo seu potencial
criativo, crítico e seu autentico pensar. O educando então não está se
conhecendo ou conhecendo o mundo de uma forma verdadeira, tampouco
desenvolvendo sua consciência crítica. Assim, o educador consegue então manter
a desunião dos oprimidos, deixando-os enfraquecidos, tornando fácil dirigi-los
e manipulá-los.
Para Paulo Freire então, a educação
bancária está “servindo à dominação, inibe a criatividade e, ainda, que não
podendo matar a intencionalidade da consciência como um desprender-se ao mundo,
a ‘domestica’”.
Nesta visão, os oprimidos não
possuem direitos, apenas deveres, pois são considerados como ‘coisas’ e não
seres humanos. Eles não lutam, apenas aceitam o que lhe são impostos. Porém,
quando os oprimidos descobrem o opressor é o momento em que se engajam na luta
por sua libertação. Mas os homens não se libertam, de forma concreta, sozinhos
e sim, em comunhão. Neste momento, para que haja a libertação é necessário que
o oprimido supere seus limites e tenha em mente sua responsabilidade, só assim
ele será liberto para criar e construir.
No abrir dos olhos do oprimido para
a concepção bancária da educação, vê-se a necessidade da problematização da
educação para a libertação. Temos então a necessidade da relação
educador-educando em companheirismo, para que assim haja a humanização do
processo, criando nos homens oprimidos a reflexão sobre o mundo e assim, eles
podem transformá-lo.
A práxis educacional torna-se o grande
rompimento das práticas de educação bancária. O professor não é mais o ser que
educa, mas o que também aprende no processo, ou o que media a relação. É o
educador em diálogo com o educando no dinamismo em que ambos fazem parte.
Assim, para tal educação como prática libertária, quanto mais se problematizam
os educandos como seres no mundo, mais desafiados eles irão se sentir a
responder a ele, como um ser consciente e incluso em um desenvolvimento
permanente na busca do “ser mais”. Paulo Freire então conclui que “ninguém
educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si,
mediatizados pelo mundo.”
Sendo assim, a educação libertária,
se compromete na realização de conteúdo, a partir de uma prévia programação,
vinda das necessidades do povo, com relação a sua existência e desafiando-os na
busca pela resposta reflexiva e de ação. Deste modo, educador e educando buscam
juntos, através do diálogo, um conteúdo a ser mediatizados pela realidade do
mundo. Para Paulo Freire então, realizar uma pedagogia da perspectiva do
oprimido é necessário investigar o universo temático do povo.
Portando, a educação humanizadora
ou libertária, é práxis contra a educação bancária. Nela os indivíduos, antes
oprimidos, agora devem passar a ser agentes transformadores, mediando o
conhecimento na relação educador-educando, criando a relação de libertação para
ambos ao possuir a consciência de si e do mundo, por meio da dialogicidade.
Equação
de Reação de Análise ou de Decomposição Espontânea
Por Marcela Matias Rodrigues
de Melo
As
Reações Inorgânicas são transformações da matéria, onde ocorrem mudanças na
composição química, resultando em um ou mais produtos. E existem quatro grandes
tipos de reações assim como seus respectivos esquemas gerais.
Nas Reações
de Combinação ou (Síntese): Duas ou mais substâncias simples ou compostas
reagem para originar uma única substância química.
Mas o que são Substâncias simples e
compostas?
Substâncias simples: São
formadas por apenas um tipo de elemento químico, sob a forma de íons iguais.
Substâncias Compostas: São formadas por mais de um tipo de elemento,
sob a forma de íons diferentes.
Nas Reações de Substituição ou Deslocamento
(Simples-troca): Um elemento desloca outro de um composto e toma o seu
lugar. Nessa classe de reação um elemento pode deslocar espontaneamente de um
composto qualquer elemento que esteja a sua esquerda.
Nas Reações de Metáteses ou
(Dupla-Troca): Ocorrem somente recombinações entres íons liberados na água
pelas substâncias reagentes.
As Reações
de Decomposição Espontânea (Análise): Corresponde a uma reação onde uma substância
reagente se divide em duas ou mais substâncias simples.
AB →
A+B
(Reagente) (Produto)
Através dela podem ser estudados os elementos
químicos que dão origem à substância decomposta em que um reagente Composto
(formado por mais de um tipo de elemento), e instável, ou seja,
pouco resistente a condições agressoras é espontaneamente dividido
em duas substâncias de estruturas simples.
Segundo
a sociologia: Poder é a habilidade de impor a sua vontade sobre os outros. E
existem diversos tipos de poder:
•
Poder
social
•
Poder
econômico
•
Poder militar
•
Poder
político
Entre outros ...
Entretanto
pensando sobre o poder segundo uma visão social e econômica. Uma relação de
poder se forma no momento em que alguém deseja algo que depende da vontade de
outro. Esse desejo estabelece uma relação de dependência de indivíduos ou
grupos em relação a outros. Quanto maior a dependência de A em relação a B,
maior o poder de B em relação a A. Essa dependência aumenta à medida que o
controle de B sobre o que é desejado por A aumentar.
Segundo
o Marxismo, a “Teoria de Classes”
determina as classes sociais, por meio das relações de produção, ou seja, entre
os detentores de bens e capital, e os trabalhadores que fornecem sua força de
trabalho. Diante de uma classificação econômica, de poder, onde o grupo
A é a classe mais alta (melhor qualidade de vida e maior poder aquisitivo),
enquanto o grupo B, indica a classe mais baixa, ou seja, (com menor poder
aquisitivo e baixa qualidade de vida).
Podemos
considerar como sendo uma melhor representabilidade a equação química de Decomposição Espontânea (Análise)
descrita acima.
Onde AB representaria uma sociedade composta
de distintas classes sociais, de forma que dentro de uma sociedade
capitalista existem dois grupos A e B, “dominantes” e “dominados”
instáveis, que são espontaneamente “decompostos”,divididos, segundo condições
“agressoras” ( de distinções de renda, educação, saúde e cultura),
resultante de um sistema político-econômico capitalista em prol dos ideais
aquisitivos de uma sociedade.
A
questão social insere-se no contexto do empobrecimento da classe trabalhadora
com a consolidação e expansão do capitalismo desde o início do século 19. Como
exemplo, tem-se a primeira constatação histórica imposta até o século 19, em
que os trabalhadores ligados à terra não podiam ser expulsos; tinham, apesar da pobreza, o mínimo de
segurança. O capitalismo destruiu essa proteção social e provocou as hordas de
excluídos de toda sorte, sendo necessário reconhecer a distância que separa
leis, liberdades, direitos e Poder dos recursos para garantir a sua prática.
O poder político em termos de grandezas
matemáticas
Por Hévila Maria Gabriel Garcia, Lais Vitoria Maticeu Moino, Pedro
Henrique Ferreira, Tais Cristina Bertini e Yuri Melheiros
Primeiramente,
é preciso definir o conceito de poder. Temos que o poder é o direito de
deliberar, agir, mandar e, dependendo do contexto, exercer sua autoridade,
soberania, a posse de um domínio, da influência ou da força. Poder é um termo
que se originou a partir do latim possum,
que significa “ser capaz de”. Segundo a sociologia, poder é a habilidade de
impor a sua vontade sobre os outros, e existem diversos tipos de poder: o poder
social, o poder econômico, o poder militar, o poder político, entre outros.
2. Política
Política
é a ciência da governança de um Estado ou Nação e também uma arte de negociação
para compatibilizar interesses. O termo tem origem no grego politiká, uma derivação de polis que designa aquilo que é público e
tikós, que se refere ao bem comum de
todas as pessoas. O significado de política é muito abrangente e está, em
geral, relacionado com aquilo que diz respeito ao espaço público e ao bem dos
cidadãos.
3. Poder Político
O poder
político é a possibilidade efetiva que tem o Estado de obrigar os indivíduos a
fazer ou não fazer alguma coisa, e seu objetivo é o bem público. “O poder é uma
força a serviço de uma ideia. É uma força da vontade social, destinada a
conduzir o povo na obtenção do bem comum, e capaz, sendo necessário, de impor
aos indivíduos a atitude que ela determinar” (Burdeau, cap. cit. vol 1, pag.
216)
4. Poder Institucionalizado
Existe
quando “há uma estrutura organizada para cumprir a função social do Poder e
quando essa estrutura obedece a normas preestabelecidas, independente da
vontade própria dos que exercem o Poder” (Lapierre - Le pouvoir politique, pag.
30).
O poder
volta à massa dos indivíduos e são as normas por ele editadas ou aprovadas que
regulam a ação dos governantes e as relações dos indivíduos entre si.
Dentro
de inúmeros exemplos deste poder, podemos citar a ONU (Organização das Nações
Unidas) como um poder institucionalizado que tem influência mundial.
(Obs:
Quando há uma equiparação no poder entre as classes, tanto financeiramente
quanto politicamente, ocorre conflito entre elas. Como exemplo podemos citar o
acesso das classes mais pobres a viagens de avião, tal fato que teve repúdio
das classes mais altas, com falas como “onde já se viu pobre andar de avião” ou
“se diz pobre mas anda de avião”).
5. Definição de Grandezas
Uma grandeza é um referencial usado para comparar e
definir medidas. As grandezas físicas mais conhecidas e mais usadas no dia a
dia são: comprimento/distância, massa, velocidade e tempo. Com duas medidas obtidas a partir de
uma grandeza, é possível construir uma razão, que é a divisão entre essas medidas expressa por meio de
uma fração. Quando duas razões construídas a partir
de grandezas distintas são iguais, dizemos que elas são proporcionais.
Caso duas grandezas sejam proporcionais,
variar a medida de uma delas faz com que a medida observada na segunda também
varie. Se essa variação é direta, então essas grandezas são diretamente
proporcionais; se essa variação for inversa, então as grandezas são
inversamente proporcionais.
5.1 Grandezas Inversamente Proporcionais
Duas
grandezas são inversamente proporcionais quando uma aumenta e a outra diminui
na mesma proporção. Em outras palavras, dadas as grandezas A e B, se houver
aumento na medida da grandeza A, ocorre a diminuição da medida da grandeza B,
então elas são inversamente proporcionais.
Exemplos: Velocidade
- tempo
Pressão - área
5.2 Grandezas Diretamente Proporcionais
Duas
grandezas são diretamente proporcionais quando um aumento na medida da primeira
gera um aumento na medida da segunda, ou quando uma diminuição da medida da
primeira gera uma diminuição da medida da segunda.
Exemplos: Área
- volume
Distância
- tempo
6. Grandezas dentro da Política
Dentro
do âmbito político, podemos notar a grande discrepância relacionada a parte do
poderio dentro da população, porque seguindo a lógica sobre poder monetário,
quanto mais cresce o poder aquisitivo da camada mais rica, maior será a
influência exercida e paralelamente a isso maior a queda do poder da camada
mais pobre da sociedade.
Além
disso, outro exemplo que temos é em questão da educação do povo, em que se o
governo fornece essa educação, logo o governo tem menos poder incontestável. Ou
seja, quanto menor o nível educacional -> mais fácil o povo ser manipulado.
Equação do Poder: uma
visão matemática para as relações de poder
Por
Julia Ribeiro Tamborlin, Tais Cristina Bertini, Adenilson A. Novaes e
Lucca B. Marques
Poder × Matemática
Quando pensamos em como se daria a
relação de poder se esta fosse uma equação matemática, após a incitação do
professor Vinício, pensamos logo em funções. Vamos, a seguir, mostrar o
conceito e comportamento e uma função, o que é entendido como poder e a relação
de funções com o poder no meio social.
Função
Na Matemática, chamamos de FUNÇÃO
uma relação entre dois conjuntos. Ela é representada como uma “fórmula
matemática” que descreve essa relação. Matematicamente dizemos: dados dois
conjuntos, A e B, uma função de A em B é um terno (f, A, B), sendo f uma relação
de A para B, satisfazendo:
1.
D(f)
= A (O domínio da função é todo o conjunto A)
2.
Se
(a,b) f e (a,c) f, então b=c. (Quando escolhemos um elemento
deA, ele só pode atingir um único elemento de B)
A função
transforma algo do conjunto A em algo do conjunto B. Para entender melhor o que
a função faz, imagine a confecção de um bolo. Temos os elementos do conjunto A
que são os ingredientes, temos a função forno, que é onde esses ingredientes
serão transformados e, posteriormente teremos o resultado, o bolo assado, que é
um elemento do conjunto B.
No estudo
de funções as classificamos de três formas: função injetora, função
sobrejetora, função bijetora. Falaremos particularmente da FUNÇÃO BIJETORA. Uma
função bijetora é aquela que é injetora e sobrejetora ao mesmo tempo. Isso
significa que todos os elementos do conjunto B só podem ser atingidos uma única
vez pelos elementos de A e todos os elementos de B tem que ser atingidos pelos
elementos de A, como na imagem abaixo:
Por ser
bijetora, essa função admite uma INVERSA. Isso significa que podemos fazer o
contrário: Agora os conjuntos A e B trocam de lugar e os elementos de B que
irão atingir os elementos de A.
Poder
A definição
de poder também dever ser considerada. Em seu significado mais geral, a palavra
poder indica a capacidade de ação ou de produzir efeito. Sendo compreendido
tanto no sentido social, isto é, nas relações dos seres humanos em sociedade,
em que passa a ter um sentido muito mais específico, quanto sob uma perspectiva
instrumental, que diz respeito à capacidade do ser humano de controlar a
natureza e seus recursos.
Em seu
sentido social, a ideia de Poder está conectada à possibilidade ou à capacidade
geral de agir, à habilidade de um indivíduo de determinar o comportamento de
outro indivíduo. Nesse sentido, o ser humano não é apenas o sujeito capaz de
exercer poder, mas é também objeto sobre o qual o poder é exercido.
Poder e
funções
A partir dessas
definições, podemos relacionar a ideia de poder com funções bijetoras. Assim,
imagine que o conjunto A representa o ESTADO, com suas leis e ordens e, imagine
que o conjunto B representa o POVO. Se aplicarmos uma função PODER, que sai do
conjunto A até o B, temos que o poder sai do Estado e atinge o Povo. O
resultado dessa função são as leis trabalhistas, os deveres dos cidadãos, os
impostos, ou seja, o Estado exerce um poder sobre o Povo.
| |
||||||
Seguindo
o raciocínio, temos também que o povo exerce poder sobre o Estado escolhendo
seus representantes através das eleições. O povo deve estar atento ao que os
políticos estão fazendo com o poder lhes dado. Em um caso mais radical, pode-se
tirar o poder que concedeu a eles através de manifestações, onde levam o Estado
a mudar o comportamento - seja retirando o representante atual do cargo de
poder ou por mudanças em leis e emendas.
Matematicamente,
os elementos saem de B (Povo) e chegam até A (Estado).
Um
exemplo é a Revolução Constitucionalista de 1932, uma revolução armada com o
intuito de convocar uma Assembleia Nacional Constituinte, como resposta ao
golpe de estado que originou a Revolução de 1930 e, posteriormente, a posse de
Getúlio Vargas.
Porém,
este exemplo se dá de forma diferente, pois o povo em si não conseguiu impor
suas exigências ao governo, o que poderia descaracterizar a função. Nesse caso,
dizemos que se trata de um elemento que não faz parte do domínio da função.
Concluímos
que, o poder, assim como a função bijetora, está atribuído aos dois conjuntos
POVO e ESTADO de forma que cada um possa exercer o poder sobre o outro.
(PS:
importante frisar que este exemplo corresponde à interpretação restrita desse
grupo).
Fórmula para o Poder
Por Raphael Elias Toledo
Ferreira
O poder é um conceito
bastante amplo. É possível pensar em várias situações às quais se pode associar
tal ideia, e dentro dessas há vários fatores também. Por exemplo, uma pessoa
pode exercer o controle sobre uma ou outra ação de um indivíduo, mas nunca
sobre todas. Você pode até mandar alguém resolver uma tarefa de matemática, mas
ele não fará isso se não souber o conteúdo, não importa a recompensa, a
punição, ou a motivação que se apresente. Mas algo factível, é possível que ele
faça, embora possa desobedecer também.
Dessa forma, percebemos que
o poder que é possível exercer sobre alguém é limitado por coisas óbvias, como
aquilo que esse alguém consegue ou não fazer, ou por sua disposição ou não em
fazer, ou por qualquer outro fator. Mudando o raciocínio, o poder também é
passível de ser associado a uma posição
política ou jurídica. Um agente público da esfera municipal teria um coeficiente de poder menor que um agente
público da esfera federal, na medida em que um cargo dá mais dispositivos
legais do que outro. Mas podemos pensar que o poder de um governante é limitado
pelas capacidades de seus subordinados, o que não é raro observar na política.
Tendo isso em vista,
dizemos que não existe somente uma equação para o poder, mas várias igualmente
válidas em seus contextos, a depender do aspecto do poder que se está
calculando. Pode ser obter algo, ou fazer alguém tentar algo, etc.
Para efeito de avançar para
algum ponto, assumirei que o poder do qual estamos falando é medido
exclusivamente no indivíduo que está sendo influenciado. Então a equação do
poder que irei propor não vai medir o poder de alguém, mas sim o poder sobre
alguém. Nesse sentido, a equação será subjetiva. Ainda, pensaremos no poder em
relação a uma ação específica.
Várias coisas inibem ou
estimulam um indivíduo à determinada ação. Como exemplo para inibição, podemos
citar não a incapacidade, mas a ideia da incapacidade, de modo que uma pessoa
que não está pensando que é incapaz de enfrentar um opressor, é muito mais
propensa a enfrentá-lo do que aquela que pensa ser incapaz. Perceba, como
estamos focando na mente do indivíduo, enquanto abordamos essa equação
do poder.
Assim, quando uma pessoa
tenta fazer algo, veremos isso como a concretização de um poder multifacetado
que age sobre ela. Não importa se ela vai conseguir ou não. Quanto mais poder
agir sobre essa pessoa no sentido de realizar uma ação, maior deve ser a
probabilidade de essa pessoa tentar fazê-la. Usaremos então a
probabilidade como medida do poder resultante final que está agindo sobre uma
pessoa no sentido de motivá-la a uma ação X. Quando esse valor for 1,
certamente essa pessoa irá tentar a ação, quando for 0, certamente não irá
tentar. Quanto mais próximo de 1, significa que é mais provável que ela tente,
até 1, que é a certeza da tentativa. Quanto mais próximo de 0, significa que é
mais provável que ela não tente, até 0, que é a certeza de que ela não irá tentar.
Portanto:
Poder sobre um indivíduo no
sentido dele realizar uma ação X =
Probabilidade de tal
indivíduo tentar realizar essa ação
Enfatizamos o
"tentar", na medida em que esse é o indicativo de que o indivíduo de
fato foi influenciado, e não é indicativo ele não conseguir fazer algo.
Aqui vale uma breve
digressão para falarmos de probabilidade. A probabilidade é essencialmente uma
medida do quanto se espera, matematicamente, que algo ocorra. A forma precisa
de se calcular a probabilidade de um evento ocorrer é pela razão entre o número
de casos favoráveis pelo número de casos possíveis, isso quando os casos são
todos equiprováveis. Para a nossa equação do poder, lidamos com dois casos
somente: o indivíduo realiza a ação X ou não realiza. Se os dois casos fossem
equiprováveis, teríamos que a probabilidade de tal indivíduo realizar a ação
seria 1/2. Mas não é o que ocorre, pois certas variáveis modificam essa
situação de equilíbrio. Como veremos a seguir, isolamos algumas dessas
variáveis extremamente básicas.
Esperamos que tanto maior é
a probabilidade de um indivíduo fazer algo quanto maior é o seu foco nessa
ação. Podemos propor uma medida do foco também de 0 a 1, com 0 não pensando na
ação, e 1 cogitando somente ela. Mas somente cogitar não é suficiente, pois é
necessário que haja uma motivação: uma recompensa ou punição para agir. Devemos
ter em mente que essa punição ou
recompensa não é no mundo externo, mas na própria mente da pessoa que realizará
a ação. A recompensa de uma simpatia está antes de mais nada, na mente da
pessoa que a pratica. Assim, a punição é algo subjetivo, e aferimos -1àquela
que é a maior punição que uma pessoa considera, e 1 à maior recompensa, também
subjetiva. Qualquer valor abaixo de 0,
para a recompensa, é normalizado para 0, uma vez que se agir significa ir para
uma situação pior, na soma de tudo, então o indivíduo não irá agir.
Por último, podemos pensar
na questão da agitação de um indivíduo. Quanto, mais agitado e ativo, maior sua
propensão de fazer algo, quanto menos físico, ou mais inibido, menor a
probabilidade. Assim, podemos colocar uma escala de 0 a 1 nessa característica
também com 0 sendo algo equivalente a uma pessoa com depressão, ou uma pessoa
acamada por algum motivo de saúde, e 1 uma pessoa eufórica, e disposta, física
e mentalmente. Chamaremos esse aspecto de atividade. Assim, uma fórmula
possível para poder seria
Poder sobre um indivíduo no
sentido dele realizar uma ação X =
foco x recompensa x atividade
Quanto menor o foco de uma
pessoa em determinada ação, menor a probabilidade dela efetuar essa ação.
Quanto pior a recompensa, também menor a probabilidade. E quanto menor a sua
atividade menor a probabilidade, até resultar em 0. O inverso também vale,
quanto maior cada um, maior a probabilidade, até resultar em 1, i.e. certeza da
ação, ou melhor, da tentativa.
É certo que uma fórmula tão
abstrata não dá muito domínio sobre essa questão do poder. Mas como esse é um
assunto muito complexo e possuí muitas variáveis, tal nível de abstração é um
começo para modelagem mais completa. Há de se ressaltar que pode haver
consequências positivas e negativas simultâneas para uma só ação e a fórmula
coloca como recompensa o resultado final do cálculo que o indivíduo fez desses
resultados. A atividade de um indivíduo dependerá muito do momento. Se ele
acabou de acordar ou se acabou de tomar café, e esse café tem um efeito
relevante em seu organismo, etc.
Muita
coisa entra em jogo nessa complexa temática. E quanto mais a investigamos, mais
conscientes nos tornamos para evitar sermos influenciados pelos extremos
ideológicos de direita ou esquerda, pelos extremos políticos, partidários, etc.
E percebemos o quão atual é a sentença de Freud: “Só o conhecimento traz o
poder.”
Uma
interpretação matemática do Poder
Por Caio Henrique Silva de Souza e Gabriel
Longatto Clemente
Poder
Dentre as discussões feitas em aula
sobre a noção de poder, aquela que ficou mais consolidada remete à definição
apresentada no Dicionário de Política
de Norberto Bobbio:
O poder em ato é
uma relação entre comportamentos. Consiste no comportamento do indivíduo A ou
do grupo A que procura modificar o comportamento do indivíduo B ou do grupo B
em quem se concretiza a modificação comportamental pretendida por A […]
(BOBBIO, 1998, p.934-935)
Assim,
``A exerce Poder quando provoca intencionalmente o comportamento de B''.
Vamos ilustrar esta relação através de conceitos matemáticos.
A matemática do
poder
Vamos usar as funções para explicar a definição
de poder dada. Seja A o conjunto dos
indivíduos que detém o poder e B o
conjunto dos indivíduos oprimidos a ser afetado. O conjunto A determina uma função fA, chamada Função Poder, que modifica o estado de B. Ou seja, B se transforma em fA(B)
através da lei de correspondência escolhida por A. Em resumo, o poder age de
A para B quando aquele determina a Função Poder e a aplica neste. Não
fica explicitado em nossa definição qual é o contradomínio da Função Poder.
Para resolver isso, se B está contido em um conjunto maior X, vamos considerar que o contradomínio
de fA é o próprio
conjunto X.
Para tornar mais visual a ação da Função Poder vamos utilizar representações no plano.
A Função Poder, determinada por A, vai ser aplicada em B de forma que o conjunto B seja deslocado no plano, ou seja, de forma que ele mude sua posição,
esta dada aqui por uma translação. Então
se A muda a posição de B com uma Função Poder, isso quer dizer
que A exerce poder sobre B.
Escrevemos a lei de correspondência da Função Poder nesta representação
como:
A Função Poder então terá como domínio
o conjunto B e como contradomínio
todo o plano, sendo sua imagem uma outra região do plano. A seguir daremos três
exemplos concretos de formas de exercer o poder e como estas ficam
representadas pelo nosso modelo.
Exemplos concretos:
Poder Homogêneo
Chamamos de Poder Homogêneo àquele que age sobre os indivíduos oprimidos B de maneira uniforme. Traduzindo para a
nossa ideia de funções e translações, o conjunto A escolherá uma Função Poder de modo que os elementos de B sejam todos movimentados da mesma forma.
O conjunto A dos dominantes vai decidir o quanto o conjunto B dos oprimidos mudará de posição
dizendo o quanto B se moverá nas
direções horizontal e vertical, se B
irá para a direita ou para a esquerda, para cima ou para baixo, isto é, em que
sentidos B se movimentará. Toda essa
informação sobre o movimento pode ser representada matematicamente através de
um vetor v.
A Função Poder Homogêneo fA, esquematizada abaixo, age em cada indivíduo oprimido b em B como:
Exemplos concretos:
Poder Coercitivo
No Poder Coercitivo: ``[...] B
tem o comportamento desejado por A,
só para evitar um mal de ameaça'' (BOBBIO, 1998, p. 935). Este mal de ameaça pode
ser uma punição, a prisão ou até a
morte.
Para descrever o Poder Coercitivo
usaremos duas funções auxiliares g e h. A função g do conjunto B no {s, n} é dada por g(b)
= s se o indivíduo b aceita a
modificação de conduta imposta por A
ou g(b) = n se o indivíduo b não aceita tal mudança. Temos que h é uma função escolhida por A que associa a cada indivíduo b em B tal que g(b) = n uma punição, representada na figura a seguir pela parte
vermelha da imagem de fA.
A Função
Poder Coercitivo é dada então por:
Exemplos concretos:
Poder Polarizador
O Poder
Polarizador é aquele em que os oprimidos são levados a posicionamentos
antagônicos pelos detentores do poder. O conjunto B é dividido em B1
e B2, sendo B1 e B2 subconjuntos de B
sem interseção e cuja união fornece o conjunto B. A escolha dos
subconjuntos B1 e B2, não é clara e objetiva.
Inicialmente, diríamos que esta não depende exclusivamente dos detentores do
poder.
A Função
Poder Polarizador é dada por:
O conjunto A escolhe dois vetores que diferem apenas pelo sinal de menos que
multiplica um deles, isto é, que muda os sentidos do movimento de translação.
Podemos também pensar o conjunto B dividido em três ou mais partes sem
indivíduos em comum. O conjunto A
poderia então escolher um vetor diferente para cada parte de B e dessa forma determinar para onde
estas partes serão deslocadas no plano.
Considerações
finais
Não consideramos um modelo para o
método de escolha da Função Poder por parte dos detentores do poder. Entendemos
que para se ter um modelo com um número finito de variáveis determinantes a
serem consideradas necessariamente se deve fixar uma teoria ou concepção
política. Neste segundo tópico podemos
considerar, como exemplo, a teoria maquiaveliana em que os conceitos de fortuna
e virtú são as duas variáveis determinantes para o autor. Portanto, fixada a
concepção política de Maquiavel tem-se um modelo com duas variáveis.
Esclarecemos que subvariáveis podem estar presentes em modelos mais apurados.
Referências Bibliográficas
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Noberto. Dicionário de política
I. - 1 ed. Brasília: Editora
Universidade de Brasília, 1998. 1330p.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Indignação: cartas pedagógicas
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______ Política e Educação.
São Paulo : Cortez, 1993.
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IEZZI,
Gelson; MURAKAMI, Carlos. Fundamentos de
Matemática Elementar 1, Conjuntos e Funções. Atual Editora, 2013, 9ª
edição, 416p.
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Brasiliense, 1984.
MAQUIAVEL, Nicolau.
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introdução à ciência política. Brasília-DF : Editora da Universidade de
Brasília, 1979.
Sites
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Sociologia- Classe social encontrado
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